Seis Sigma: conhecendo o método
Clarissa Calçada
artigo de
13/06/2013 6 min leituraResumo
Seis Sigma: Conhecendo
o método
A ideia de Seis
Sigma é um conjunto de praticas que foi utilizada e popularizada pela Motorola
e em seguida General Eletric(GE), nos anos 80. Após isso rapidamente a técnica
foi difundida, não só nas indústrias de manufatura, mas também nos setores de
serviços. (CARVALHO et al., 2002)
Mikel Harry (2000,
p. vii ) diz que o Seis Sigma “[…]é o processo que permite as empresas
melhorar drasticamente o seus pontos de partidas, monitorando e desenhando as
atividades diárias do negócio de uma forma que minimize os desperdícios e
recursos enquanto aumenta a satisfação do cliente”. O método nasceu em 1979,
quando o executivo Art Sundry em uma reunião de negócio proclamou que o real
problema da Motorola era a qualidade dos produtos. A partir daí, desenvolveu-se
uma nova era produção, focada na alta qualidade e baixos custos. Foi a partir
das declarações de Sundry que a Motorola começou a procurar maneiras de cortas
custos. Em 1985 Bill Smith, engenheiro de produção da Motorola, concluiu que,
se um defeito for encontrado durante a produção do produto e for corrigido, é possível que outros problemas desapareçam.
Foi isso que fez a Motorola olhar para a sua fábrica e melhorar processos de
fabricação e simultaneamente reduzir os custos focando em como o produto foi
feito e desenhado.
A
metodologia do Seis Sigma foi desenvolvida primeiramente pela Motorola e foi
parte da evolução do ciclo PDCA já criado por Edward Deming, o método era
chamado de MAIC ( medir, analisar, melhorar e controlar). Mais tarde a GE cria
o DMAIC no qual se baseia no MAIC, mas adiciona o D que significa definir.
(HARRY, 2000).
Conceitos
fundamentais:
A
equipe do Seis Sigma
Segundo
Carvalho ae al. (2012) alguns nomes dos jogadores dos Seis Sigmas são baseados
nas artes marciais, pois seus criadores acreditavam que ambos têm algumas
habilidades incomuns. São eles:
O executivo Líder: responsável pela
implantação do Seis Sigma, ele é indispensável para o projeto, pois ele irá
incentivar, motivas, selecionar os executivos que serão “os campeões” e ao
final analisar os resultados do programa.
O Campeão: ele deve liderar os
executivos-chave, cabe a ele iniciar e guiar o programa, implementando o Seis
Sigma em toda a organização.
Master Black Belts: ajudam o campeão a
propagar o Seis Sigma. Eles são extremamente técnicos e dedicam 100% do seu
tempo ao programa, por conta disso recebem treinamento intensivo .
Black Bekts: esses profissionais também
se dedicam 100% ao programa, recebendo treinamento intensivo em técnicas de
estatísticas e solução de problemas Eles também são responsáveis por treinar os
Green Belts.
Green Belts: esse profissionais são
parcialmente envolvidos no programa, trabalhando nisso em parte das tarefas do
dia a dia. Eles auxiliam os Black Belts na coleta de dados e nos experimentos e
lideram pequenos grupos de projetos de melhorias nas suas respectivas áreas de
atuação, além de dar treinamentos mais simplificados. (CARVALHO, 2012)
A
aplicabilidade e o diferencial do programa
Segundo
Harry (2002) o Seis Sigma pode ser aplicado a qualquer processo de fabricação
ou serviço. A aplicação do método gera cerca de 20% no aumento da margem de
lucro e de 12 a 18% de aumento da capacidade de produção da empresa.
A
aplicação estruturada do programa é o seu principal diferencial. Para o Seis
Sigma o mais importante é a conexão das metas e objetivos da organização com os
procedimentos aplicados, por isso, ele envolve todos os níveis hierárquicos da
empresa, criando comprometimento em todas as ações que seus funcionários
praticam. Esse é um fator chave para o
sucesso de sua implantação e de seu desenvolvimento. O envolvimento da alta
administração, a escolha criteriosa dos funcionários que irão trabalhar no
programa e treinamento da equipe são cruciais para o seu sucesso.( YOUNG, 2004)
Modelo
DMAIC
O programa busca
o aperfeiçoamento do processo por meio da seleção correta dos processos que
possam ser melhorados e de pessoas que possam ser treinadas. O DMAIC é baseado
nas seguintes etapas: definir, mensurar, analisar, aperfeiçoar e
controlar. São muitas as ferramentas
utilizadas de forma integrada o que faz o DMAIC um método sistêmico, baseado em
dados e medido por métodos estatísticos para atingir o resultado desejado (CARVALHO,
2012)
1° Fase “D”:
definir prioridades: Inicialmente
devemos analisar qual o “Efeito“ indesejável de um processo que deve ser
melhorado ou eliminado. Neste ponto é crucial que exista uma conexão com os
requisitos especificados do cliente e que o projeto tenha vantagem econômica.
Os passos para essa etapa são:
·
Definir quais são os
requisitos de qualidade do cliente e traduzir com as necessidades em
Características Críticas para a qualidade (CPQ);
·
Montar a equipe do Seis
Sigma;
·
Desenhar os processos
críticos;
·
Realizar Analise
custo-benefício;
·
Escrever a proposta do
projeto e submeter à gerência.
As ferramentas
usadas nesta fase são basicamente os dados internos da empresa, objetivos,
metas, dados financeiros, dados do cliente, analise do custo-benefício,
priorização do processo, desenho dos macros-processos prioritários. (ROTONDARO,
2002).
2° Fase “M”:mensurar
resultados do processo atual:
Neste momento a
equipe de Black Belts desenha o processo e subprocessos e relacionam com o CPQ.
(CARVALHO, 2012 ). Segundo Rotondaro
(2002) “neste momento o processo em estudo é desenha e são medidas as variáveis
principais”. As etapas dessa fase são:
·
Desenhar o processo e
os subprocessos;
·
Analisar o sistema de
medição para ajustá-lo as necessidades do processo.
Nesta fase
utilizamos ferramentas de estatística básica, analise do sistema de medição,
calculo de capacidade de processos e ferramentas de estatísticas básicas.
3° Fase “A”: analisar e identificar
causas
Com a segunda
fase pronta, esta no momento de analisar os dados coletados e verificar as
causas dos processos, levando em consideração causas óbvias e não óbvias. Dever
ser executado
·
Analise de dados
coletados com ferramentas estatísticas.
·
Definir a capacidade
Seis Sigma do processo atual.
Teste de
hipóteses, FMEA (Análise do Tipo e Efeito de Falha) analise de variância, teste
não paramétricos, correlação e regressão simples e testes qui-quadrados fazem
parte das ferramentas utilizadas nesta etapa.
4° Fase “I”:
melhorar e eliminar as causas dos defeitos:
Feito todas as
etapas de análise e levantamento de dados chega o momento de melhorar o
processo existente. É neste momento que a equipe do Seis Sigma interage com as
pessoas que executam as atividades. Deve-se, portanto, utilizar ferramentas
como planos de ação, manufatura enxuta, cálculo da nova capacidade do processo
e o DOE (delineamento de experimentos).
5° Fase “C”:
controlar
Por fim, manter
o processo sob controle é a quinta fase do método dos Seis Sigma. Neste momento
será necessário criar um sistema de medição e controle. A elaboração dos novos
procedimentos, gráficos de controle por variáveis e atributos, CEP (controle
estatístico de processos) para pequenos lotes e padronizar procedimentos serão
ferramentas e ações necessárias. (ROTONDARO, 2002).
REFERÊNCIAS: