Tecnologia é possível graças às etiquetas digitais, que podem ser atualizadas em tempo real conforme o estoque, a demanda e até a proximidade do vencimento dos itens Supermercados europeus estão adotando a chamada tarifa dinâmica, um modelo de precificação em que os valores dos produtos mudam ao longo do dia. A tecnologia é possível graças às etiquetas digitais, que podem ser atualizadas em tempo real conforme o estoque, a demanda e até a proximidade do vencimento dos itens. De acordo com redes que já implantaram o sistema em países como Alemanha, França e Reino Unido, a principal vantagem está na eficiência. Produtos próximos da data de validade, por exemplo, recebem descontos automáticos, reduzindo o desperdício de alimentos e oferecendo preços mais baixos para consumidores atentos. Além disso, a gestão de estoques se torna mais ágil, permitindo que os supermercados reajam rapidamente às variações de procura. No entanto, o modelo não é unanimidade. Críticos afirmam que a tarifa dinâmica pode criar insegurança no consumidor, que nunca sabe ao certo qual será o preço do produto na próxima hora. Outra preocupação é a possibilidade de aumentos abusivos em períodos de alta demanda, como finais de semana ou horários de pico, prejudicando quem não tem flexibilidade para escolher quando fazer suas compras. Mesmo com a resistência, a tendência vem se consolidando. Grandes redes avaliam que o benefício de evitar perdas e otimizar margens supera os riscos de insatisfação. Para os defensores, trata-se de uma evolução natural do varejo, assim como ocorreu com as passagens aéreas e aplicativos de transporte, que já aplicam o modelo há anos. Resta saber se o sistema poderia ser bem aceito no Brasil. Em um mercado altamente sensível ao preço, com consumidores atentos a promoções e, ao mesmo tempo, desconfiados de abusos, a implementação traria desafios significativos. A pergunta que fica é: será que esse modelo funcionaria em supermercados brasileiros?