Mais da metade dos trabalhadores norte-americanos já passou, ou está passando, por uma crise de carreira entre os 20 e 35 anos. O dado vem de um estudo da FlexJobs, citado pelo HRDive, e deveria soar como um alerta para líderes e empresas: estamos falando de um fenômeno que afeta diretamente a saúde mental e a produtividade da força de trabalho. O que está por trás da crise Segundo a pesquisa, 55% dos profissionais entre 20 e 35 anos vivem um momento de insegurança e dúvida profunda em relação ao futuro da carreira. Entre os fatores estão: Estresse constante; Instabilidade no emprego; Estagnação profissional. A angústia é tão grande que 27% não acreditam que seu cargo existirá dentro de cinco anos. Some-se a isso um cenário de cortes de benefícios, aumento da pressão por resultados, e o temor de que a inteligência artificial torne alguns postos obsoletos. Os números da exaustão O levantamento mostra a dimensão do problema: 77% pensam em trabalho mesmo fora do expediente; 22% dizem pensar em trabalho o tempo todo; 65% se sentem estressados ou sobrecarregados em um dia comum; 71% afirmam já estar em burnout. Além disso, 60% relatam tédio nas funções atuais e 54% dizem sentir-se presos ao emprego. Entre resiliência e mecanismos de defesa Para Toni Frana, especialista da FlexJobs, lidar com essa fase é 'um momento definidor', que pode fortalecer os jovens profissionais e dar mais clareza sobre seu caminho. Mas há um contraponto irônico circulando nas redes: a frase da autora Steffanie Holmes — 'O que não te mata te dá mecanismos de defesa pouco saudáveis e um senso de humor ácido.' Essa leitura lembra que nem sempre o estresse se converte em aprendizado positivo; muitas vezes, deixa cicatrizes emocionais. Por que líderes devem agir Ignorar essa crise custa caro. Funcionários ansiosos e esgotados trabalham menos focados, cometem mais erros e se tornam mais propensos a pedir demissão. Um ambiente marcado pela incerteza e pelo microgerenciamento pode transformar metade do quadro de funcionários em profissionais desmotivados e improdutivos. O que as empresas podem fazer O relatório sugere caminhos práticos para reduzir o impacto dessa crise: Estabilidade e clareza: lideranças consistentes e comunicação transparente sobre o futuro da empresa e do cargo; Gestão saudável: lidar com chefes tóxicos e eliminar práticas de microgerenciamento; Carreira com propósito: apoiar o desenvolvimento, criar planos de progressão e oferecer oportunidades de aprendizado; Cultura de cuidado: abrir espaço para conversas francas sobre saúde mental e equilíbrio de vida. Conclusão A crise de carreira no 'quarto de vida' não é modismo. É um reflexo da insegurança estrutural no mercado e da pressão constante sobre jovens profissionais. Líderes atentos podem transformar esse momento em oportunidade: apoiar, orientar e dar clareza é investir em equipes mais resilientes, engajadas e produtivas.