Por que você precisa de inteligência emocional para usar IA?

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Enquanto a tecnologia pode possuir capacidades computacionais incomparáveis, ela também carece de qualidades humanas fundamentais
A Inteligência Artificial, ao lado de novos grandes modelos de linguagem como o ChatGPT, tem capturado a imaginação, o entusiasmo e o medo de líderes, empresas e indústrias em todo o mundo.
Enquanto, de acordo com o membro do corpo docente da Haas School of Business e empreendedor social Alex Budak, esta tecnologia pode possuir capacidades computacionais incomparáveis, ela também carece de qualidades humanas fundamentais.
“À medida que entramos neste novo mundo dominado pela IA, outro tipo de inteligência – a inteligência emocional – nunca foi tão crucial”, afirma o especialista em artigo escrito para a Inc..
De acordo com ele, a inteligência emocional, também chamada de QE, abrange um conjunto de competências, mentalidades e habilidades que permitem aos indivíduos reconhecer, compreender e gerir as suas emoções e as dos outros.
“Envolve empatia, autoconsciência, autorregulação, captação de sinais sociais e consciência do ambiente que nos rodeia. Dito de outra forma – habilidades humanas cruciais para compreender a si mesmo e aos outros”, declara.
As máquinas, excelentes no processamento de dados e na tomada de decisões com base na lógica preditiva, não conseguem compreender as complexidades das emoções humanas e da dinâmica social, o que tornará a IA um complemento à experiência humana, e não um substituto para ela. “Isso significa que as habilidades humanas se tornarão cada vez mais cruciais tanto no design quanto na interação com a IA”, pontua Budak.
Segundo ele, a inteligência emocional permite que desenvolvedores e engenheiros projetem sistemas que podem compreender e responder melhor às emoções e desejos humanos. “Ao elevar a inteligência emocional em nosso design de IA, podemos criar interações mais personalizadas e empáticas que atendem aos usuários individuais, levando a maior satisfação, personalização e fidelidade do cliente”, afirma.
O especialista diz, ainda, que um dos aspectos mais críticos da incorporação da inteligência emocional na IA é abordar os preconceitos e preocupações éticas associadas a esta tecnologia.
De acordo com ele, o preconceito pode se infiltrar na IA quando sistemas são treinados com dados que refletem preconceitos sociais ou quando os algoritmos carecem de nuances emocionais.
“A inteligência emocional equipa designers e desenvolvedores com a capacidade de identificar e corrigir preconceitos na IA antecipadamente em busca de maior justiça e equidade. Além disso, a inteligência emocional nos permite criar sistemas que aderem melhor às diretrizes éticas – por exemplo, respeitando a privacidade, o consentimento e o bem-estar emocional dos usuários”, comenta.
A inteligência emocional é importante, ainda, na interação com a IA. “Como qualquer boa colaboração, precisamos de nos concentrar em aproveitar os pontos fortes únicos de ambos os parceiros e, ao mesmo tempo, mitigar as desvantagens”, afirma Budak.
Para ele, a inteligência emocional é uma ferramenta que ajuda a capturar o lado positivo da IA e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de queda. “A IA pode analisar os dados, apresentar visualizações e compartilhar um conjunto de recomendações para uma nova estratégia corporativa. Mas ainda cabe ao líder aceitar a recomendação e implementá-la. Isso significa compreender que a proposta de uma nova estratégia para o conselho de administração pode ser diferente da proposta para os funcionários da linha de frente”, pontua. “Também significa ser capaz de adaptar o que o ChatGPT prevê para o seu próprio ambiente”, acrescenta.
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