O novo modelo foi comunicado a gestores na sexta-feira, em e-mail assinado por Amy Coleman, nova diretora de pessoas da companhia A Microsoft está endurecendo sua política de avaliação de desempenho ao lançar uma nova abordagem global: funcionários classificados como de baixo desempenho agora terão dois caminhos — aderir a um plano de melhoria com prazos definidos ou aceitar um pagamento equivalente a 16 semanas de salário para deixar a empresa voluntariamente. O novo modelo foi comunicado a gestores na sexta-feira, em e-mail assinado por Amy Coleman, nova diretora de pessoas da companhia. A iniciativa, batizada de Global Voluntary Separation Agreement (GVSA), visa tornar o processo mais transparente e ágil. Os funcionários afetados terão apenas cinco dias para decidir. Caso optem pelo plano de melhoria (Performance Improvement Plan, ou PIP), o pagamento deixa de estar disponível. Mudança global segue tendência de endurecimento no setor tech Segundo documentos internos obtidos pelo Business Insider, o programa está sendo implementado globalmente, mas pode ter variações fora dos Estados Unidos, devido a legislações trabalhistas específicas de cada país. A Microsoft não comentou oficialmente a mudança. O movimento ecoa o modelo Pivot da Amazon, que também oferece a opção entre um plano de desempenho ou uma saída com compensação financeira. O programa da Amazon, no entanto, foi alvo de críticas por supostamente manter metas de demissão disfarçadas de avaliações de desempenho. A Microsoft parece seguir na mesma direção de endurecimento. Em janeiro, a empresa demitiu cerca de 2 mil funcionários considerados de baixo desempenho sem oferecer pacotes de desligamento. E novos cortes podem estar a caminho, especialmente entre gestores intermediários e profissionais não técnicos, conforme a companhia busca aumentar a proporção de codificadores em seus projetos. Cultura de alta performance ou pressão velada? Para a liderança da Microsoft, o objetivo é estabelecer uma cultura de performance mais rigorosa e alinhada à estratégia de negócios. A proposta é dar aos gestores ferramentas para agir rapidamente e com clareza diante de casos de baixo desempenho — ao mesmo tempo em que oferece ao colaborador a possibilidade de escolher sair com dignidade e suporte financeiro. Críticos, no entanto, apontam que a prática pode aumentar a pressão interna e comprometer o clima organizacional, principalmente se for usada como pretexto para enxugamento de equipes ou eliminação silenciosa de profissionais fora do perfil atual da companhia. Em um setor cada vez mais competitivo e orientado por resultados, a Microsoft parece sinalizar que o tempo das abordagens 'acolhedoras' ficou para trás. A nova fase exige mais entrega — e menos espaço para quem não acompanha o ritmo.