Em tempos de trabalho colaborativo, equipes híbridas e alta pressão por resultados, essa pode ser a diferença entre um grupo que apenas entrega tarefas e um time que cresce junto Dar retorno após um trabalho em equipe é uma das tarefas mais delicadas da liderança. Um comentário mal estruturado pode gerar comparações, ressentimentos e competição desnecessária — exatamente o oposto do que se deseja quando o objetivo é fortalecer a colaboração. Uma nova pesquisa da Cornell University's SC Johnson College of Business oferece uma lição valiosa: o modo como o líder comunica o feedback tem impacto direto na coesão e no desempenho futuro da equipe. O estudo: feedback que une vs. feedback que separa Os pesquisadores conduziram experimentos com cerca de 200 estudantes universitários e 300 profissionais. Todos participaram de tarefas em grupo com diferentes níveis de dificuldade e receberam tipos variados de feedback. Os resultados foram claros: Quando os participantes receberam feedback mostrando que haviam performado de forma semelhante aos colegas em uma tarefa difícil, a colaboração aumentou nas próximas atividades. Quando o feedback destacou diferenças individuais — rankings ou comparações diretas — a cooperação caiu significativamente. Segundo a professora Xinyu Zhang, autora do estudo, o segredo está em gerar a sensação de 'estamos no mesmo barco'. Quando os colaboradores sentem que enfrentam juntos um desafio complexo, desenvolvem laços sociais mais fortes e maior disposição para cooperar. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção O perigo das comparações internas Embora a competição interna ainda seja usada em muitas empresas como ferramenta de motivação, o estudo mostra que comparar desempenhos dentro do time tende a corroer o senso de pertencimento. Ao elogiar publicamente um colaborador em detrimento de outro, o gestor pode — sem perceber — criar ressentimento e reduzir o engajamento coletivo.O efeito é ainda pior quando a tarefa é difícil e já exige esforço emocional e cognitivo elevado. Em resumo: quanto mais desafiadora a missão, mais o líder deve reforçar o senso de união — não de hierarquia de desempenho. Feedback que fortalece a cooperação Para transformar a devolutiva em uma ferramenta de engajamento e confiança, vale seguir algumas orientações práticas: 1. Evite rankings e comparações individuais Substitua 'O João fez melhor que você' por 'O time lidou muito bem com um desafio realmente complexo.'O foco deve ser no progresso coletivo, não na disputa. 2. Valorize o esforço compartilhado Reconheça quando o grupo enfrenta algo difícil em conjunto: 'Foi um desafio grande, mas vocês se apoiaram e entregaram um ótimo resultado.' Esse tipo de mensagem cria motivação intrínseca e solidariedade entre colegas. 3. Reforce o propósito comum Lembre o time de que o sucesso individual só faz sentido dentro do sucesso coletivo.Metas compartilhadas geram mais coesão do que métricas puramente pessoais. 4. Use feedback individual com discrição e em particular O feedback comparativo (ou de alta performance) deve ser reservado a conversas privadas, com foco em desenvolvimento — nunca em competição. O que isso significa para líderes e gestores O resumo da lição de Cornell é simples e poderoso: 'Menos ranking, mais vínculo.' Líderes eficazes não apenas avaliam resultados — eles constroem laços de confiança e pertencimento.O bom feedback não divide, une. E em tempos de trabalho colaborativo, equipes híbridas e alta pressão por resultados, essa pode ser a diferença entre um grupo que apenas entrega tarefas e um time que cresce junto.