A adoção de normas técnicas pode resultar em aumento de competitividade e qualidade dos pequenos negócios. Esse foi um dos principais temas debatidos nessa quinta-feira (28) no Workshop Internacional sobre Normalização e Pequenos Negócios, promovido pelo Sebrae e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em São Paulo. 'A normalização é um grande caminho para trazer qualidade e inovação para os pequenos negócios', destacou a analista do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht, que representou a instituição no evento. A analista, que coordena essa área no Sebrae Nacional, também lembrou que a normalização é um mecanismo para tornar os pequenos negócios mais competitivos, contribuindo para melhorar seus resultados. O evento foi finalizado com o painel Parceria ABNT e Sebrae: Aprendizado e Casos de Sucesso, onde foram debatidos os casos de normalização das indústrias de panificação (equipamentos e pão francês) e turismo de aventura. No caso da panificação, a Norma Técnica instituída pela Comissão de Estudo Especial do Pão tipo Francês da ABNT, em conjunto com o Sebrae, estabeleceu a partir de 2013 diretrizes para avaliação da qualidade e classificação do produto. Ela define 13 quesitos de avaliação dos pães, indicando um estado desejado para diferentes características particulares como pestana, casca, cor, brilho, estado do miolo, odor, sabor e peso. 'A normalização do pão francês foi um divisor de águas na indústria de panificação no Brasil', afirmou Márcio Rodrigues, presidente do Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria (ITPC), Márcio Rodrigues. Rodrigues ressaltou que a adoção da norma – que não interfere no método de fabricação do pão – já produziu resultados positivos para empresas do setor, como o caso de uma padaria que aumentou em 18% as suas vendas. Rodrigues lembrou, entretanto, que a normalização ainda é um grande desafio para a indústria da panificação, já que avaliação recente realizada com 520 padarias de diversas regiões do Brasil apontou que grande parte delas ainda está distante de atingir o padrão mais elevado estabelecido pela norma. Outro exemplo diz respeito ao segmento de turismo. No final do ano passado passou a valer no Brasil a Norma Internacional ABNT NBR ISO 21101 – Turismo de Aventura – Sistemas de Gestão da Segurança. A norma melhora a qualidade dos produtos e serviços de toda a cadeia produtiva, desde as empresas que promovem atividades ligadas ao turismo de aventura como as operadoras que oferecem pacotes turísticos e os fornecedores de equipamentos (capacetes, cordas, caiaques, mosquetões). O coordenador de normalização da Associação Brasileira de Aventura (Abeta), Leonardo Persi, lembrou que norma internacional foi baseada, em grande parte, na norma brasileira ABNT NBR 15.331, pioneira no mundo e que nasceu da necessidade dos empreendedores como forma de minimizar os riscos e oferecer mais segurança nas atividades. Essa foi uma solução tecnológica inovadora para o setor, desenvolvida pelos empresários com o apoio e a orientação do Sebrae e da ABNT. O diretor de Relações Externas da ABNT, Carlos Amorim, enfatizou a importância da parceria com o Sebrae para a adoção de normas e destacou o potencial para novas parcerias visando os pequenos negócios. 'São quase 10 milhões de pequenos negócios no Brasil com potencial para se beneficiarem do trabalho desenvolvido na normalização, que é um instrumento de competitividade', afirmou o diretor.