Entre 2006 e 2010, um pesquisador da Universidade Católica de Basília realizou um estudo em seis cursos de quatro faculdades do Distrito Federal e concluiu que mais da metade dos alunos de instituições de ensino superior apresenta analfabetismo funcional. O levantamento avaliou a formação, modo de estudar, tempo de dedicação e características socioculturais de mais de 800 universitários e verificou que o problema vem desde o ensino fundamental. Mais de 50% dos entrevistados não desenvolveram a habilidade de interpretação de texto, ou seja, eles possuem dificuldade de compreender desde publicações simples, como de revistas e jornais, a artigos acadêmicos. Muitos estudantes ingressam em faculdades sem o hábito de estudar. Ao invés de se aprofundarem nos assuntos escolares, eles adotam a prática de decorar. De acordo com a pesquisa, quem apresenta maiores dificuldades são os alunos que fizeram o ensino médio em escolas públicas e entram em faculdades particulares. Para solucionar este problema é preciso investir na educação básica e ensinar, logo cedo, hábitos de aprendizagem adequados aos alunos. Como a incidência do analfabetismo funcional não se dá apenas nos discentes do ensino público, talvez seja o momento de repensar a atual metodologia de ensino de modo geral.