Caos operacional afeta 94% das equipes de marketing e agrava risco de burnout, aponta pesquisa

Victor Dellorto, CEO da Deskfy
A rotina de profissionais de marketing no Brasil está cada vez mais marcada pela sobrecarga, pela falta de organização e por níveis preocupantes de estresse. Um levantamento realizado pela Deskfy, startup especializada na gestão de processos de marketing, indica que 94% dos profissionais enfrentam algum nível de caos operacional e desejam um novo modelo de trabalho que reduza a carga mental e permita uma atuação mais estratégica.
Segundo o estudo, realizado com 70 profissionais, o problema não está na falta de talento ou capacidade técnica, mas em estruturas frágeis, marcadas por fluxos desorganizados, excesso de ferramentas e baixa visibilidade das entregas. Esses fatores aprofundam o risco de esgotamento profissional (burnout), que vem ganhando protagonismo nas discussões corporativas sobre saúde mental.
Gargalos que travam o trabalho criativo
Os dados da Deskfy revelam gargalos diários que geram frustração, retrabalho e uma sensação constante de urgência. Entre eles estão a falta de briefings estruturados, processos lentos e descentralizados de revisão e aprovação, alternância entre diversas ferramentas e pouca visibilidade sobre a própria produtividade.
Essa realidade dialoga com diagnósticos globais. O relatório State of Work, publicado pela Slack, da Salesforce, reforça que a proliferação de ferramentas é um desafio crescente. Muitos profissionais relatam sentir uma “pressão pela produtividade” que os leva a adotar mais aplicativos, mas que, na prática, resulta em mais tempo alternando plataformas do que executando tarefas de valor estratégico. Esse fenômeno, chamado por especialistas de “malabarismo digital”, amplia a sobrecarga cognitiva.
O custo humano da desorganização
Embora parte do mercado esteja voltada para os avanços da inteligência artificial, a pesquisa mostra que o cotidiano de marketing ainda é dominado por tarefas manuais, planilhas, múltiplos canais e ausência de padronização. Esse cenário não prejudica apenas os resultados da área, mas consome o bem-estar mental das equipes.
“A tecnologia está disponível, mas frequentemente de forma genérica e sem foco nas necessidades específicas do marketing. Os profissionais se dividem entre e-mails, planilhas e várias ferramentas, resultando em baixa visibilidade e retrabalho”, afirma Victor Dellorto, CEO da Deskfy. Ele destaca ainda que há “uma necessidade clara de um ambiente de trabalho mais saudável, que possibilite um dia a dia estratégico por meio da centralização, automação e eficiência operacional”.
Mais estrutura, menos sobrecarga
O estudo indica que a mudança desejada pelos profissionais é estrutural. Não se trata apenas de substituir ferramentas, mas de criar uma operação fluida e clara, que reduza a carga mental causada pela fragmentação do trabalho.
Entre as soluções apontadas estão a centralização de arquivos, pessoas e demandas em um único lugar, a automatização de tarefas repetitivas, a padronização de solicitações e o uso de dashboards que trazem clareza sobre produtividade e impacto.
“Investir em uma operação centralizada não é apenas um ganho de performance, mas um ato de cuidado com as pessoas. O marketing precisa se libertar da rotina caótica para se tornar uma área verdadeiramente estratégica e, acima de tudo, sustentável para quem nela trabalha”, complementa Dellorto.
Um alerta para empresas e lideranças
O diagnóstico apresentado pela Deskfy reforça a urgência de lideranças revisarem seus modelos de operação. Em um contexto em que a pressão por resultados cresce e o debate sobre saúde mental ganha força, empresas que investem em organização e eficiência não apenas aumentam a performance, mas preservam o bem-estar de suas equipes.
A pesquisa indica que estruturar o marketing não é uma tendência futura, mas uma necessidade presente para garantir criatividade, inovação e sustentabilidade humana no trabalho.










