O professor de biologia Shimon Gepstein, da Technion University, de Haifa, foi pioneiro em uma pesquisa que pode representar um grande avanço no fornecimento mundial de alimentos. Ele descobriu a característica de suas plantas geneticamente modificadas quando esqueceu de regá-las por algumas semanas. Referenciadas pelos pesquisadores como 'superplantas', elas não apenas sustentam a produção do hormônio “citocinina”, que previne o envelhecimento e facilita a fotossíntese contínua, como exigem menos água para seu crescimento. 'Essas plantas conseguem sobreviver a secas, conseguem ficar até um mês sem água e, mesmo que sejam regadas, precisam de apenas 30% da quantidade de líquido que plantas normais necessitam', explica Gepstein, que acrescenta: 'Os vegetais e as frutas agora duram o dobro e, às vezes, três vezes mais, após serem cortados, caso venham de plantas geneticamente modificadas. Colhi uma alface modificada e esta levou 21 dias até começar a ficar amarronzada, enquanto que alfaces normais já ficam ruins em cinco ou seis dias'. As superplantas vivem mais e geram safras maiores, o que pode ajudar inúmeros países que atualmente vêm sofrendo com a escassez de água e com a falta de alimentos causadas pelas secas. De acordo com o Programa Alimentar Mundial, 'desastres naturais, como enchentes, tempestades tropicais e longos períodos de seca estão aumentando — com consequências calamitosas para a segurança alimentar dos países pobres e em desenvolvimento. A seca é hoje a causa mais comum da escassez de comida no mundo. Todos os anos, secas recorrentes causam prejuízos em safras e perdas pesadas na pecuária, em partes da Etiópia, da Somália e do Quênia. Em muitos países, mudanças climáticas estão amplificando condições naturais já adversas por natureza', lembra o pesquisador. 'Descobrimos que depois de um mês sem serem regadas, elas estavam tão bem quanto se tivessem recebido água, e assim poderíamos levar suas sementes para zonas áridas, onde há riscos de secas severas, e alimentar a população. Apesar de toda a conotação negativa que a expressão 'geneticamente modificado' carrega, posso afirmar que essas plantas não são perigosas para a saúde humana, pois nós as alteramos utilizando seus próprios componentes, nada foi adicionado a elas', conclui Gepstein.