Para investidores e fundadores, o que separa os que desistem dos que prosperam é a capacidade de recomeçar com mais sabedoria e resiliência Abrir uma empresa nunca é um caminho simples. Segundo o U.S. Bureau of Labor Statistics, mais de 20% dos novos negócios falham no primeiro ano e quase 50% fecham as portas antes de completar cinco. Embora esses números não sejam tão alarmantes quanto o mito de que metade das startups morre logo no início, o risco continua alto — e o fracasso, uma possibilidade real. Para muitos fundadores, uma experiência malsucedida basta para desistir de empreender. Mas no mundo do capital de risco, falhar não significa o fim da linha. Em alguns casos, investidores até valorizam quem já enfrentou erros e aprendeu com eles. Afinal, alguns dos maiores nomes da história dos negócios começaram justamente com fracassos. A seguir, cinco exemplos de empreendedores que erraram antes de mudar o mundo. Reid Hoffman — o visionário que errou cedo, mas aprendeu rápido Antes de criar o LinkedIn, Reid Hoffman tentou lançar o SocialNet, em 1997 — uma mistura precoce de rede social e site de encontros. A ideia era boa, mas veio antes da hora: a internet ainda era limitada, e o público, pequeno. A empresa fechou em 2000, e Hoffman devolveu o capital aos investidores. Logo depois, ele se juntou à equipe fundadora do PayPal e, em 2002, lançou o LinkedIn, que se tornou público em 2011 e foi comprado pela Microsoft por US$ 26,2 bilhões em 2016. Steve Jobs — a reinvenção após a queda Steve Jobs não fracassou com uma startup, mas com sua própria criação. Em 1985, foi demitido da Apple após um conflito com o então CEO, John Sculley. Pouco depois, fundou a NeXT, empresa de computadores para universidades, que acabou não decolando — até ser comprada pela própria Apple em 1997. De volta ao comando, Jobs usou as lições de fracasso e reinvenção para transformar a Apple na gigante global que hoje vale trilhões. 'Ser demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido', disse Jobs em um discurso em Stanford. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção Bill Gates e Paul Allen — do Traf-O-Data à Microsoft Antes da Microsoft, a dupla criou o Traf-O-Data, uma empresa que processava dados de tráfego rodoviário. O projeto funcionava bem tecnicamente, mas perdeu espaço quando o governo passou a oferecer o serviço gratuitamente. Apesar do encerramento, Gates e Allen reconheceram que a experiência foi essencial para o desenvolvimento da Microsoft. Travis Kalanick — o fundador que não desistiu Muito antes do Uber, Kalanick fundou o Scour, um serviço de compartilhamento de arquivos que acabou enfrentando um processo bilionário por violação de direitos autorais. O negócio faliu, mas ele voltou à cena com o Red Swoosh, uma rede de entrega de conteúdo digital vendida em 2007 para a Akamai. Dois anos depois, cofundou o Uber e revolucionou o transporte urbano. Em 2017, deixou o cargo de CEO após escândalos de cultura tóxica, mas seguiu empreendendo — agora à frente da CloudKitchens, empresa de cozinhas comerciais para o setor de delivery. Fracasso como parte do processo Esses casos mostram que o fracasso não é um ponto final, e sim parte do aprendizado. Para investidores e fundadores, o que separa os que desistem dos que prosperam é a capacidade de recomeçar com mais sabedoria e resiliência. Errar cedo pode ser o primeiro passo para acertar grande.