Mais de 1 em cada 5 jovens profissionais já deixaram o emprego por causa das 'Sunday Scaries', revela nova pesquisa Garfield, o icônico gato das tirinhas, odiava as segundas-feiras — mesmo sem ter um emprego. Para os profissionais da vida real, o sentimento é bem mais complexo: um misto de angústia, exaustão antecipada e frustração que começa ainda no domingo, enquanto o relógio avança rumo ao início de mais uma semana de trabalho. A esse fenômeno, batizado de Sunday Scaries, muitos psicólogos e especialistas em bem-estar já dedicaram estudos e conselhos. Mas, agora, um novo dado lança luz sobre uma consequência preocupante: quase metade da Geração Z já considerou pedir demissão por causa desse tipo de ansiedade — e mais de 20% efetivamente o fizeram. Ansiedade do domingo leva jovens a abandonar empregos Segundo pesquisa do site de currículos Resume.io, 45,9% dos trabalhadores norte-americanos da Geração Z (nascidos entre meados de 1990 e início dos anos 2010) já pensaram em deixar o emprego por causa do estresse dominical. E 20,2% realmente pediram demissão — um número que impressiona por ser quase o dobro da média geral, que é de 11,7% entre todas as faixas etárias. As causas principais do mal-estar relatado por essa geração incluem: Carga de trabalho e prazos apertados (33,1%) Burnout e exaustão (23,6%) Expectativas irreais por parte da liderança (15,7%) Trabalhadores em cargos de entrada são os mais afetados, com 1 em cada 5 dizendo que sente ansiedade todos os domingos. Uma nova geração, com novas prioridades Para o especialista financeiro Michael Ryan, a explicação para esse comportamento está na mudança de mentalidade da Geração Z. 'Eles são a primeira geração a priorizar a saúde mental em vez da estabilidade financeira', disse ele ao Newsweek. Ryan ressalta que esses jovens cresceram vendo seus pais enfrentarem estresse, demissões e doenças por conta do trabalho — e decidiram não seguir o mesmo caminho. Essa visão é respaldada pelos dados: 71,6% dos jovens da Geração Z acreditam que o trabalho impacta negativamente sua saúde mental, em comparação com 44,6% dos millennials e 37,8% da Geração X. Ao contrário do estereótipo de que os jovens são 'sensíveis demais' ou 'fugindo de responsabilidades', Ryan afirma: 'Eles não estão desistindo. Estão procurando propósito, limites e alinhamento. Se não encontram, vão embora.' Uma oportunidade para as empresas evoluírem O que esse fenômeno revela é mais do que uma tendência geracional: trata-se de um alerta para líderes e empresas sobre a importância de cultivar ambientes de trabalho mais humanos. Flexibilidade, apoio emocional, cultura de escuta ativa e equilíbrio entre vida pessoal e profissional não são mais diferenciais — são expectativas básicas para os jovens talentos. Além do impacto no clima organizacional, ignorar essa realidade pode afetar diretamente os resultados da empresa. Altas taxas de turnover, queda de produtividade e absenteísmo por questões emocionais são consequências diretas de ambientes negligentes com a saúde mental. O que fazer? Algumas medidas que podem ajudar a mitigar os Sunday Scaries no ambiente corporativo incluem: Oferecer horários de trabalho mais flexíveis Promover programas de bem-estar emocional Treinar líderes para reconhecer sinais de sobrecarga emocional Incentivar pausas reais e descanso nos fins de semana Criar canais abertos de diálogo com os mais jovens No fim das contas, ouvir com empatia e agir com coerência pode ser a chave para manter os jovens profissionais engajados, produtivos e — acima de tudo — saudáveis. Porque, como os dados mostram, para a Geração Z, segunda-feira começa no domingo. E ela pesa.