Quando bem direcionado e acompanhado por uma cultura de aprendizado e propósito, o estresse se torna um gatilho de desempenho, inovação e resiliência Nem todo estresse é inimigo da produtividade. Um novo estudo publicado no Journal of the American Psychological Association mostra que determinados tipos de estresse podem ser positivos — especialmente quando são percebidos como desafios que estimulam crescimento e superação. Pesquisadores da Portland State University identificaram duas formas principais de estresse no ambiente de trabalho: 1. Estresse de desafio: o tipo 'bom' Essas situações representam trocas positivas entre o funcionário e a empresa — momentos em que a pressão vem acompanhada de propósito, aprendizado ou reconhecimento. Exemplos: Ser escolhido para liderar um projeto complexo; Enfrentar um prazo apertado para entregar algo importante; Aprender uma nova tecnologia para um cliente estratégico. Embora essas situações gerem ansiedade momentânea, elas também despertam o que os pesquisadores chamam de 'uplifts emocionais' — sentimentos de realização, satisfação e orgulho após superar o obstáculo. Em outras palavras: a tensão vira combustível. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção 2. Estresse de obstáculo: o tipo 'ruim' Esse é o estresse clássico — aquele que drena energia, frustra e gera desmotivação.Ele surge de barreiras organizacionais ou decisões mal comunicadas. Exemplos: Mudanças repentinas sem explicação ou treinamento; Falta de clareza sobre responsabilidades; Burocracia que impede o progresso do trabalho. Nesses casos, o funcionário não vê o desafio como oportunidade, mas como injustiça ou perda de controle — o que reduz engajamento e produtividade. O papel do mindset O estudo aponta que a diferença entre o estresse produtivo e o destrutivo está na mentalidade de quem o vivencia: Profissionais com mentalidade de crescimento tendem a ver o estresse como chance de evoluir e se destacar. Profissionais com mentalidade fixa, que preferem estabilidade e rotina, sentem-se mais ameaçados e reagem mal a mudanças. Isso significa que não é apenas o evento que importa — mas como ele é enquadrado. Como transformar estresse em motivação Para líderes e gestores, a lição é clara: a forma de comunicar e contextualizar desafios faz toda a diferença. Estratégias práticas: Enquadre o desafio como oportunidade de desenvolvimento. Mostre como o projeto pode fortalecer habilidades e abrir portas para crescimento. Comunique com clareza. Explique objetivos, responsabilidades e prazos para reduzir a incerteza. Elimine barreiras. Corte burocracias que transformam desafios legítimos em frustrações inúteis. Reforce o propósito. Mostre como o esforço individual contribui para algo maior. Em resumo Nem todo estresse é sinal de desorganização — às vezes, é o preço da evolução.Quando bem direcionado e acompanhado por uma cultura de aprendizado e propósito, o estresse se torna um gatilho de desempenho, inovação e resiliência. O segredo é simples: liderança que comunica, inspira e canaliza a pressão para o progresso.