Assumir incertezas, buscar ajuda, compartilhar fragilidades com o time é uma prática que constrói confiança Por trás de discursos motivacionais e fotos de sucesso nas redes sociais, existe um sentimento que acompanha praticamente todo empreendedor: o medo. Medo de falhar, de ser julgado, de não conseguir pagar as contas, de perder tudo. Ao contrário do que muitos pensam, esse medo não é sinal de fraqueza. É sinal de que você está se expondo, tentando algo novo, assumindo riscos reais. Como disse Brené Brown, “a coragem não é a ausência do medo, mas a disposição de agir apesar dele”. A falsa narrativa da autoconfiança inabalável Na cultura do empreendedorismo “hustle”, existe uma expectativa de que o fundador seja sempre confiante, otimista e energizado. Mas essa narrativa ignora a complexidade emocional da jornada empreendedora. Simon Sinek aponta que lideranças autênticas nascem da coerência e não da performance. Assumir que você está com medo pode ser, na verdade, um ato de liderança. Medo mal gerido paralisa O medo tem sua função: nos alerta sobre riscos. Mas quando não é reconhecido e canalizado, ele trava decisões, enfraquece a comunicação e isola o empreendedor. Daniel Goleman explica que a inteligência emocional passa pela identificação e regulação das emoções. Isso inclui criar espaço interno para reconhecer medos sem ser dominado por eles. A vulnerabilidade como ferramenta estratégica Assumir incertezas, buscar ajuda, compartilhar fragilidades com o time é uma prática que constrói confiança. Empresas saudáveis são lideradas por humanos, não por super-heróis. Amy Edmondson reforça que ambientes com segurança psicológica são aqueles onde o erro pode ser discutido sem punição. Isso só é possível quando a liderança demonstra abertura emocional. Crescer com medo é possível (e comum) A coragem empreendedora não está em eliminar o medo, mas em caminhar com ele ao lado. O que diferencia os que prosperam é a capacidade de agir com consciência, vulnerabilidade e apoio. Empreender é também sobre cuidar de si, cultivar redes de suporte e desenvolver maturidade emocional. O medo pode até estar presente, mas não precisa estar no comando.