Há um lado menos glamouroso, pouco discutido, que impacta diretamente a vida de quem empreende: a saúde mental Falar sobre empreendedorismo geralmente remete a inovação, liberdade financeira e realização pessoal. Mas há um lado menos glamouroso, pouco discutido, que impacta diretamente a vida de quem empreende: a saúde mental. Um levantamento da Universidade da Califórnia aponta que empreendedores são mais propensos a desenvolver ansiedade, estresse crônico e até depressão quando comparados à média da população. Isso acontece porque, além da pressão por resultados, há insegurança constante, sobrecarga e, muitas vezes, solidão nas decisões. Empreender exige muito mais do que estratégia O discurso tradicional sobre empreendedorismo costuma romantizar a jornada, exaltando resiliência, produtividade extrema e alta performance. No entanto, pouco se fala sobre os custos emocionais de quem vive sob a tensão de manter um negócio funcionando, gerar empregos e se reinventar constantemente. Raj Sisodia, criador do movimento Capitalismo Consciente, defende que negócios só prosperam de forma sustentável quando o bem-estar de quem lidera e de quem faz parte da organização é colocado no centro da estratégia. Negócio saudável começa com o empreendedor saudável A saúde emocional do empreendedor impacta diretamente a tomada de decisão, a gestão do time e a capacidade de inovar. Quando o líder está exausto, inseguro ou emocionalmente desequilibrado, isso reverbera na cultura do negócio e nos resultados. Daniel Goleman reforça que a inteligência emocional é uma das maiores competências para enfrentar desafios complexos, já que permite reconhecer emoções, regular o estresse e tomar decisões com mais clareza e equilíbrio. Empreender não precisa ser sinônimo de esgotamento Cuidar da saúde mental não é luxo, é estratégia. Práticas como estabelecer limites, criar momentos de descanso, buscar apoio psicológico, desenvolver inteligência emocional e compartilhar desafios com outros empreendedores são fundamentais para sustentar a jornada. Negócios que crescem de forma saudável são liderados por pessoas que entendem que o autocuidado não atrasa os resultados — ele os acelera. Reflexão final: seu negócio cresce, mas e você? Se a sua energia, sua saúde e sua paz estão sendo sacrificadas, é hora de repensar o modelo. Empreender não precisa ser uma batalha constante contra si mesmo. Pode — e deve — ser uma jornada de crescimento, sim, mas também de equilíbrio e bem-estar. Porque, no fim das contas, o maior ativo de qualquer negócio é quem está à frente dele.