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<p><em>90% das empresas antecipam impactos em suas operações e 66% preveem aumento de investimentos em tecnologia para se adaptarem a jornada de transição fiscal do país</em></p>



<p>Aprovada por meio da Emenda Constitucional nº 123/23, a Reforma Tributária inaugura um novo capítulo na dinâmica de apuração, fiscalização e gestão de processos fiscais no ambiente de negócios brasileiros. Ao mesmo tempo, em que se pesem seus potenciais ganhos em termos de simplificação e transparência de nosso sistema, não há dúvidas de que a reforma traz consigo impactos que vão muito além das alíquotas definidas para o IVA Dual que passa a ser aplicado no país já a partir de 2026.</p>



<p>Como se sabe, no ano que vem entram em vigor com percentuais de 0,9% para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e 0,1% para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).</p>



<p>Essas alíquotas, residuais neste primeiro momento, no entanto, não devem iludir os empresários: mais do que um custo tributário, o verdadeiro peso nesse início da jornada de transição do país estará no investimento operacional necessário para a devida adaptação ao novo modelo.</p>



<p>Esse ponto é reforçado, por exemplo, por uma pesquisa recente da Thomson Reuters a qual indica que 90% das empresas veem um impacto de médio a muito alto em suas operações para que possam se adaptar às diretrizes da Reforma Tributária.</p>



<p>E esse impacto passa também pelo aumento de custos, com 66% dos entrevistados entendendo que o investimento em soluções de gestão tributária deve ter crescimento no período de seis meses e dois anos – expansão que deverá se manter nos próximos nove anos para mais de 40% das empresas.</p>



<p>Ou seja, mais do que pensar no peso das alíquotas do CBS e do IBS nesse primeiro momento, o que se impõe às organizações é a necessidade de repensar processos, sistemas e estruturas para lidar com um cenário de regras em mutação. E esse movimento, naturalmente, não vem sem custos.</p>



<p>Ato contínuo, a complexidade do período de transição não decorre apenas da mudança legislativa em si, mas da simultaneidade de dois sistemas convivendo por quase uma década.</p>



<p>Entre 2026 e 2033, empresas terão que operar com o regime antigo e, em paralelo, implementar gradualmente as regras do novo modelo. Esse duplo esforço tende a aumentar consideravelmente os investimentos em tecnologias capazes de se adaptar a regras de modo contínuo que, aliás, ainda estão sendo desenhadas; ao mesmo tempo em que coordenam as exigências atuais, de modo que possam aproveitar créditos e atuar em conformidade com o antigo regime.</p>


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<p>Nesse pacote, entram ainda os custos com treinamento de equipes e consultorias especializadas para garantir que não haja falhas no cumprimento das obrigações conjuntas. Não por acaso, a pesquisa da Thomson Reuters também indica que 62% das empresas esperam um crescimento dos investimentos em atualizações de processos e consultoria externa, ao passo que 51% preveem um aumento de custos em treinamento de colaboradores nos próximos seis meses.</p>



<p>Dentro desse contexto, a jornada de digitalização das empresas também tende a ser acelerada. Negócios que ainda operam com sistemas fragmentados ou manuais sentirão mais intensamente o peso da transição. Isso porque a Reforma não se resume a ajustar planilhas: ela exigirá integração de dados, parametrizações sofisticadas e capacidade de gerir regras em tempo real.</p>



<p>É nesse ponto que reside o paradoxo da Reforma. O discurso oficial enfatiza simplificação e transparência, e, de fato, no longo prazo, os benefícios podem ser palpáveis. No entanto, até que esse horizonte seja alcançado, a curva de aprendizado trará inevitavelmente custos e riscos. Estamos, assim, diante de um cenário em que a questão operacional se sobrepõe, neste momento, à discussão puramente dos custos fiscais.</p>



<p>Isso significa, por fim, que o impacto da Reforma não será uniforme. Grandes organizações, mais estruturadas e com recursos para absorver investimentos em tecnologia e assessoria, estarão em posição de vantagem. Pequenas e médias empresas, por outro lado, sentirão com mais força os custos de adaptação, o que pode gerar um novo tipo de desigualdade competitiva.</p>



<p>Esse olhar não invalida os possíveis ganhos da Reforma Tributária, mas busca frisar a necessidade de um possível apoio a uma parcela importante do mercado para que a adaptação ao novo sistema fiscal do país ocorra de modo mais equilibrado.</p>



<p>Ao mesmo tempo, para as organizações, cabe agir desde já, repensando processos e buscando caminhos estratégicos para que os custos operacionais da Reforma não se transformem em obstáculos competitivos. A promessa de simplificação pode até se concretizar, o desafio agora é se integrar com inteligência a maior transição fiscal do século.</p>


O custo operacional da Reforma Tributária

90% das empresas antecipam impactos em suas operações e 66% preveem aumento de investimentos em tecnologia para se adaptarem a jornada de transição fiscal do país

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Administradores | Conhecimento para Resultados

<i>O debate sobre o avanço de nossos processos fiscalizatórios não pode ser conduzido sobre o prisma da desinformação</i>

Em que pesem os erros, acertos e movimentos desencontrados da política fiscal e macroeconômica do Governo Federal, é importante considerar que, para toda crítica, deve-se partir de fatos, não de boatos cujo único resultado efetivo é gerar mais instabilidade para um ambiente de negócios já marcado pela pressão inflacionária, alta cambial e alta dos juros.

Tomemos como exemplo a onda de desinformação que tomou conta das redes sociais e do debate público no país sugerindo a existência de uma suposta "taxação do PIX" no Brasil. Apesar de infundada, a inverdade alcançou até mesmo profissionais e entidades contábeis, gerando uma confusão generalizada que atemoriza consumidores, prejudica o fluxo de empresas e pode frear ainda mais os ânimos do mercado.

Para desmistificar esse tema, é fundamental compreender o que realmente estava previsto na Instrução Normativa RFB nº 2219/24, que, embora não previsse nenhuma forma de taxação específica sobre o PIX, acabou por ser revogada dentro de um esforço do Governo Federal para combater o impacto negativo dos boatos sobre taxação na economia e no próprio ambiente político.

De modo objetivo, a IN 2219 – agora substituída pela Instrução Normativa RFB Nº 2247/25 – simplesmente propunha a consolidação das normas existentes relacionadas à coleta de movimentações financeiras relevantes de instituições bancárias, um procedimento que já ocorre há décadas sob diferentes formatos e que hoje é monitorado via e-Financeira, com os objetivos de, sobretudo, combater a evasão fiscal e outros crimes financeiros.

Outro ponto crucial dentro desse debate inclui a questão de que, desde o final dos anos 1990, a Receita Federal já coleta informações sobre movimentações bancárias e operações financeiras, incluindo as relacionadas a todas formas de pagamento. A introdução da e-Financeira em 2015 veio para unificar e modernizar esse processo, incorporando dados de diferentes arranjos de pagamento, incluindo cartões de crédito e, mais recentemente, meios digitais como o PIX.

No entanto, a coleta dessas informações não implica uma "fiscalização" individualizada com o intuito de taxação, como tem sido erroneamente propagado.

Conforme esclarecido pela própria Receita Federal, as informações coletadas são utilizadas para gestão de riscos e cruzamento de dados, sem a identificação direta dos pagadores e recebedores. Isso significa que os dados são tratados de forma agregada e anônima, garantindo a privacidade dos usuários enquanto possibilita, inclusive, que a RFB cumpra com obrigações legais e tratados internacionais, como o FATCA (Estados Unidos) e o CRS (OCDE), que promovem a troca automática de informações financeiras entre países.

Importante ressaltar ainda que o monitoramento financeiro para fins de controle fiscal é uma prática comum em todas as grandes economias e não se trata de uma inovação brasileira. A intenção da IN, nesse sentido, é seguir um movimento já consolidado do Fisco de combater crimes financeiros e otimizar seus processos fiscalizatórios.

<strong>Os prejuízos da desinformação para a economia</strong>

O caso da "taxação do PIX" exemplifica como a propagação de boatos pode distorcer a percepção das políticas públicas e gerar preocupações infundadas. Essas informações falsas não apenas afetam a confiança do consumidor, mas também provocam reações do mercado e desarticulam o governo, que acaba tendo que redirecionar esforços para conter crises de confiança ao invés de focar em melhorias reais no ambiente fiscal.

A revogação da norma pela Receita Federal, diante da pressão gerada pela onda de fake news, representa um custo adicional para uma economia que já enfrenta inúmeros desafios em 2025 – da pressão cambial ao aumento dos juros.

Trata-se, nesse sentido, de um exemplo concreto de como a desinformação tem um efeito corrosivo sobre a eficiência governamental e sobre o ambiente de negócios. Ao gerar confusão e incerteza, boatos como esse criam um cenário de instabilidade que pode frear o crescimento econômico e desincentivar investimentos.

Em suma, a narrativa de uma "taxação do PIX" é uma distorção da realidade, que, infelizmente, levou à revogação de uma medida cujo foco era a melhoria da fiscalização financeira. Esse episódio deve servir como um alerta para a importância de combatermos a desinformação em todas as suas formas. Apenas com um diálogo baseado em fatos e na confiança em fontes oficiais podemos construir um ambiente econômico mais estável e saudável.

O mito da taxação do PIX e os impactos da desinformação na economia

<p><i>Recorde na arrecadação de impostos federais com déficit estratosférico escancara uma realidade que sufoca o contribuinte</i></p><p>Para quem ainda tinha dúvidas do quanto a carga fiscal brasileira esfola o contribuinte –&nbsp;penalizando, sobretudo, as camadas mais pobres da população com sua lógica cruel de tributação excessiva sobre o consumo e, proporcionalmente, os pequenos e médios empreendedores que são os negócios que mais geram emprego e renda no país –&nbsp;o último mês de outubro veio para apagar qualquer resquício de pudor arrecadatório do Fisco.</p><p>Segundo a própria Receita Federal, no período, a arrecadação federal total atingiu impressionantes R$ 247,9 bilhões (quase 10% a mais que o mesmo período do ano passado e já descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).&nbsp;</p><p>O resultado é, nada mais nada menos que o maior das últimas 3 décadas e recorde desde o início da série histórica do Fisco. Mas os números assustadores não param por aí: de janeiro a outubro, a arrecadação federal superou R$ 2,2 trilhões e a pergunta que fica é: o que justifica tamanha carga tributária em um país de serviços públicos ineficientes, com falta de estímulo à iniciativa privada e gestão irresponsável dos recursos do tesouro nacional?&nbsp;</p><p>Sobre esse último ponto, basta citar o buraco monumental das contas públicas, que já acumulam um déficit de R$ 105,2 bilhões (considerando os meses de janeiro a setembro de 2024). Esses indicadores, ao invés de denotarem eficiência fiscal, revelam a face mais perversa da desorganização econômica do Brasil, com um Estado sedento que devora recursos e entrega muito pouco em troca.</p><p>O contraste entre a arrecadação recorde e a gestão deficitária das contas públicas é um retrato fiel do caos fiscal e reflexo direto de um Governo Federal cuja política econômica e fiscal segue claudicante e seus gastos desenfreados.&nbsp;</p><p>A situação é tão grave que, mesmo com o aumento expressivo na receita, o orçamento continua no vermelho. Nesse cenário, o anúncio de corte de gastos pareceu café pequeno e, não por acaso, desagradou o mercado. No fim, é como tentar remendar uma canoa furada que naufraga na bagunça das contas públicas.</p><p>Enquanto isso, o dólar atinge níveis históricos, fato que evidencia a fragilidade da economia brasileira, dificultando ainda mais a vida do empreendedor brasileiro. O câmbio elevado não apenas encarece insumos e equipamentos para quem tenta produzir, mas também reduz a competitividade das empresas brasileiras no contexto internacional.&nbsp;</p><p>Com tudo isso, para o pequeno e médio empresário, que já enfrenta uma burocracia esmagadora e uma carga tributária asfixiante –&nbsp;sem ter, por sua vez, as mesmas condições das grandes organizações para investir em compliance fiscal –, as perspectivas são preocupantes nesse ano que se inicia.</p><p>E, como se não bastasse, a tão discutida Reforma Tributária, que deveria aliviar o peso sobre os ombros do contribuinte, parece caminhar na direção oposta. Setores inteiros, como o de serviços, turismo e imobiliário, já preveem aumentos expressivos na carga tributária –&nbsp;há estudos recentes indicando uma possibilidade de aumento de mais de 400% em tributos para o segmento de serviços.&nbsp;</p><p>O IVA brasileiro, por sua vez, tende a se colocar como um dos maiores do mundo. Em um cenário assim, falar em reforma e equilíbrio fiscal é quase uma piada de mau gosto.</p><p>Com tudo isso, não é exagero afirmar que o Brasil segue refém de um modelo que pune quem produz e premia a ineficiência estatal. Temos uma das maiores cargas tributárias da América Latina, estamos entre os países que mais arrecadam, mas nossos governantes não se envergonham em minar a competitividade do país e entregar para a população serviços de qualidade pífia.</p><p>E qual a solução? Ela passa, a meu ver, por uma reforma estrutural do Estado, que reduza os gastos públicos, elimine privilégios e ataque a ineficiência. Respondendo a pergunta do título: nada justifica o desequilíbrio de nossas contas.&nbsp;</p><p>E, enquanto o governo insistir em tratar o contribuinte como um cofre sem fundo, mas não olhar para a qualidade de sua gestão de recursos, o país seguirá atolado em déficit e desigualdade (econômica e fiscal), colocando em xeque não apenas nosso bolso, mas o futuro e a prosperidade do Brasil.</p>

O Brasil da desordem fiscal: o que justifica o desequilíbrio das contas públicas?

<p><i>Com alíquota projetada em 27,8%, país supera vizinhos da região e expõe a realidade de um país com excesso de gastos públicos&nbsp;</i></p>



<p>A implementação do Imposto sobre Valor Agregado no Brasil, uma das principais bases da Reforma Tributária (Emenda Constitucional Nº 132/23), traz consigo uma marca nada positiva: o país terá um dos IVAs mais altos do mundo, indicador que é reflexo de um contexto estrutural de gastos públicos exorbitantes e que, via de regra, não se refletem em serviços de qualidade para a população.&nbsp;</p>



<p>Nesse sentido, no texto já aprovado na Câmara, a alíquota padrão do IVA brasileiro alcança 27,8% e, para termos uma ideia do potencial peso tributário para a nossa competitividade, é interessante compararmos a carga do imposto nacional com o de nossos vizinhos regionais.</p>



<p>E olhar para os dados da América Latina traz clareza sobre o tamanho da disparidade: na Argentina, o IVA padrão é de 21%; enquanto no Chile e no Uruguai, as taxas, respectivamente, são de 19% e 22%. A Bolívia tem um dos IVAs mais baixos da região, 13%, enquanto o México e a Colômbia aplicam alíquotas respectivas médias de 16% e 19%. O Peru, por sua vez, opera com 18%, ao passo que mesmo a Venezuela, com forte participação estatal na economia, aplica 16% de IVA médio.&nbsp;</p>



<p>Os dados são da Global VAT Compliance e apontam para um ambiente de negócios preocupante em que o Brasil, em alguns casos, pratica 10 pontos percentuais a mais de impostos do que a maior parte de seus vizinhos, parceiros e concorrentes comerciais nas dinâmicas do comércio internacional.</p>





<p>E o descompasso não pode se explicar apenas por questões técnicas da Reforma, mas pelo peso estrutural dos gastos públicos. O desenho do IVA brasileiro reflete um Estado que consome parcela excessiva do PIB para manter sua máquina, sem avançar em contrapartida na eficiência do gasto. O resultado é uma tributação que onera empresas e cidadãos de forma desproporcional, ampliando custos de produção e achatando margens de competitividade frente a concorrentes internacionais.</p>



<p>Para termos uma ideia deste cenário, nos três primeiros anos do mandato, o Governo atual teve gastos que ultrapassaram a meta fiscal em R$ 300 bilhões, segundo levantamento feito pela Instituição Fiscal Independente (IFI).</p>



<p>Essa lógica é estrutural e não vem de hoje, gerando como resultado a pressão por uma carga tributária onerosa, que recai sobre o setor produtivo e compromete a capacidade do país de competir globalmente, diminuindo a atratividade para investimentos e elevando o peso sobre cadeias produtivas que já enfrentam elevados custos logísticos e trabalhistas.</p>



<p>Outro aspecto que agrava o cenário é a multiplicidade de regras internas. A reforma prevê seis diferentes alíquotas de IVA, variando de acordo com o setor, o que contraria a lógica de simplificação tributária.&nbsp;</p>



<p>Esse quadro é particularmente desafiador porque a maioria do mercado brasileiro ainda não se preparou para a transição. Em pesquisa da ROIT, por exemplo, foi identificado que 85% das empresas brasileiras não estão prontas para a reforma tributária. A falta de planejamento se soma ao cenário de alta carga fiscal, abrindo espaço para desorganização administrativa, perda de eficiência e aumento de riscos no ambiente de negócios.</p>



<p>O IVA, em tese, poderia representar uma oportunidade de racionalização do sistema, com menos litígios e maior transparência. No entanto, ao fixar uma alíquota recorde, o Brasil reforça a imagem de uma economia onerada pelo peso de um Estado caro e pouco eficiente. A consequência é clara: empresas nacionais enfrentarão maiores dificuldades para competir globalmente, enquanto investidores internacionais encontrarão menos incentivos para apostar em um mercado que já é complexo por natureza.</p>



<p>Diante desse cenário, reforça-se ainda mais a necessidade de planejamento estratégico. As organizações precisam, o quanto antes, revisar processos, modelos de precificação, contratos e acelerar sua jornada de digitalização como um pilar para o ganho de eficiência.&nbsp;</p>



<p>O fato é que a Reforma, em princípio, não une eficiência a redução de carga tributária e, nesse cenário, o Custo Brasil segue como um fantasma, cabendo às empresas encontrar caminhos de viabilidade em um ambiente que seguirá pouco amigável para os negócios.&nbsp;</p>

IVA na América Latina: por que o Brasil terá o maior imposto da região?

<p><em>Quem está do outro lado da mesa não está alinhado aos seus objetivos, está alinhado aos interesses da instituição financeira</em></p>



<p>Agora é a hora e a vez do Tesouro Direto.&nbsp;</p>



<p>Tesouro Direto, quem conhece investe.</p>



<p>Banco não foi feito para investir, nunca consulte o barbeiro se você tem que cortar cabelo.</p>



<p>O brasileiro precisa aprender a investir melhor e a proteger o patrimônio de certos predadores financeiros que estão de olho no seu dinheiro, afinal todo planejamento de sucesso baseia-se em 70% psicologia e 30% estratégia.</p>



<p>Os super ricos de verdade não usufruem das armadilhas que eles indicam aos desinformados para tirar proveito quando se trata de investir.</p>



<p>Esses investimentos muito sofisticados e difíceis de entender escondem altas taxas de administração e são desenvolvidos exatamente pra confundir a compreenssão do investidor.</p>



<p>Quem está do outro lado da mesa não está alinhado aos seus objetivos, está alinhado aos interesses da instituição financeira.</p>





<p>O gerente de banco está lá pra te empurrar os ativos podres que faz o seu dinheiro trabalhar pro banco porque se não estiver batendo meta, é mandado embora e perde o emprego.</p>



<p>O agente da corretora de valores está lá pra tem empurrar os ativos podres que faz o seu dinheiro trabalhar pra corretora de valores porque se não estiver batendo meta, é mandado embora e perde o emprego.</p>



<p>O melhor investimento de curto prazo pra preparar reservas financeiras e resgatar a qualquer hora que precisar, é o Tesouro Selic que tem proteção do Tesouro Nacional que é o caixa do governo e muito mais seguro que o Fundo Garantidor de Crédito que tem apenas 2% de recursos para cobrir as reservas financeiras menos piores caso os bancos decretem falência, e essa é a camada da segurança financeira que precisa ser preparada antes de iniciar a camada da independência financeira.&nbsp;</p>



<p>O melhor investimento de médio prazo que é acima de 2 anos até 5 anos, é o Tesouro Ipca + e esse é o início da camada da independência financeira.</p>



<p>Ninguém te fala do Tesouro Direto porque não tem interferência do gerente de banco e nem do agente da corretora de valores, e quem sai ganhando ao investir em títulos públicos do Tesouro Direto é só o investidor.&nbsp;</p>



<p>Após ter preparado a camada da segurança financeira e em seguida ter preparado também a camada da independência financeira, já é hora de pensar em preparar a camada da liberdade financeira. &nbsp;</p>



<p>No longo prazo que é a partir de 10 anos pra cima, as ações sempre ganham de qualquer outro tipo de investimento e principalmente as ações perenes. Esse é o início da camada da liberdade financeira que são investimentos que não podem ser resgatados a qualquer hora como o Tesouro Selic.&nbsp;</p>



<p>Essa é a importância de aprender a investir por conta própria e de forma independente.</p>



<p>Mais detalhes estão disponíveis no episódio 200 do podcast Café com Adm que foi quando Leandro Vieira entrevistou Tito Gusmão</p>



<p>Gostou do conteúdo? Compartilhe, precisamos divulgar essas informações transparentes que poucos conhecem.&nbsp;</p>

Banco não foi feito para investir, nunca consulte o barbeiro se você tem que cortar cabelo

<p><em>Do mesmo jeito que um “empurrão invisível” enche o carrinho sem você perceber, ele também pode empurrar decisões importantes para o limbo</em></p>



<p>Você só queria pilhas.</p>



<p>Saiu com um kit de shampoo, dois pacotes de bolacha, uma caixa de ovos…<br>e ainda pescou um Trident na gôndola do caixa.</p>



<p>Já aconteceu com você?</p>



<p>Pois é. Às vezes o desvio acontece no corredor do mercado. Outras, na sua vida financeira.</p>



<p>Do mesmo jeito que um “empurrão invisível” enche o carrinho sem você perceber, ele também pode empurrar decisões importantes para o limbo.&nbsp;</p>



<p>Tipo aquela ideia de começar a poupar para a aposentadoria, que vive sendo adiada. Não porque você não quer, mas porque o caminho até lá parece feito de senhas, formulários e burocracias.</p>



<p>Se isso soa familiar, saiba: você já foi alvo de um <em>sludge</em>. E nem percebeu.</p>



<p>Mas nem todo empurrão invisível é armadilha. Quando usado do jeito certo, ele pode ser exatamente o que faltava para uma boa decisão sair do papel. É disso que trata o <em>nudge</em>.</p>



<p>Quer ver um exemplo?&nbsp;</p>



<p>Em alguns prédios, a sinalização para a escada é colocada em destaque, com setas e cores chamativas. Um ajuste que aumenta as chances de alguém optar pelos degraus em vez do elevador.</p>



<p>Não há regra ou alarde. Apenas uma pequena alteração no ambiente que influencia o comportamento sem tirar a liberdade de ninguém.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Mas afinal, o que são esses “empurrões”?&nbsp;</h2>



<p>Imagine observar o comportamento das pessoas por décadas e perceber que, mesmo diante de escolhas simples, elas frequentemente tomam decisões ruins.</p>



<p>Foi exatamente isso que os economistas Richard Thaler e Cass Sunstein fizeram.&nbsp;</p>



<p>Ao estudar como as pessoas escolhem no mundo real, fora dos modelos perfeitos da economia clássica, encontraram um problema crônico: decisões ruins não nascem da falta de informação, mas da forma como as opções são apresentadas.</p>



<p>A partir disso, propuseram uma mudança sutil, mas eficaz:</p>



<p>Em vez de tentar consertar o ser humano, que tal ajustar o ambiente em que ele interage?&nbsp;</p>



<p>Assim surgiu o conceito de nudge (empurrão), uma mudança discreta no design que dá um empurrãozinho para que você tome uma decisão melhor.</p>



<p>Segundo Thaler e Sunstein, um nudge é qualquer mudança no ambiente que ajuda a influenciar uma decisão de forma previsível, sem restringir sua liberdade de escolha e sem precisar de recompensas ou punições.</p>



<p>A intenção é clara: facilitar o caminho certo e deixar o errado acessível (só que com um pouco mais de atrito).</p>



<p>Mas se o nudge abre portas, o sludge faz o contrário. Ele tranca. Ou pelo menos emperra a maçaneta.</p>



<p>O termo sludge surgiu quando os próprios pesquisadores notaram que os empurrões usados para ajudar também podiam ser usados para atrapalhar.</p>



<p>E pior. Em muitos casos, não por descuido, mas por interesse.</p>



<p>Sludge é quando o ambiente é desenhado para dificultar uma decisão ou atrasar uma ação que deveria ser simples.&nbsp;</p>



<p>O nome (do inglês, lama) faz justiça.&nbsp;</p>



<p>Em vez de empurrar, o sistema puxa para trás. Com atrito, obstáculos, burocracias.&nbsp;</p>



<p>É o cancelamento de serviço de telefonia que exige três ligações, senha, espera longa e uma desculpa cínica de que “este não é o tipo de experiência que prezamos”;&nbsp;</p>



<p>É o aplicativo que oculta a opção mais vantajosa sob cinco camadas de menus;</p>



<p>É o contrato que esconde informações em letras miúdas no rodapé da página, e por aí vai…</p>



<p>A lógica aqui também é previsível: quanto mais cansativo o processo, menor a chance de a pessoa insistir.&nbsp;</p>



<p>Ou quanto mais confuso o caminho, maior a probabilidade de ela desistir. Mesmo que isso signifique perder dinheiro.</p>



<p>O sludge não impede. Só complica. E, muitas vezes, é exatamente esse o objetivo.&nbsp;</p>



<p>E agora, vem a pior parte:</p>



<h2 class="wp-block-heading">É impossível passar ileso!</h2>



<p>Já percebeu como é fácil fazer uma aposta esportiva no celular? Dois cliques e o seu dinheiro está em jogo.&nbsp;</p>



<p>Agora tente investir em uma previdência privada no seu aplicativo do banco. Boa sorte em achar o caminho.</p>



<p>Essas diferenças não são acidente. Fazem parte do design que molda seu comportamento todos os dias. E é exatamente aí que entram os nudges e sludges.</p>



<p>Esses empurrões atuam sobre os <a href="https://evandrocanello.com.br/por-que-e-tao-dificil-deixar-ir-uma-explicacao-racional?">vieses cognitivos</a>, padrões automáticos de pensamento que usamos para tomar decisões rápidas.&nbsp;</p>



<p>Um dos mais comuns é o viés do presente: a tendência de priorizar o agora e deixar o futuro pra depois. É ele que faz você gastar com o que traz prazer imediato (roupas, celular) e adiar o que exige paciência, como guardar dinheiro para a aposentadoria.</p>



<p>Outro bem conhecido é o efeito manada, que nos leva a repetir o comportamento da maioria como se fosse um caminho comprovadamente seguro.&nbsp;</p>



<p>Já a aversão à perda é aquele impulso que faz a dor de perder cinquenta reais parecer maior do que a alegria de ganhar cem.&nbsp;</p>



<p>Na prática, é deixar o dinheiro parado na poupança, mesmo sabendo que há opções melhores, só pra não enfrentar a sensação desconfortável de abrir mão do que já está ali.</p>



<p>Esses vieses funcionam como atalhos mentais. E é exatamente por esses atalhos que os nudges e sludges sabem trafegar muito bem.</p>



<p>O resultado dessas influências é instantâneo e praticamente impossível de ser ignorado.</p>



<p>Duvida? Veja só o exemplo que usei no início do texto: você entra no mercado pra comprar uma coisa e sai com doze. O que aconteceu? Você caiu num sludge camuflado em um ambiente de compras.&nbsp;</p>



<p>E a coisa só piora: seus filhos também são atingidos diretamente.</p>



<p>Ou você nunca se perguntou por que diabos tem gôndolas de doces na fila do caixa que nunca medem mais que um metro e meio?</p>



<p>Isso é sludge agindo, porque o ambiente foi pensado para sabotar a sua atenção.&nbsp;</p>



<p>Você está na fila, distraído, esperando o caixa liberar. De repente, aquele chocolate aparece na altura perfeita do seu campo de visão. Ou melhor, no campo de visão do seu filho, que está ali ao lado, no nível exato da gôndola. O apelo visual é direto, quase impossível de recusar.&nbsp;</p>



<p>E agora, me explica: como negar um doce para uma criança entediada, enquanto ela aguarda impaciente por longos minutos na fila?&nbsp;</p>



<p>Não é à toa que é comum ver criança dando chilique na frente do caixa. E as pobres sequer têm culpa. Tudo ali foi desenhado pra favorecer o impulso e dificultar o controle… cada detalhe.</p>



<p>Mas nem só de obstáculos vive o design de escolhas.&nbsp;</p>



<p>Alguns empurrões jogam a favor, como a inscrição automática em planos de aposentadoria, que aumenta a adesão simplesmente por já vir como padrão.&nbsp;</p>



<p>Ou o adesivo com o desenho de uma mosca colado no vaso sanitário masculino no aeroporto de Amsterdã, que melhorou a pontaria e reduziu a sujeira em 60%.&nbsp;</p>



<figure class="wp-block-image size-large"><img src="https://cms-prd.administradores.dev/app/uploads/2025/09/image-1-1024x686.jpg" alt="" class="wp-image-421607"/></figure>



<p>Perceba que não há instruções ou qualquer publicidade, apenas um detalhe no lugar certo.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Mais nudges, menos sludges&nbsp;</h2>



<p>Sabia que você também pode usar isso a seu favor? Aplicar nudges dentro de casa é mais simples do que parece.&nbsp;</p>



<p>Por exemplo, deixar as frutas à vista sobre a mesa em vez de escondidas no fundo da geladeira, ou colocar os alimentos que quer evitar em prateleiras menos acessíveis da despensa.</p>



<p>E outra: quer reduzir o tempo de telas?&nbsp; Então por que você tem três TVs, dois celulares e um tablet dentro de casa?</p>



<p>A mesma lógica funciona com finanças.&nbsp;</p>



<p>Programar a transferência automática para a previdência assim que o salário cai ou ativar a função que sugere aportes quando sobra dinheiro na conta…</p>



<p>Tudo isso facilita a ação, reduz o atrito e torna a boa escolha quase inevitável. A decisão continua sendo sua, só ficou mais fácil de tomar.</p>



<p>E o sludge, o gêmeo do mal?</p>



<p>Sair ileso dele, como eu já disse, é praticamente impossível. Mas sair mais preparado? Totalmente viável.</p>



<p>Se você chegou até aqui, já está com uma boa camada de blindagem, porque entender como esses mecanismos operam no seu cérebro já é um bom começo.&nbsp;</p>



<p>A partir de agora, é bem provável que você nunca mais veja do mesmo jeito o design de um app, uma gôndola no mercado ou um cancelamento de um plano.</p>



<p>Mas dá pra ir além.</p>



<p>Uma das estratégias mais eficazes é criar dificuldades onde o impulso costuma mandar.&nbsp;</p>



<p>Quer comprar algo fora do planejado? Estabeleça um tempo mínimo de espera antes de decidir.&nbsp;</p>



<p>Esse respiro permite que o seu sistema mais racional entre em cena e questione se o gasto realmente faz sentido. Simples? Sim. Mas funciona.</p>



<p>Outra é automatizar as boas escolhas. Se você já decidiu que investir em previdência é importante, agende a transferência assim que sua renda entrar. Jamais pense em fazer isso depois de pagar contas ou gastar mais, senão o sludge vai puxar seu pé durante a noite.</p>



<p>E o mais importante: aprenda a reconhecer os sludges à sua volta. Sempre que algo parece mais difícil do que deveria, vale se perguntar: por quê? Quem ganha com a minha desistência?&nbsp;</p>



<p>Se um cancelamento exige esforço desproporcional, se uma escolha simples parece cercada de obstáculos, desconfie. Provavelmente tem um sludge bem posicionado, fazendo o trabalho sujo.</p>



<p>No fim das contas, Educação Financeira também passa por isso. Não se resume a planilhas ou taxas de retorno.&nbsp;</p>



<p>É sobre enxergar o cenário onde suas decisões acontecem e moldar esse ambiente para que o caminho certo também seja o mais fácil de seguir.</p>

O custo operacional da Reforma Tributária

Wellington Calobrizi

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Wellington Calobrizi

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