Empresas de diversos setores, incluindo tecnologia e serviços financeiros, já começaram a experimentar essa nova estrutura O Japão, um país conhecido por sua cultura de trabalho intenso, está implementando uma semana de trabalho de quatro dias como estratégia para enfrentar uma crescente escassez de mão de obra. A iniciativa faz parte de uma campanha de “reforma do estilo de trabalho” promovida pelo governo, que busca incentivar empresas e trabalhadores a adotarem horários mais curtos e flexíveis. Esta medida inclui limites para horas extras e a promoção de férias anuais pagas. A lenta adoção e os desafios da nova política Apesar do apoio governamental à semana de trabalho reduzida desde 2021, a adoção tem sido lenta. Apenas 8% das empresas japonesas permitem que os funcionários tirem três ou mais dias de folga por semana. Em uma tentativa de aumentar esse número, o governo lançou uma campanha que inclui consultoria gratuita, subsídios e histórias de sucesso para motivar pequenas e médias empresas a aderirem à nova política. LEIA TAMBÉM Jovens querem semana de 4 dias e acreditam que seriam mais produtivos Semana de 32 horas: 3 pontos em defesa de outra alternativa de trabalho No entanto, a mudança cultural necessária para que essa iniciativa tenha sucesso enfrenta desafios significativos. Em uma nação onde o trabalho árduo é profundamente valorizado, mudar a mentalidade dos trabalhadores e empregadores tem sido uma tarefa árdua. Mesmo grandes empresas, como a Panasonic, que ofereceu a opção de uma semana de quatro dias para seus 63 mil funcionários, viram apenas 150 aderirem à nova jornada de trabalho. Impactos e expectativas para o futuro A reforma no estilo de trabalho não é apenas uma tentativa de melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos trabalhadores, mas também uma resposta à queda acentuada na taxa de natalidade do país. Segundo artigo da Fast Company, a expectativa é que a semana de trabalho mais curta possa incentivar as pessoas a terem mais filhos, já que teriam mais tempo para dedicar à vida familiar. A longo prazo, o governo espera que essas mudanças ajudem a reverter a tendência de declínio da população em idade ativa, que pode cair 40% até 2065. Embora existam críticas de que a semana de quatro dias possa resultar em trabalho igual por menos remuneração, sinais de mudança estão começando a aparecer. Empresas de diversos setores, incluindo tecnologia e serviços financeiros, já começaram a experimentar essa nova estrutura, na esperança de criar um ambiente de trabalho mais equilibrado e sustentável para seus empregados.