Com pequenas mudanças de hábito, é possível preservar a produtividade — e ainda proteger a saúde mental Você pode até achar que trabalha melhor durante a madrugada — e não está sozinho. Elon Musk dorme por volta das 3h da manhã e acorda às 9h. Donald Trump diz que dorme apenas quatro a cinco horas por noite. Winston Churchill, Toni Morrison e até Prince também eram conhecidos por renderem mais após o anoitecer. Mas uma nova leva de estudos da neurociência sugere que ser notívago pode ter um preço alto para o bem-estar. Uma pesquisa conduzida por Simon Evans, da Universidade de Surrey, analisou os hábitos de sono de 546 estudantes universitários e descobriu que os chamados 'cronótipos vespertinos' — aqueles que naturalmente vão dormir tarde — têm mais propensão a depressão, menor qualidade do sono, consumo mais alto de álcool e níveis mais baixos de atenção plena (mindfulness). Madrugar ainda é a aposta mais segura para a mente Outro estudo, feito pela Universidade de Stanford com mais de 73 mil adultos, confirmou o padrão: pessoas que preferem dormir tarde tendem a relatar mais problemas de saúde mental. No entanto, trouxe uma boa notícia: os notívagos que mudaram seus horários e passaram a dormir mais cedo ficaram entre os grupos com melhor saúde mental — perdendo apenas para os 'matutinos' que já dormiam cedo por natureza. Ou seja, mudar é possível — e pode fazer uma enorme diferença. Mesmo que você se sinta mais produtivo à noite, há evidências de que alinhar seus horários com o ciclo natural do sono traz ganhos consistentes para o humor, a clareza mental e o equilíbrio emocional. A chave está na intenção — e na disciplina Para quem tem um estilo de vida noturno, o mais importante é observar como isso impacta o corpo e a mente. Se os efeitos forem negativos, vale tentar ajustar a rotina. Isso pode significar dormir mais cedo em dias estratégicos, evitar o uso de telas antes de deitar ou criar rituais de desaceleração ao fim do dia. A mensagem dos cientistas é clara: ser notívago não é uma sentença, mas um ponto de partida. E com pequenas mudanças de hábito, dá para preservar a produtividade — e ainda proteger a saúde mental.