Ron Shah, fundador da Bizly, afirma ter criado o nome Grok em 2021, durante uma sessão de brainstorming com um colega A startup de inteligência artificial xAI, fundada por Elon Musk, está enfrentando uma disputa de marca registrada envolvendo o nome 'Grok', usado em seu novo chatbot. O Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (USPTO) suspendeu o processo de registro da marca após considerar que ela poderia ser confundida com as já existentes Groq, uma fabricante de chips de IA, e Grokstream, fornecedora de software. Agora, uma terceira empresa, a startup Bizly, também alega ter direito exclusivo sobre o nome. Ron Shah, fundador da Bizly, afirma ter criado o nome Grok em 2021, durante uma sessão de brainstorming com um colega. Ele conta que o termo, comum no vocabulário do setor de tecnologia e originado no romance de ficção científica Stranger in a Strange Land, de 1961, foi escolhido por representar bem a proposta de seu aplicativo, que usaria IA para eventos ao vivo. Em 2023, enquanto ainda conduzia testes da ferramenta em parceria com a empresa de serviços financeiros Carta, Shah viu Musk anunciar publicamente seu próprio Grok — o que, segundo ele, provocou o colapso de uma rodada de investimentos crucial. Disputa envolve regras e nuances do direito de marcas nos EUA De acordo com o especialista em marcas Josh Gerben, a legislação norte-americana prioriza a proteção do consumidor, buscando evitar confusão sobre a origem de produtos ou serviços. Por isso, o contexto de uso da marca e o segmento de atuação das empresas são determinantes. Marcas semelhantes podem coexistir se os produtos forem distintos, como um brinquedo infantil e um software. No caso da Bizly, o entrave está justamente no estágio de desenvolvimento do produto no momento em que Musk apresentou seu Grok. Como a empresa ainda não havia lançado oficialmente o app no mercado, sua capacidade de reivindicar os direitos sobre a marca pode ser limitada. Apesar disso, Shah afirma ter investido cerca de US$ 2 milhões na construção do produto e tenta encontrar uma saída amigável com a xAI, chegando a propor uma parceria ou a venda da marca registrada. Histórico de disputas envolvendo nomes de produtos de Musk Essa não é a primeira vez que empresas acusam Musk de usar nomes já registrados. Em fevereiro, a plataforma social X (antigo Twitter) resolveu uma disputa judicial com uma empresa de marketing que alegava possuir direitos exclusivos sobre o nome. Musk também já enfrentou questionamentos relacionados à Neuralink, que tentou registrar os termos 'Telepathy' e 'Telekinesis' como marcas — palavras que, por serem descritivas, dificilmente atendem aos critérios do USPTO. Por ora, a xAI não respondeu às tentativas de contato da Bizly nem comentou oficialmente a situação. Shah, por sua vez, ainda não formalizou uma ação judicial, mas afirma que a sobrevivência de sua empresa depende de uma compensação pelo prejuízo causado. 'Quem sou eu para processar o homem mais rico do mundo?', questiona.