Embora a missão tenha falhado, um dos componentes do foguete, o Super Heavy Booster, conseguiu realizar um pouso bem-sucedido na torre de lançamento O foguete Starship, da SpaceX, perdeu o controle e começou a girar descontroladamente assim que atingiu o espaço na última quinta-feira (7), resultando em uma explosão que levou a interrupções no tráfego aéreo na Flórida devido ao risco de queda de destroços. A empresa confirmou a falha por meio de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), utilizando seu já conhecido eufemismo para explosões não programadas: “uma rápida desmontagem não planejada”. O incidente levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a fechar o espaço aéreo no sul da Flórida, além de ordenar uma paralisação temporária nos aeroportos de Miami, Fort Lauderdale e Palm Beach. Os impactos também foram sentidos em aeroportos de Filadélfia e Newark, segundo registros da FAA. Perda de controle e falha no voo O foguete Starship-Super Heavy, o mais poderoso da história da exploração espacial, estava voando conforme o planejado até cerca de 20 segundos antes do desligamento de seus motores, um dos marcos fundamentais para atingir a órbita. Foi nesse momento que alguns dos motores desligaram antes do previsto, e o foguete começou a girar fora de controle. Dan Huot, apresentador da transmissão da SpaceX, comentou durante a live: “Temos mais coisas para aprender sobre esse veículo.” A perda da espaçonave representa mais um revés para os ambiciosos planos de Elon Musk, CEO da SpaceX. O jornalista Eric Berger, especialista no setor espacial, classificou o episódio como “um sério retrocesso para a SpaceX.” Segundo caso de destroços espaciais em dois meses A SpaceX afirmou que já iniciou a coordenação com as autoridades de segurança após a perda do contato com o foguete. Este é o segundo acidente em dois meses envolvendo o Starship. No lançamento anterior, em janeiro, a nave também explodiu e espalhou grandes pedaços de destroços no Caribe, forçando a FAA a desviar rotas de aeronaves e abrir uma investigação. O próprio Huot destacou que a empresa já tem experiência em lidar com esse tipo de situação: “Temos muitas medidas de segurança para manter o público protegido. Elas funcionaram da última vez e estão sendo ativadas novamente agora.” Após o acidente de janeiro, a SpaceX fez ajustes para evitar vazamentos de combustível e problemas na chamada “área do sótão” da nave. Com a aprovação da FAA, o foguete voltou a voar nesta quinta-feira, mas falhou novamente. “Vamos revisar os dados do voo para entender a causa raiz do problema,” informou a SpaceX. O impacto para o futuro da SpaceX O sistema Starship-Super Heavy é projetado para ser totalmente reutilizável, com a promessa de reduzir drasticamente os custos de viagens espaciais. A tecnologia é considerada essencial para os planos de Musk de levar humanos à Lua e a Marte. Embora a missão tenha falhado, um dos componentes do foguete, o Super Heavy Booster, conseguiu realizar um pouso bem-sucedido na torre de lançamento, reforçando o potencial de reaproveitamento do equipamento. A SpaceX esperava testar novos limites do Starship durante a reentrada na atmosfera terrestre, incluindo áreas vulneráveis com menor proteção térmica para avaliar sua resistência. O objetivo era preparar o foguete para futuras missões transportando astronautas e cargas pesadas ao espaço. No entanto, com mais um fracasso, a empresa terá que reavaliar seus projetos antes de retomar os testes. Musk e sua equipe seguem confiantes de que o Starship será a peça-chave para viagens interplanetárias, mas os desafios para tornar isso realidade continuam crescendo.