Uma análise das diferentes abordagens profissionais que emergem no novo mundo do trabalho. No cenário profissional atual, termos como “nômade digital” e “trabalhador remoto” se tornaram comuns. No entanto, uma nova categoria, a dos global workers, está ganhando destaque e se diferencia significativamente de outros modelos de trabalho. Embora ambos trabalhem remotamente, os objetivos, os anseios e o modo como estruturam suas carreiras colocam os global workers em uma trajetória distinta. Global workers são profissionais que atuam remotamente para empresas estrangeiras, residindo em seu país de origem ou em outro país que não necessariamente é o da sede da companhia. Assim como os nômades digitais, valorizam a flexibilidade de tempo, a liberdade geográfica, a autonomia e a possibilidade de receber salários em moedas fortes como dólar ou euro. No entanto, a principal diferença entre eles está na mobilidade. Enquanto nômades digitais priorizam a possibilidade de viajar constantemente, os global workers optam por se fixar em um local, aproveitando as vantagens financeiras dessa escolha e mantendo o contato com a família, amigos e sua cultura local. Valorizam a vida no próprio país, sem abrir mão de uma carreira internacional. “A diferença não está no valor dado à flexibilidade profissional. Mas o nômade digital coloca o deslocamento e a experiência de novos lugares como prioridade. Já o global worker tem um lifestyle igualmente bem definido, mas busca construir uma vida com flexibilidade, autonomia e ganho financeiro, sem necessariamente abrir mão de sua base familiar e cultural”, explica Gustavo Sèngès, especialista em carreiras globais e autor do livro Global Workers: Escolha seu melhor futuro. Os diferenciais financeiros são um dos pontos mais atrativos para os global workers. Ao serem contratados por empresas em países com economias fortes, como Estados Unidos ou Europa, esses profissionais geralmente recebem salários em moedas mais valorizadas, enquanto seus custos de vida permanecem os mesmos. Isso gera uma disparidade salarial positiva, permitindo uma melhor qualidade de vida do que se trabalhassem para empresas locais. Entre os benefícios que caracterizam essa nova forma de trabalhar, destacam-se: Poder de compra: Um salário em dólar ou euro no Brasil, por exemplo, multiplica exponencialmente o poder de consumo do profissional. Acesso a mercados globais: Global workers podem oferecer seu trabalho para empresas em qualquer lugar do mundo, ampliando suas oportunidades de carreira. Diversidade de projetos e experiências: Trabalhar com equipes multiculturais em ambientes inovadores enriquece o repertório profissional e o currículo. Qualidade de vida: Flexibilidade de tempo e liberdade geográfica, combinadas a um bom salário e custo de vida reduzido, permitem viver do seu jeito, com mais tempo para si, para a família e para aquilo que importa. “O global worker não está apenas buscando um emprego, mas uma estratégia de vida e de carreira. Ele entende que pode ter o melhor dos dois mundos: um trabalho flexível e bem remunerado e a proximidade de sua rede de apoio”, complementa Sèngès. Em resumo, enquanto nômades digitais priorizam a mobilidade e a exploração de novos lugares, global workers focam na estabilidade, na valorização profissional e nos ganhos financeiros que uma carreira remota global pode proporcionar. Nada impede que, no futuro, um global worker escolha se tornar um nômade digital. Ser global worker é, também, um passaporte para viver o nomadismo digital de forma mais planejada, sustentável e segura. Sobre Gustavo Sèngès Gustavo Sèngès é mentor de carreiras globais, autor do livro “Global Workers: escolha seu melhor futuro”, além de atuar como country manager na HireRight Com mais de 15 anos de experiência liderando empresas que recrutam e contratam profissionais do Brasil e da América Latina, ele se dedica à orientação de profissionais que buscam se preparar para o mercado de trabalho global, focado em trabalho remoto e flexível para empresas estrangeiras. Gustavo aborda temas como tendências do futuro do trabalho, soft skills interculturais e mentalidade global. Após mais de 20 anos de carreira como professor universitário, empreendedor e executivo, ele uniu sua paixão pela educação e pela contratação global de talentos para fundar, em 2022, a No More Office, uma empresa de mentoria dedicada a preparar profissionais para carreiras sem fronteiras. Através de sua plataforma, onde oferece mentoria, já auxiliou mais de 3 mil profissionais a se posicionarem em empresas globais. Além disso, compartilha conteúdo educativo em suas redes sociais e em sua newsletter quinzenal. Gustavo é graduado em Comunicação Social e Direito, possui especialização em Relações Internacionais e um mestrado em Direito. Mais informações: gustavosenges.com.br Instagram: https://www.instagram.com/gustavosenges/