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<p><span>Sempre fui um péssimo vendedor e um negociador tão ruim quanto. Desde criança. Quando tinha de vender bilhetes de sorteios na escola, só conseguia atingir a cota com a solidariedade do pessoal de casa &#8211; nessas horas, sempre dava graças a Deus por ter uma família grande! Nas vezes em que tentei colocar à venda objetos que não me serviam mais, sempre fui um fiasco. Ou não conseguia quem comprasse ou acabava saindo no prejuízo &#8211; nessas ocasiões, era impressionante: os compradores sempre tinham mais lábia do que o vendedor. Essas histórias de gente de sucesso que começou com uma barraquinha de doces ou de refresco com os amigos na infância eu nunca vou poder contar. </span></p>
<p>Com a falta de jeito para as vendas, acabei criando uma aversão tão grande a esse tipo de trabalho que, quando não sabia o que escolher no ano do vestibular, um dos critérios de exclusão foi justamente esse: topo (quase) qualquer coisa, desde que um dia eu não precise vender algo para sobreviver. Acabei escolhendo jornalismo, com duas certezas que mais tarde se provaram meras pegadinhas do malandro. A primeira era a de que, finalmente, tinha me livrado da matemática, que durou até o dia em que tive de fazer minha primeira matéria sobre estatísticas do IBGE. A segunda merece um parágrafo à parte.</p>
<p>Com exceção do meu peixe, até esta edição da Administradores eu nunca tinha precisado vender nada para garantir o final feliz do mês. E, no final das contas, continuo sem vender. Mas, graças a mais uma ideia genial (só que não) do nosso editor Fábio Bandeira de Mello, precisei tentar. O lance: atuar como vendedor porta a porta e depois contar a experiência aqui. De cara, vi que isso não daria certo. Mas, se para eu comer o pão, o diabo teria que amassá-lo, melhor que eu mesmo amassasse.</p>
<p>Fui à luta. Os produtos: livros (de best-sellers de auto-ajuda a biografias de celebridades). O público: qualquer pessoa que me abrisse a porta. A meta: pelo menos, voltar para a redação com uma boa história para contar. Depois de três horas sob o sol, com uma pilha de livros nas mãos, entretanto, não tinha ainda nada demais. Apenas alguns “não tenho interesse” e outros “passe depois que a dona da casa não se encontra”, e nada mais. Aceitei, então, que não teria jeito e voltei para a redação. O bom senso recomendava voltar, dizer que a missão falhou e sugerir pensarmos em outra coisa. E assim o fiz.</p>
<p>De volta, cabisbaixo, com todos os livros nas mãos, a equipe em peso me perguntou, quase em uníssono: “e aí, vendeu quantos?”. Não sei por quê, mas meu “nenhum” foi hilário. É verdade que eu não vi graça. Mas as pessoas riram (com exceção de Fábio, que perdeu mais alguns fios de cabelo pensando na edição que tinha de fechar). Eu sentei e já fui chamando a turma para discutirmos o plano B. Foi aí, então, que o big boss Leandro Vieira chegou com a solução: trocar uma ideia com uma lenda viva das vendas porta a porta. O homem que vendeu 10 máquinas de datilografia em meia horinha de conversa e comprou casa, carro e estabilidade vendendo enciclopédias nas ruas. Seu Vieira. Também conhecido na nossa redação como O pai de Leandro. </p>
<p>Fomos até ele e, com papel e caneta na mão, ouvi 40 minutos de uma história que nos deu o toque que faltava e salvou nossa pauta simplesmente invertendo fatores que, no final das contas, não alteraram o resultado. No início, o objetivo era atuar como vendedor porta a porta e destacar pontos interessantes da experiência que, ao mesmo tempo, servissem de lição para quem atua ou pretende atuar no setor e mostrassem como a atividade é vista hoje pelo público. Depois da conversa &#8211; e da tentativa fracassada de identificar alguma coisa atuando como vendedor &#8211; decidi que o melhor seria contar o que não aprender comigo e compartilhar com vocês meus erros, analisando-os sob a luz das lições que aprendi tarde demais com Seu Vieira. </p>
<h4>1 &#8211; Perca a vergonha (no bom sentido)</h4>
<p>Quando conseguiu seu primeiro emprego de vendedor &#8211; na Olivetti, (os mais jovens talvez tenham visto impressoras com essa marca. Para os mais velhos, entretanto, ela é sinônimo de máquina de datilografia) &#8211; encarou um desafio que, na primeira semana, parecia impossível de cumprir: vender máquinas de escrever portáteis Lettera 22, novidades naqueles idos de 1962. Tímido, não conseguiu bater em uma porta sequer. Chegou ao sábado como a grande decepção da equipe. Antes de chegar à segunda-feira, entretanto, parou, refletiu e chegou à conclusão de que não sabia por que estava com vergonha e, se não havia motivo aparente, não havia o que temer.</p>
<p>Começando a semana, saiu de casa cedinho e obstinado a derrubar o muro da timidez. Escolheu, então, um destino onde, certamente, encontraria vários potenciais compradores: a secretaria de educação da cidade, Porto Alegre. Na cara dura, pediu para falar com a secretária, disse que tinha um produto inovador, que ajudaria bastante no cotidiano dos profissionais que trabalhavam ali, e solicitou autorização para apresentá-lo aos funcionários. Com a permissão concedida, reuniu as pessoas, fez uma demonstração e já saiu daquele primeiro dia com dez pedidos. Dali em diante, já tinha coragem para bater na porta até do presidente dos EUA. Eu, não.</p>
<h4>2 &#8211; Prepare-se</h4>
<p>Depois que perdeu a timidez, Seu Vieira se deu conta de que tinha mesmo vocação para as vendas. Mas sempre teve em mente que formação é fundamental. Antes de começar a vender as máquinas portáteis da Olivetti, passou por um curso específico de vendas na empresa. E cotidianamente participou de processos de formação continuada, fosse em cursos de média duração, fosse em treinamentos pontuais. Não é à toa que ele descreve a companhia como “a maior escola de vendas que se podia encontrar naquela época”.</p>
<p>Mas a capacitação formal nem sempre é suficiente (pelo menos para quem quer ir além do suficiente). Quando passou a ser vendedor de exemplares da Barsa, além dos cursos de vendas, se dedicou a estudar os verbetes da enciclopédia. Conhecê-los foi fundamental para convencer as pessoas de que aqueles eram produtos interessantes. “Livro é a coisa mais difícil de você vender. Máquinas de datilografia, calculadoras, as pessoas compravam porque precisavam. No caso dos livros, eles tinham que se convencer de que aquilo ia acrescentar algo às suas vidas. Então eu perguntava algo interessante (e difícil), por exemplo, sobre a história mundial e, quando a pessoa dizia que não sabia, eu falava que a informação estava na Barsa”, conta Seu Vieira. No meu caso, eu mal conhecia as capas dos livros que estava vendendo e sequer me dei ao pequeno trabalho de ler uma das incontáveis listas de 10 coisas que um bom vendedor precisa saber, disponíveis na internet. Achei que fosse só chegar e pronto. </p>
<h4>3 &#8211; Monte sua estratégia</h4>
<p>Com a habilidade e a preparação, tudo que falta agora é traçar um plano. Pensar em como agir faz toda a diferença. Eu saí de casa simplesmente com o objetivo de vender qualquer livro e a única estratégia foi fazer um percurso que me permitisse andar sempre pela calçada da sombra (o Nordeste, nos últimos meses do ano, na primeira metade da tarde, é, como diria o poeta, praticamente uma sucursal do inferno). Saí com todos os livros tal qual quando chegaram. Mas evitei o bronze. Objetivo cumprido.</p>
<p>Para vender, entretanto, é preciso um pouco mais. Seu Vieira tinha seus artifícios. Para vender mais, procurava sempre vender a grupos. Embora seja um tipo de venda mais difícil, já que sempre tem um boicotador no meio, permitia vender mais em um espaço de tempo menor. Ao chegar a um grupo, apresente uma proposta especial para ele. Ao chegar a uma região que não conhece, informe-se, faça uma lista e, daí, programe visitas. Escolha clientes que, realmente, são compradores potenciais do seu produto. </p>
<p>Dessas lições, cheguei perto da “proposta especial”. No fim de minha jornada, já sob o desespero de não vender nada, comecei a usar um recurso que, confesso, já me convenceu (mas não me ajudou a convencer ninguém): “ah, custa R$ 30,00, mas para você vou fazer por R$ 10”. Nem assim deu certo.</p>
<h4>4 &#8211; Vá à luta. Metas são o mínimo</h4>
<p>“Eu ganhei dinheiro vendendo porta a porta porque eu trabalhava. Como o salário era muito bom, na época, a maioria dos vendedores cumpria o mínimo e se conformava. Eu, não. Lembro que quando me deram uma área para cobrir, avisaram que era uma região em que ninguém havia conseguido vender. Quando fui, o principal cliente disse que nunca tinha recebido a visita de um vendedor da empresa. Os caras diziam que haviam ido fazer a visita, mas iam namorar na praça. No primeiro dia, vendi duas máquinas. Quando bati a meta, sempre continuei vendendo. Em dezembro, fui eleito vendedor do ano (na Olivetti)”, conta Seu Vieira.</p>
<p>Nessa parte, vou fazer minha defesa. Ir à luta, eu fui. Ninguém pode dizer que não tentei. Bati em algumas dezenas de portas e mesmo com algumas dessas batendo na minha cara, continuei firme. Tudo bem que Seu Vieira vendia até de madrugada e eu passei só cerca de três horas tentando. Mas tenho o próprio Seu Vieira a meu favor. Ele disse que livros são mesmo difíceis de vender.</p>
<h4>5 &#8211; Construa um bom relacionamento</h4>
<p>Seu Vieira disse que nunca recorreu à família em suas vendas (como eu fazia com meus bilhetes na escola), como muitos colegas faziam para atingir suas metas. Para garantir essa independência, entretanto, construir um bom relacionamento com os clientes, da forma mais duradoura possível, sempre foi fundamental. Seja sempre ético e nunca prometa o que não pode cumprir: um deslize com um cliente pode comprometer toda sua carreira. “Meus clientes eram meus amigos e assim as coisas funcionavam muito bem”, conta Seu Vieira. </p>
<p>No meu caso, como era apenas uma experiência de um dia, sequer levei isso em conta. Mas vejamos pelo lado positivo: também não procurei ninguém da família.</p>


Cinco lições de Seu Vieira sobre vendas que eu aprendi tarde demais

Em apenas uma tarde, eu aprendi (na marra) sobre o que fazer e o que não fazer para se dar bem como um vendedor porta a porta

Cinco lições de Seu Vieira sobre vendas que eu aprendi tarde demais | Administradores

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Administradores | Conhecimento para Resultados

<p>Por Bruno Carone*</p>



<p>Em um mundo cada vez mais acelerado e exigente, a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional tornou-se uma necessidade urgente. A saúde mental, outrora um tabu, agora ocupa um lugar central nas discussões sobre bem-estar e produtividade. Neste contexto, as férias são entendidas como um dos pilares para a construção de ambientes de trabalho mais saudáveis e engajadores, produtivos e criativos.</p>



<p>Pesquisa realizada pelo&nbsp;Férias&nbsp;&amp; Co. para medir os índices de engajamento, satisfação, retenção, nível de bem-estar e a importância das&nbsp;férias&nbsp;para os colaboradores de empresas dos&nbsp;mais&nbsp;diversos segmentos, mostra que um dos resultados&nbsp;mais&nbsp;expressivos é que 92% dos entrevistados acreditam que os momentos de lazer e descanso podem beneficiar a saúde mental. Ao todo, o questionário obteve 586 respondentes com idades entre 18 e 54 anos, que ocupam cargos de analistas até diretores.</p>



<p>As&nbsp;férias&nbsp;têm sido cada vez&nbsp;mais&nbsp;valorizadas pelos colaboradores e o bem-estar tem se tornado um grande aliado para o sucesso sustentável das empresas. Os períodos de descanso permitem a desconexão das pressões diárias, reabastecimento das energias e retorno ao trabalho com novas perspectivas. Um tempo dedicado ao descanso ainda reduz o estresse, melhora o humor e aumenta a satisfação no ambiente profissional. Quando os colaboradores se sentem valorizados e cuidam da&nbsp;sua&nbsp;saúde mental, isso também reflete na qualidade das entregas.</p>



<p>Além do período de descanso, há ainda uma tendência cada vez&nbsp;mais&nbsp;comum no ambiente corporativo e que tem se mostrado positiva para a promoção da saúde mental: o workation, termo que tem ganhado popularidade entre profissionais das&nbsp;mais&nbsp;diversas áreas. A palavra é uma combinação de trabalho (work) e&nbsp;férias&nbsp;(vacation), e serve para descrever a prática de trabalhar remotamente enquanto se está em um local diferente, até mesmo em uma viagem.</p>



<p>O workation é um forte aliado na busca pela saúde mental das equipes, pois oferece flexibilidade, permitindo que os profissionais escolham onde trabalhar. Isso também reflete positivamente na atração e retenção de novos talentos, já que a possibilidade de trabalhar em um ambiente relaxante, como uma praia ou uma montanha, e estar&nbsp;mais&nbsp;próximo da família, inclusive nestas viagens, diminui o estresse e o esgotamento físico e mental. Além disso, um local diferente pode ajudar a quebrar a rotina e proporcionar novas experiências e perspectivas, que podem refletir até mesmo na carreira dos colaboradores.</p>



<p>As&nbsp;férias&nbsp;e o workation representam muito&nbsp;mais&nbsp;do que um simples período de descanso. São investimentos estratégicos que podem transformar a cultura organizacional, aumentar a produtividade e garantir a longevidade das empresas. Ao oferecer aos colaboradores a oportunidade de se desconectar, recarregar as energias e encontrar um novo propósito, as empresas estão investindo no seu maior ativo: as pessoas.</p>



<p>Neste cenário, é importante que o mundo corporativo tenha em mente que tais tendências não podem passar despercebidas, pois podem ser cruciais para as mudanças que determinam o futuro do trabalho. É preciso que líderes e gestores entendam que as ações tradicionais que acontecem há décadas não estão sendo&nbsp;mais&nbsp;suficientes para atender às demandas e expectativas dos colaboradores. A promoção de um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal é, portanto, um&nbsp;investimento&nbsp;vital que pode resultar em uma cultura corporativa&nbsp;mais&nbsp;positiva e produtiva.</p>



<p><strong>*Bruno Carone</strong> <em>é cofundador e CEO do Férias &amp; Co., a primeira empresa de benefícios de viagens do mundo, dedicada a promover o bem-estar e a satisfação dos colaboradores por meio de experiências de viagem personalizadas</em></p>

Por que várias empresas estão bancando boas férias para seus colaboradores? Entenda movimento

<p>Fazer negócios com o exterior ficou mais simples e a chegada da conta <a href="https://wise.com/br/business/?utm_source=administradores&amp;utm_medium=audio&amp;utm_campaign=Brazil+Launch_2024&amp;utm_content=Wise+Business">PJ da Wise</a> ao mercado nacional pode ser considerada um divisor de águas.</p>



<p>Empresas brasileiras que realizam transações internacionais enfrentam desafios comuns, como instabilidade cambial, taxas de conversão desfavoráveis e a complexidade de gerenciar múltiplas moedas. Pensando em simplificar esse processo e trazer economia, a Wise lançou no Brasil a conta PJ Wise Empresas, projetada para negócios que desejam operar globalmente com eficiência.</p>



<p>A Wise Empresas é a primeira e única conta PJ no país que permite gerenciar ganhos internacionais em múltiplas moedas, além de BRL, USD e EUR. Essa funcionalidade única permite que empresas recebam pagamentos como se fossem locais em mercados estrangeiros, convertendo valores apenas quando for mais vantajoso, garantindo maior controle sobre os ganhos e evitando perdas desnecessárias.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><strong>Funcionalidades que fazem a diferença</strong></h3>



<p>A conta PJ da Wise oferece uma gama de serviços voltados para empresas de todos os tamanhos:</p>



<ul class="wp-block-list">
<li><strong>Recebimentos em mais de 40 moedas:</strong> permite que os valores sejam convertidos conforme a conveniência da empresa.</li>



<li><strong>Pagamentos internacionais em mais de 70 moedas:</strong> ideal para lidar com fornecedores globais.</li>



<li><strong>Cartão de débito internacional:</strong> aceito em 150 países, com IOF reduzido de apenas 1,1% e taxas competitivas.</li>



<li><strong>Saques instantâneos:</strong> acesso imediato aos fundos, disponível 24 horas por dia.</li>



<li><strong>Suporte 24/7 em português:</strong> garantindo atendimento eficiente para resolver qualquer questão.</li>
</ul>



<h3 class="wp-block-heading"><strong>Benefícios econômicos e operacionais</strong></h3>



<p>A Wise Empresas não apenas elimina os altos custos associados às transações internacionais, mas também simplifica a gestão financeira global. Mais de 600.000 empresas ao redor do mundo já utilizam essa solução para agilizar suas operações e reduzir despesas. A conta centraliza todas as operações, oferecendo praticidade e transparência para os empreendedores.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><strong>Um mercado em ascensão</strong></h3>



<p>Com o aumento das micro e pequenas empresas que operam globalmente, soluções como a Wise Empresas se tornam indispensáveis. A instabilidade cambial é um dos maiores vilões dos negócios internacionais, e a Wise Empresas oferece um sistema robusto e confiável para evitar perdas financeiras.</p>



<h3 class="wp-block-heading"><strong>A nova era da gestão financeira global</strong></h3>



<p>A Wise Empresas se posiciona como uma ferramenta indispensável para empresas que desejam expandir suas operações internacionais de forma segura, econômica e eficiente. Para empresários que buscam uma solução integrada, é o momento de adotar essa inovação e transformar o gerenciamento das finanças globais.</p>



<p><strong><a href="https://wise.com/br/business/?utm_source=administradores&amp;utm_medium=audio&amp;utm_campaign=Brazil+Launch_2024&amp;utm_content=Wise+Business">Abra sua conta Wise Empresas hoje</a> e comece a economizar enquanto expande seus negócios pelo mundo.</strong></p>

Wise Empresas: conta PJ chega ao mercado brasileiro como divisor de águas

<p><em>A inclusão de pessoas com deficiência a partir da possibilidade de uma carreira com respeito às demandas individuais se torna um motor de transformação para a sociedade</em></p>



<p><em>Por Pedro Sampaio*</em></p>



<p>Muitas pessoas ainda têm a crença de que a oportunidade de emprego para pessoas com deficiência é tão somente uma atitude “generosa”, ancorada em uma lei que obriga as organizações a terem representatividade. Mas a verdade é que investir em pessoas e gerar oportunidades reais vai muito além disso. Desenvolver e oferecer caminhos e condições para a ascensão profissional de pessoas com deficiência traz um valor imensurável não apenas para nós, como também para toda a sociedade.</p>



<p>Iniciativas voltadas à absorção de pessoas com deficiências são mais que necessárias em um país com baixa empregabilidade dessas pessoas. Menos de 30% das pessoas com alguma deficiência tem alguma atividade profissional, de acordo com estudo do IBGE de 2022. E delas, mais da metade (55%) trabalha na informalidade.</p>



<p>Ter um emprego formal estimula o desenvolvimento da autonomia, proporcionando vidas mais independentes, dignas e de qualidade. Além disso, a expansão de oportunidades para pessoas com deficiência potencializa o conhecimento coletivo sobre a inclusão e sobre comportamentos respeitosos, essencial para que as pessoas convivam com as diferenças, combatendo preconceitos enraizados e vieses inconscientes que, aí sim, nos limitam de fato.</p>



<p>Quando desenvolvidos de forma estratégica, os treinamentos e programas de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho ajudam a revelar habilidades muitas vezes inexploradas pela falta de estímulo, como a liderança, inteligência emocional, gestão, socialização, compromisso, entre outras. O x da questão é que para que essa pessoa alcance seu máximo potencial é imprescindível que as empresas compreendam e respeitem as individualidades, o tempo de aprendizagem de cada um e esteja disposta a oferecer as metodologias, as ferramentas e a acessibilidade necessária para que possam ter o ambiente adequado para exercer suas funções.</p>



<p>Neste compromisso de impulsionar a inclusão para além da cota, temos empresas como a Arcos Dorados, operadora da marca McDonald's na América Latina e Caribe, que além de reconhecida por ser uma das maiores empregadoras de jovens, tem uma estratégia socioambiental chamada Receita do Futuro, que orienta as decisões da companhia e tem a inclusão como um princípio e a diversidade como uma prioridade. Só no Brasil, a companhia conta com cerca de 2 mil pessoas colaboradoras com diferentes tipos e graus de deficiência, sendo sua grande maioria (72%) deficiência intelectual, o que é ainda mais raro de encontrar no mercado.</p>



<p>Todos nós, sem exceção, temos virtudes e pontos de desenvolvimento, alguns deles aparentes, outros nem tanto, alguns já identificados, outros não. Mas fato é que a inclusão de pessoas com deficiência a partir do trabalho remunerado adequado, do desenvolvimento, da possibilidade de uma carreira e com respeito às demandas individuais, se torna um verdadeiro motor de transformação para a sociedade.</p>



<p><em>* Pedro Sampaio é Analista de Diversidade &amp; Inclusão na Arcos Dorados, homem trans, autista e especialista na pauta LGBTQIAPN+ e PcD(s).</em></p>

Inclusão transformadora: o valor do emprego para pessoas com deficiência

<p><em>Se você busca um exemplo para seguir, escolha alguém cuja história mostre que sucesso se constrói no dia a dia. Porque talento pode impressionar, mas esforço é o que transforma</em></p>



<p>Um estudante do ensino médio em Bangladesh questionou a ideia de que motivação é resultado do esforço contínuo. Para ele, figuras como Elon Musk seriam exemplos perfeitos de inspiração. A provocação é válida, mas levanta um ponto crucial: há uma diferença fundamental entre inspiração e motivação. Inspiração é a faísca inicial. Motivação é o combustível que mantém o motor em movimento.</p>



<p>De acordo com um estudo publicado na revista <em><a href="https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/01973533.2020.1734006" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Basic and Applied Social Psychology</a></em>, a escolha de quem admiramos importa mais do que imaginamos. Modelos de sucesso baseados em esforço tendem a gerar mais impacto prático do que aqueles associados ao talento nato.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Inspiração que limita ou que liberta</h2>



<p>Pesquisadores compararam os efeitos de apresentar participantes a Albert Einstein, muitas vezes descrito como um “gênio natural”, e Thomas Edison, conhecido por seu trabalho incansável e disciplina. Após lerem sobre um dos dois, os voluntários realizaram o mesmo teste de matemática. O grupo exposto a Edison teve desempenho superior, sugerindo que a ideia de esforço perseverante impulsiona mais do que o mito da genialidade.</p>



<p>Para eliminar o peso do nome, os cientistas repetiram o experimento usando um personagem fictício, retratado como um <a href="https://www.administradores.com.br/noticias/7-livros-que-todo-empreendedor-deveria-ler-para-pensar-grande" target="_blank" rel="noreferrer noopener">trabalhador árduo</a>. O resultado foi o mesmo: inspiração associada ao esforço trouxe mais resultados do que a imagem do prodígio.</p>





<h2 class="wp-block-heading">O risco do mito do gênio</h2>



<p>Ter como modelo alguém classificado como “gênio” transmite a ideia de que o sucesso é reservado apenas aos dotados de talentos inatos. Essa visão reforça uma mentalidade fixa: somos o que somos, e pouco pode ser feito para mudar. Já observar a trajetória de quem vence por meio de disciplina e persistência estimula uma mentalidade de crescimento, em que acreditamos na capacidade de evoluir pelo trabalho contínuo.</p>



<p>Essa diferença de mentalidade é decisiva. A maioria das pessoas não se vê como prodígio, mas sim como alguém comum com potencial para se desenvolver. E é exatamente por isso que se identificar com histórias de esforço e superação torna-se mais motivador.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Escolhendo os modelos certos</h2>



<p>Na prática, não podemos escolher ter talento natural, mas sempre podemos escolher investir esforço, disciplina e resiliência. Ao admirar pessoas que trilharam o caminho do trabalho árduo, fortalecemos a crença de que também somos capazes de conquistar resultados.</p>



<p>Isso não significa deixar de se inspirar em nomes como Musk, Sara Blakely, Jeff Bezos ou Mark Cuban. Mas é fundamental reconhecer que, por trás de suas trajetórias, existe muito mais do que genialidade: há anos de dedicação, fracassos, ajustes de rota e disciplina. É nesse aspecto que eles se tornam verdadeiros modelos de inspiração.</p>



<p>A mensagem é simples: se você busca um exemplo para seguir, escolha alguém cuja história mostre que sucesso se constrói no dia a dia. Porque talento pode impressionar, mas esforço é o que transforma.</p>

Por que escolher modelos de esforço é mais inspirador que seguir gênios

<p><em>A empresa que valoriza a amizade, a escuta e o tempo de qualidade entre colegas está investindo não apenas em bem-estar, mas também em resultados sustentáveis</em></p>



<p>Imagine se sua empresa oferecesse a chance de trabalhar lado a lado com sua melhor amiga. Poucos aceitariam trocar isso por um salário menor. Mas e se a proposta fosse ter uma “melhor amiga de IA”? A ideia soa futurista, mas já atrai quase todos os trabalhadores ouvidos em uma pesquisa da KPMG: 99% dos profissionais afirmaram que gostariam de ter um <a href="https://www.administradores.com.br/noticias/ai-e-o-futuro-do-atendimento-ao-cliente-o-que-o-novo-relatorio-da-gartner-revela" target="_blank" rel="noreferrer noopener">chatbot</a> como companheiro de confiança no ambiente de trabalho.</p>



<p>Segundo o <a href="https://www.hrdive.com/news/most-workers-would-trade-salary-to-work-with-close-friends-kpmg-finds/760363/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">levantamento</a>, que ouviu mais de mil funcionários em tempo integral, 98% também gostariam que sistemas de IA sugerissem colegas com base em interesses compartilhados — o que implica confiar a essas ferramentas informações pessoais para ajudar a formar conexões.</p>



<h2 class="wp-block-heading">O paradoxo da IA e da solidão</h2>



<p>Os números revelam o quanto a sociedade está familiarizada com a interação com inteligências artificiais. Porém, como destacou Sandy Torchia, vice-chair de talento e cultura da KPMG nos EUA, vivemos um paradoxo: a IA pode aliviar a solidão, mas ao mesmo tempo reforça a necessidade de conexões humanas autênticas.</p>



<p>Isso aparece claramente em outros achados do estudo. Quase 9 em cada 10 trabalhadores (86%) disseram que a exposição à IA aumentou seu desejo de criar vínculos humanos. Entre profissionais remotos, esse número sobe para 94%. Ainda assim, quase metade dos entrevistados (49%) acredita que a tecnologia favorece conexões superficiais, em vez de conversas significativas.</p>





<h2 class="wp-block-heading">O declínio das amizades no trabalho</h2>



<p>A solidão corporativa é um fenômeno crescente. Uma pesquisa da Gallup revelou que apenas 20% dos trabalhadores norte-americanos têm um “melhor amigo” no trabalho. Já outro levantamento, do Glassdoor, mostrou que 53% dos entrevistados evitam criar amizades próximas com colegas porque preferem separar vida pessoal e profissional.</p>



<p>Essa tendência contrasta com evidências que associam amizades verdadeiras no trabalho a maior satisfação, engajamento e produtividade. No entanto, muitos funcionários relatam dificuldade em cultivar esses laços em tempos de trabalho remoto e híbrido.</p>



<h2 class="wp-block-heading">Amigo ou simulacro?</h2>



<p>Embora alguns vejam a IA como uma “máquina da solidão”, outros a consideram uma alternativa viável. Nos debates online, opiniões se dividem. Há quem critique a ideia, lembrando que, por mais convincente que seja, a IA não pode retribuir sentimentos. Por outro lado, usuários defendem que conversar com um chatbot é útil justamente porque não exige nada em troca e permite compartilhar interesses de nicho sem receio de incomodar.</p>



<p>Na prática, esse contraste revela uma tensão cultural: a busca por ferramentas que ofereçam companhia, mesmo que artificial, e o receio de substituir relações humanas por interações programadas.</p>



<h2 class="wp-block-heading">O que as empresas podem fazer</h2>



<p>Diante desse cenário, a recomendação para líderes é clara: antes de apostar em soluções tecnológicas, é preciso entender o nível de solidão presente nas equipes. Pesquisas internas podem revelar se os funcionários se sentem isolados. Se houver carência de conexões, a IA pode ser usada como apoio, mas nunca como substituto da construção de uma cultura de engajamento humano.</p>



<p>Afinal, nenhuma tecnologia elimina a necessidade de contato genuíno. A empresa que valoriza a amizade, a escuta e o tempo de qualidade entre colegas está investindo não apenas em bem-estar, mas também em resultados sustentáveis.</p>

A amizade com a IA no trabalho: solução ou ilusão para a solidão corporativa?

<p><em>Lidar com a procrastinação é mais do que vencer a inércia: é aprender a administrar emoções, tempo e energia</em></p>



<p><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Procrastina%C3%A7%C3%A3o" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Procrastinar</a> é adiar o que sabemos que precisa ser feito, muitas vezes trocando tarefas importantes por atividades mais fáceis ou prazerosas. Esse hábito pode gerar frustração, acúmulo de trabalho e até prejudicar a carreira. No entanto, é possível combatê-lo com estratégias práticas e consistentes.</p>



<p>A procrastinação não é apenas falta de disciplina, mas um mecanismo ligado às emoções. Aprender a reconhecê-la e aplicar técnicas específicas ajuda a retomar o <a href="https://www.administradores.com.br/noticias/como-gerenciar-melhor-o-tempo-em-rotinas-sobrecarregadas" target="_blank" rel="noreferrer noopener">controle do tempo</a> e da produtividade.</p>



<h3 class="wp-block-heading">Identifique os gatilhos</h3>



<p>Entender em quais situações você mais adia tarefas é o primeiro passo para agir de forma consciente.</p>



<h3 class="wp-block-heading">Divida tarefas grandes em etapas pequenas</h3>



<p>Projetos extensos geram ansiedade. Quebrá-los em partes torna a execução mais leve.</p>





<h3 class="wp-block-heading">Use prazos curtos e realistas</h3>



<p>Definir microdeadlines ajuda a manter o ritmo e evita o acúmulo de responsabilidades.</p>



<h3 class="wp-block-heading">Elimine distrações do ambiente</h3>



<p>Ambientes cheios de estímulos aumentam as chances de adiar o que é importante.<br>Organizar o espaço físico e digital ajuda a manter foco.</p>



<h3 class="wp-block-heading">Recompense o progresso</h3>



<p>Reconhecer cada avanço, por menor que seja, reforça a motivação e cria consistência.</p>



<h3 class="wp-block-heading">Procrastinação como oportunidade de mudança</h3>



<p>Lidar com a procrastinação é mais do que vencer a inércia: é aprender a administrar emoções, tempo e energia. Profissionais que dominam essa habilidade conquistam mais clareza, confiança e resultados.</p>

Cinco lições de Seu Vieira sobre vendas que eu aprendi tarde demais

Simão Mairins (Revista Administradores)

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