Um protesto incomum ocorreu durante a última semana na Mozilla Foundation, desenvolvedora do navegador Firefox. O recém-empossado CEO e cofundador da companhia, Brendan Eich, encontrou uma forte resistência entre os funcionários, que pedem abertamente nas redes sociais a sua renúncia. Além disso, três dos seis componentes do Conselho se afastaram da empresa após a nomeação. O nome de Eich aparece em uma lista de apoiadores de um projeto de lei chamado Proposition 8, que previa a proibição do casamento gay na Califórnia. Ele chegou a doar US$ 1 mil para que o projeto fosse aprovado — o que de fato aconteceu, embora fosse declarado inconstitucional anos mais tarde, perdendo sua validade. Outros três nomes associados à Mozilla Corporation também aparecem como doadores: Benjamin Turner (US$ 150), Jonathan DiCarlo (US$ 1 mil) e Michael Melez (US$ 200). Depois da posse, os ex-CEOs da Mozilla John Lilly e Gary Kovacs saíram do Conselho de Administração, bem como Ellen Siminoff, diretora da startup Shmoop. Os funcionários da companhia, a maioria desenvolvedores protestaram via Twitter contra a nomeação de Eich e pediram sua renúncia imediata. “Como muitos da diretoria da Mozilla, eu estou tomando uma posição. Eu não apoio a escolha do Conselho por Brendan Eich como CEO”, publicou Kat Braybrooke. Chris McAvoy escreveu: “Eu sou um empregado da Mozilla e estou pedindo que Brendan Eich desista do cargo de CEO”. Veja abaixo alguns tweets. I’m an employee of @mozilla and I’m asking @brendaneich to step down as CEO. — Chris McAvoy (@chmcavoy) March 27, 2014 To me, @Mozilla is about openness & expression of freedom. I hope to see us have leadership that represents those values in their actions. — emgollie (@emgollie) March 27, 2014 Have waited too long to say this. I’m an employee of @mozilla and I’m asking @brendaneich to step down as CEO. — Chloe Varelidi (@varelidi) March 27, 2014 Em resposta, Brendan Eich publicou uma carta de esclarecimento em seu blog pessoal, intitulada “Inclusão na Mozilla”. Ele garantiu que a companhia irá continuar trabalhando sem discriminação de qualquer natureza, comprometendo-se com a igualdade e com o cumprimento das diretrizes da companhia. “Sei que alguns serão céticos sobre isso, e que palavras, por si sós, não mudarão nada. Posso apenas pedir que vocês deem um tempo para ‘fazer mais do que falar’; e, no entanto, quero expressar meu sofrimento por ter causado dor”, escreveu. Além de cofundador da Mozilla, Eich também faz parte da história da computação como criador da linguagem de programação JavaScript, utilizada atualmente por vários sites. O que você acha do posicionamento do executivo como líder? E dos funcionários? Deixe sua opinião nos comentários.