Muitos profissionais ainda subestimam esse aspecto — e, com isso, cometem erros que comprometem resultados, clima organizacional e a retenção de talentos A liderança eficaz não depende apenas de conhecimentos técnicos ou visão estratégica. Cada vez mais, pesquisas mostram que a inteligência emocional é o fator que diferencia bons gestores de líderes inspiradores e duradouros. No entanto, muitos profissionais ainda subestimam esse aspecto — e, com isso, cometem erros que comprometem resultados, clima organizacional e a retenção de talentos. Segundo Daniel Goleman, responsável por popularizar o conceito de inteligência emocional, cerca de 90% do diferencial entre líderes de alto desempenho e os demais está relacionado a competências emocionais. Ignorá-las não é apenas um descuido: é um risco. Tomar decisões impulsivas sob pressão Um dos erros mais comuns de líderes emocionalmente imaturos é reagir no calor do momento. A falta de autorregulação gera respostas impulsivas, muitas vezes agressivas ou desconectadas da realidade do time. Essa postura enfraquece a credibilidade da liderança e gera medo ou confusão na equipe. Decisões importantes exigem não apenas dados, mas também equilíbrio emocional. Um líder que não sabe lidar com a própria ansiedade, raiva ou frustração, transmite instabilidade ao grupo. Ignorar o clima emocional da equipe Líderes focados apenas em métricas e resultados tendem a negligenciar os sinais emocionais do time: queda no engajamento, aumento de conflitos, desmotivação silenciosa. A ausência de empatia e escuta ativa cria um ambiente onde os colaboradores sentem que suas emoções são irrelevantes — o que, a longo prazo, afeta a performance de toda a equipe. Liderar pessoas exige sensibilidade para perceber o que está nas entrelinhas, e coragem para acolher e agir sobre isso. Dificuldade em dar e receber feedbacks Feedbacks são ferramentas essenciais para o crescimento profissional, mas, quando mal conduzidos, viram gatilhos emocionais. Líderes com baixa inteligência emocional tendem a dar feedbacks ríspidos, pouco empáticos ou generalistas — e, ao mesmo tempo, reagem mal quando são confrontados. A inteligência emocional permite ao líder transformar o feedback em um diálogo construtivo, em vez de um ataque ou uma defesa. Falta de consciência sobre o impacto das próprias ações Muitos líderes subestimam o quanto suas atitudes impactam o comportamento da equipe. Um olhar, um comentário ou uma decisão mal explicada podem gerar insegurança, desconfiança ou até ressentimentos. A autoconsciência emocional é o que permite ao líder entender seu papel como referência emocional dentro da empresa. Sem esse reconhecimento, o líder se torna uma fonte de tensão — em vez de uma âncora de estabilidade. Liderar com inteligência emocional evita prejuízos invisíveis Os erros causados pela falta de inteligência emocional não aparecem de imediato nos relatórios financeiros, mas são sentidos nas reuniões silenciosas, na queda de motivação, no aumento da rotatividade e na perda de talentos valiosos. Corrigi-los exige mais do que treinamentos técnicos: exige uma jornada de autoconhecimento, escuta e desenvolvimento contínuo. Porque liderar bem é, acima de tudo, saber lidar com pessoas — começando por si mesmo.