Proposta segue o modelo já implementado na União Europeia, onde usuários podem pagar a partir de €5,99 por mês para navegar sem publicidade personalizada A Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, está considerando lançar uma assinatura paga no Reino Unido que permitiria aos usuários acessar suas plataformas sem anúncios. A proposta segue o modelo já implementado na União Europeia, onde usuários podem pagar a partir de €5,99 por mês para navegar sem publicidade personalizada. A iniciativa surge em meio a uma crescente pressão regulatória sobre a coleta e o uso de dados pessoais no país. Na semana passada, a empresa concordou em parar de direcionar anúncios a uma usuária britânica após uma longa disputa judicial. Agora, a Meta afirma estar 'explorando a opção' de oferecer um serviço semelhante no Reino Unido e diz estar em diálogo com o órgão regulador de dados britânico, o Information Commissioner's Office (ICO). Debate sobre consentimento e modelo de negócios A Meta sustenta que a publicidade personalizada é essencial para manter suas plataformas gratuitas. Dados da empresa mostram que mais de 96% de sua receita vem de anúncios. No entanto, diretrizes recentes do ICO estabelecem que os usuários devem ter uma 'escolha genuína e livre' sobre permitir o rastreamento de seus dados. O modelo de 'consentimento ou pagamento', adotado por outros serviços online como jornais britânicos, tem levantado preocupações quanto à legalidade e ética dessa prática. O ICO reforçou que empresas devem comprovar que o consentimento dado por usuários ao processamento de seus dados é voluntário e que qualquer alternativa paga não pode ser usada como pressão para obter essa permissão. Adesão limitada e estratégia preventiva Na União Europeia, onde o modelo foi lançado em outubro de 2023 com preços iniciais de €9,99, a adesão ao serviço sem anúncios tem sido modesta. Diante das críticas, a Meta reduziu os valores e passou a oferecer a opção de anúncios 'menos personalizados' para usuários que preferem não pagar. Especialistas como Matt Navarra avaliam que o mesmo comportamento se repetirá no Reino Unido. 'A maioria dos usuários prefere pagar com seus dados a abrir a carteira', disse o consultor à BBC. Para ele, a medida é menos sobre monetização imediata e mais uma estratégia para se antecipar a regulações futuras sobre privacidade. Com a crescente atenção de autoridades sobre práticas de rastreamento digital, a Meta tenta equilibrar seu modelo de negócios com exigências legais mais rígidas, abrindo caminho para um cenário em que usuários precisarão escolher entre privacidade e gratuidade.