Um casal de passageiros com um bebê de três meses enfrentou um sério constrangimento no voo JJ8091 da TAM, que partia de Miami (EUA) para São Paulo na última segunda-feira (3). Eles haviam reservado assentos especiais e um berço para acomodar o filho durante a viagem, regalia que acrescenta cerca de R$ 200 ao valor da passagem em voos internacionais. Mas ao embarcarem encontraram lugares comuns, o que tornaria difícil e até arriscado o transporte do bebê. De acordo com o engenheiro Claudio Muller, que estava no assento ao lado, o casal reclamou com os comissários de bordo, porém sem levantar a voz ou provocar confusão. As aeromoças sugeriram que eles trocassem de lugar para acomodar os três; diante da recusa, foi sugerido que eles viajassem com o bebê no colo durante dez horas (tempo normal do trajeto). A mãe alegou que seria impossível. Os assentos especiais geralmente ficam nas primeiras fileiras, e os berços são fixados em frente às cadeiras. Em voos domésticos não é cobrada nenhuma taxa extra, mas no trajeto entre Guarulhos e Miami tem um custo de R$ 204. A companhia tentou negociar com outros passageiros para efetuar a troca de lugares, mas a princípio eles rejeitaram. O despachante de solo pediu para o casal deixar a aeronave, porém Deucyles Neto, o marido, afirmou que só desceria se a TAM desse alguma garantia ou proposta. Então o funcionário ameaçou chamar a polícia, o que acabou ocorrendo de fato. O casal com o bebê foi conduzido para fora da aeronave e, segundo testemunhas, foi autuado. Segundo Muller, em uma postagem no Facebook, o próprio policial pediu desculpas e alegou que o erro foi da empresa, mas que era necessário autuá-los por desordem no voo. Com o tumulto, cerca de 15 passageiros se mobilizaram para disponibilizar assentos adequados para a família. O casal voltou para o voo e teve de mudar para outros lugares para que o berço fosse acomodado. De acordo com a TAM, quando a polícia chegou o problema já havia sido solucionado. Apesar do relato do passageiro, não ficou claro se houve ou não autuação do casal, o que poderia dificultar a volta ao país. O engenheiro alega que o comissários de voo se desculparam, mas tinham pouca autonomia para buscar uma solução conciliatória. Segundo ele, “a autoridade é o despachante em solo, que ainda se sentia no direito de insultar os outros passageiros e ameaçava chamar a polícia se as pessoas não se calassem”. Em resposta ao acontecimento, a companhia aérea alegou que o problema se deu porque as aeronaves foram trocadas, sendo que os locais de fixação dos berços em cada modelo eram diferentes. A empresa disse ainda que o impasse foi resolvido após negociação com os demais clientes para reacomodação. Após o tumulto, outro passageiro passou mal durante a decolagem, e o avião teve de voltar. Ao todo, foram cerca de duas horas de atraso. Com informações da Folha