O anúncio da Duolingo mostra que a transição para ser 'AI-first' não é sobre cortar empregos, mas sim sobre usar tecnologia como alavanca de produtividade e inovação Quando Luis von Ahn, cofundador e CEO da Duolingo, anunciou em junho que a empresa se tornaria uma operação 'AI-first', muitos usuários concluíram que a inteligência artificial chegaria para cortar postos de trabalho. Mas, em entrevista ao The New York Times, ele fez questão de corrigir a interpretação: a mudança não significa substituição de pessoas, mas aumento de eficiência. Nenhum corte, e novas contratações Segundo von Ahn, a Duolingo não demitiu funcionários por causa da IA e continua contratando 'no mesmo ritmo de antes'. Hoje, a companhia de Pittsburgh emprega cerca de 1.000 pessoas, incluindo 50 estagiários de verão. O executivo admitiu que poderia ter comunicado melhor o plano e destacou: 'Externamente, como empresa de capital aberto, algumas pessoas assumiram que era apenas para lucro ou para cortar humanos. Não era essa a intenção.' Como a IA muda o trabalho Von Ahn explicou que a inteligência artificial está sendo usada para eliminar tarefas repetitivas e acelerar processos, sobretudo entre os engenheiros. Projetos que antes levavam anos agora podem ser concluídos em semanas. A empresa promove encontros semanais, todas as sextas de manhã, para que os times experimentem novas formas de usar IA no dia a dia. 'Eles podem não estar fazendo certas tarefas mecânicas, mas provavelmente conseguirão realizar muito mais', disse o CEO. O fator humano continua essencial Embora a IA ajude a criar conversas com os personagens do aplicativo, von Ahn lembra que a diversidade e a visão de seus colaboradores continuam centrais para o desenvolvimento das aulas e experiências. E há ainda uma explicação comportamental para apostar nos diálogos com a máquina em vez de pares humanos: 'Algo como 95% das pessoas não querem falar com outra pessoa em um idioma que ainda não dominam. A carga emocional é alta demais. O bom é que você não se sente julgado por um computador.' Conclusão O anúncio da Duolingo mostra que a transição para ser 'AI-first' não é sobre cortar empregos, mas sim sobre usar tecnologia como alavanca de produtividade e inovação. Em vez de competir com as pessoas, a IA aparece como parceira para expandir o alcance da empresa — e, ao mesmo tempo, respeitar o limite emocional dos usuários.