Como a Pixar provou que a criatividade pode (e deve) ser gerenciada

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Esta obra revela como a Pixar construiu um ambiente onde errar é permitido, aprender é obrigatório e criar é um ato coletivo: lições valiosas para qualquer líder que deseja transformar ideias em impacto duradouro
A Pixar é conhecida por criar alguns dos filmes mais marcantes da história do cinema, e o livro “Criatividade S.A.”, de Ed Catmull, revela o que há por trás desse sucesso. Longe de ser apenas uma narrativa sobre bastidores de filmes, a obra é um verdadeiro manual sobre como construir e manter uma cultura criativa dentro de uma organização, mesmo em meio à pressão por resultados e inovação constante.
Antes de ser o presidente da Pixar e da Disney Animation, Catmull era um cientista da computação com o sonho de unir arte e tecnologia. Em Criatividade S.A., ele conta como transformou esse ideal em uma empresa que revolucionou o entretenimento digital e, no processo, desenvolveu uma das filosofias de gestão mais admiradas do mundo dos negócios.
O poder de um ambiente que permite errar
Um dos principais conceitos do livro é o de que a criatividade só floresce em ambientes onde o erro é permitido. Catmull explica que, para inovar de verdade, é preciso se libertar do medo de falhar. Na Pixar, as ideias não nascem perfeitas. Elas são lapidadas por equipes que aprendem com as falhas, ajustam e reconstroem.
O autor mostra que a cultura criativa não surge por acaso. Ela depende de líderes que criam espaços psicológicos seguros, onde as pessoas possam falar o que pensam sem medo de julgamentos ou punições. Essa lição vale para qualquer gestor: não existe inovação sem vulnerabilidade.
O líder como protetor da cultura
Catmull reforça que o papel do líder não é dar ordens, mas proteger a cultura que torna a criatividade possível. Ele revela como a Pixar mantém essa essência mesmo depois de se tornar parte da Disney: por meio de práticas internas, como o “Braintrust”: um grupo de criadores que se reúne para avaliar projetos com franqueza e empatia, sempre em busca da melhor história, não do maior ego.
Ao longo das páginas, ele mostra como essa estrutura ajuda a empresa a evitar o conformismo e a mediocridade, dois inimigos naturais de qualquer organização de sucesso. O segredo é manter a honestidade radical aliada à generosidade intelectual.
O equilíbrio entre arte e negócio
Um ponto fascinante do livro é como ele trata a tensão entre criatividade e gestão. Catmull demonstra que esses dois mundos não são opostos, na verdade, são complementares. A Pixar provou que é possível conciliar o rigor de uma empresa bilionária com a leveza de um estúdio artístico.
Essa mentalidade ajuda os líderes a compreenderem que planilhas e planificação não substituem visão e coragem. Em vez de sufocar a originalidade com regras, o autor propõe que as empresas aprendam a gerenciar o caos criativo, transformando-o em resultados concretos.
Um guia para quem quer criar algo que dure
Mais do que uma história corporativa, Criatividade S.A. é um manifesto sobre liderança humanizada, colaboração e visão de longo prazo. Catmull prova que a genialidade não está apenas nas ideias brilhantes, mas na forma como as pessoas se unem para colocá-las em prática.











