Desenvolver inteligência emocional é um exercício constante, e o primeiro passo é encarar a si mesmo com honestidade e coragem A inteligência emocional é amplamente celebrada como um diferencial nos negócios e na liderança. Mas o que pouca gente reconhece é que, quando mal compreendida ou mal desenvolvida, ela pode se tornar um obstáculo silencioso — travando decisões, relações e até seu progresso. Segundo Daniel Goleman, psicólogo que popularizou o conceito, a IE envolve cinco pilares: autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e habilidades sociais. E é justamente a deficiência ou o desequilíbrio entre esses pilares que causa os maiores impactos negativos. 1. Você evita conflitos a qualquer custo Pessoas com baixa regulação emocional costumam confundir inteligência emocional com passividade. Ao evitar conflitos em nome da “harmonia”, negligenciam feedbacks e deixam de enfrentar questões cruciais. Esse padrão pode afetar diretamente sua liderança e capacidade de inspirar confiança. Segundo Brené Brown, a coragem de enfrentar conversas difíceis é essencial para relações autênticas. 2. Sua autocrítica é excessiva O autoconhecimento é um pilar da IE, mas quando mal calibrado, pode se transformar em um ciclo de autodepreciação. Isso mina sua autoestima e paralisa decisões importantes. Carol Dweck, autora da teoria da mentalidade de crescimento, alerta que o medo do erro — alimentado por autocríticas exageradas — bloqueia a aprendizagem e a inovação. 3. Você tenta controlar tudo o tempo todo O excesso de autocontrole pode se tornar uma armadilha. Líderes que reprimem constantemente suas emoções, com o intuito de parecerem racionais, tendem a desenvolver estresse crônico e distanciamento emocional. Segundo Amy Edmondson, a segurança psicológica é alimentada por líderes que demonstram vulnerabilidade — e não por aqueles que escondem seus sentimentos o tempo todo. 4. Você não reconhece seus próprios gatilhos Ignorar os próprios gatilhos emocionais é um erro comum. Situações rotineiras passam a gerar reações desproporcionais — muitas vezes sem que a pessoa perceba o padrão. Como aponta Goleman, o autoconhecimento emocional exige treino e atenção constante para identificar padrões e reações automáticas. Sem isso, a IE se torna reativa em vez de estratégica. 5. Você prioriza os outros e se anula Empatia sem limites vira sobrecarga. Quando você absorve as emoções dos outros sem filtrar ou se posicionar, corre o risco de se anular — e com isso, perder seu centro. John Maxwell reforça que líderes eficazes equilibram escuta e direção. Ser sensível não é sinônimo de ser permissivo. Inteligência emocional não é ausência de emoção O maior mito da inteligência emocional é acreditar que ela exige neutralizar emoções. Na verdade, trata-se de reconhecer, entender e gerenciar sentimentos — seus e dos outros — de forma estratégica. Portanto, ao identificar esses sinais, não os veja como fraqueza, mas como oportunidade. Desenvolver inteligência emocional é um exercício constante, e o primeiro passo é encarar a si mesmo com honestidade e coragem.