Para preparar a próxima geração, será necessário investir em formação prática, educação financeira e cultura de trabalho realista As empresas ainda tentam se adaptar ao estilo da Geração Z — vista por muitos líderes como 'difícil de gerenciar' e 'resistente a ordens' —, mas uma nova preocupação já desponta: a Geração Alpha, composta por jovens nascidos a partir de 2010, estaria ainda menos preparada para o mercado de trabalho. Um relatório recente da U.S. Chamber of Commerce e da College Board revelou que 84% dos gestores de RH acreditam que a maioria dos alunos do ensino médio não está pronta para trabalhar, e 80% afirmam que os jovens formados mais recentemente estão menos preparados do que as gerações anteriores. O dilema das novas gerações Enquanto muitos jovens da Geração Z enfrentam dificuldade para conseguir emprego — em um cenário no qual empresas contratam menos e valorizam mais habilidades do que diplomas —, os adolescentes da Geração Alpha estão optando por pular a universidade e tentar ingressar diretamente no mercado. Mas há um impasse: embora o diploma tenha perdido parte de sua influência nas contratações, os gestores ainda consideram que a formação técnica ou universitária é essencial para o preparo profissional. O resultado é um grupo de jovens que não quer (ou não pode) investir anos em um curso superior, mas também não tem a experiência prática necessária para ser contratado. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção O que os empregadores recomendam Para reverter esse cenário, os líderes empresariais sugerem que os adolescentes busquem vivência no mundo do trabalho antes mesmo de terminar a escola. As principais recomendações incluem: Estágios e programas de aprendizagem (apprenticeships), que conectam estudo e prática. Cursos técnicos e profissionalizantes, apontados por 83% dos gestores como alternativa mais eficaz do que a universidade tradicional para preparar jovens. Educação financeira e de negócios desde o ensino médio, com foco em: Comunicação eficaz (98% dos gestores consideram essencial); Tomada de decisão (97%); Trabalho em equipe (94%); Pensamento crítico e resolução de problemas (94%); Noções de finanças pessoais — impostos, renda líquida, orçamento e crédito (96%). O impacto de uma geração despreparada Segundo o relatório, o despreparo dos jovens pode ter efeitos econômicos em cadeia, elevando custos de treinamento, atrasando a produtividade e ampliando a desigualdade.Empresas acabam assumindo o papel de formar talentos do zero — algo que demanda tempo, recursos e paciência. A lição para o mercado O desafio não está apenas nos jovens, mas no sistema de ensino e nas empresas.Para preparar a próxima geração, será necessário investir em formação prática, educação financeira e cultura de trabalho realista. Em vez de culpar a Geração Alpha por 'não estar pronta', o momento exige colaboração entre escolas, governos e empregadores para criar uma nova ponte entre educação e trabalho — uma que as gerações futuras consigam realmente atravessar.