Jovens profissionais estão utilizando ferramentas de inteligência artificial para aumentar a produtividade, otimizar tempo e evitar trabalhos repetitivos A chegada da Geração Z ao mercado de trabalho tem sido acompanhada por uma mudança significativa na forma como tarefas são realizadas. Cada vez mais, jovens profissionais estão utilizando ferramentas de inteligência artificial para aumentar a produtividade, otimizar tempo e evitar trabalhos repetitivos. Mas essa dependência pode ter consequências para o futuro do trabalho e das habilidades humanas. IA como aliada na produtividade Jovens como Abigail Carlos, estrategista de mídia da Warner Bros. Discovery, já adotaram a IA como parte essencial de seu fluxo de trabalho. Desde a organização de e-mails até a criação de conteúdos, ferramentas como ChatGPT e Perplexity ajudam a reduzir o tempo gasto com tarefas administrativas, permitindo que ela se concentre em decisões estratégicas. Essa tendência não é isolada. Pesquisas indicam que 93% dos profissionais da Geração Z utilizam IA pelo menos duas vezes por semana. Isso se deve à familiaridade que essa geração tem com a tecnologia, tornando o uso dessas ferramentas intuitivo e natural. Além disso, há uma crescente preocupação com a automação substituindo empregos, o que leva muitos a aprimorar suas habilidades com IA para se manterem relevantes no mercado. Os desafios da automação excessiva Apesar das vantagens, especialistas alertam que a dependência da IA pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades essenciais, como pensamento crítico e comunicação interpessoal. Estudos indicam que quanto mais as pessoas confiam em IA, menos elas exercitam suas capacidades analíticas. Além disso, muitos jovens preferem buscar respostas em ferramentas de IA em vez de recorrerem a seus gestores, o que pode comprometer o aprendizado por meio da interação humana e do networking profissional. Erica Keswin, estrategista de carreiras, aponta que esse fenômeno pode estar ligado à falta de experiência presencial, especialmente devido ao impacto da pandemia na formação da Geração Z. O equilíbrio entre IA e habilidades humanas O uso da IA não precisa significar o enfraquecimento das habilidades humanas. O professor Kyle Jensen, da Universidade Estadual do Arizona, sugere que, para evitar dependência excessiva, jovens profissionais devem primeiro desenvolver conhecimento profundo em suas áreas. Isso os ajudará a identificar quando os resultados gerados por IA são imprecisos ou genéricos e quando é necessário um olhar humano. Além disso, empresas precisam oferecer treinamentos que ajudem funcionários de todas as idades a se adaptarem ao uso da IA, evitando que apenas os mais jovens dominem essas ferramentas. Stephanie Forrest, CEO da agência de marketing TFD, reforça que não se deve presumir que gerações mais velhas são menos capazes de adotar a tecnologia, desde que recebam o suporte adequado. IA como diferencial, mas não como substituta Embora a inteligência artificial esteja transformando o ambiente de trabalho, o verdadeiro diferencial continuará sendo a capacidade humana de construir relações, negociar e inovar. Profissionais que souberem equilibrar o uso da IA com habilidades interpessoais e pensamento crítico terão mais chances de se destacar no mercado, independentemente da idade.