As empresas que investirem em pessoas, e não apenas em tecnologia, estarão mais preparadas para crescer nesse novo cenário A inteligência artificial está se tornando parte essencial das rotinas corporativas — e um novo relatório da Society for Human Resource Management (SHRM) mostra o impacto potencial dessa transformação. Segundo o estudo, 15% de todos os empregos americanos, o equivalente a 23,2 milhões de pessoas, estão em risco de serem substituídos por sistemas automatizados. Os setores mais vulneráveis A ameaça é maior em funções que possuem pelo menos metade das tarefas automatizáveis. Isso inclui tanto automação física (robótica) quanto digital (IA generativa). Os dados indicam que: 39,7% das funções em desenvolvimento de software podem ser realizadas por IA; Áreas matemáticas e financeiras também apresentam alta exposição; Educação e bibliotecas, por outro lado, têm apenas 7,3% das tarefas automatizáveis. A SHRM estima ainda que 12 milhões de empregos já têm 50% de suas tarefas executadas com IA — um indício de que a automação não é tendência futura, mas realidade atual. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção Nem todos os empregos estão em perigo Apesar do alerta, a SHRM destaca que a maioria das funções enfrenta barreiras não técnicas à automação — como preferências humanas, limitações físicas e processos interpessoais.Profissões ligadas à educação, saúde e atendimento direto ao cliente continuam protegidas pela preferência das pessoas em interagir com outras pessoas. O desafio da 'força de trabalho dupla' Um segundo relatório, do Fórum Econômico Mundial (WEF), reforça a urgência do tema. Segundo o estudo: 92% dos executivos dizem ter até 20% de 'excesso de força de trabalho' — e esperam que isso chegue a 30% até 2028; 94% enfrentam escassez crítica de talentos em IA. Ou seja: enquanto sobram profissionais em funções tradicionais, faltam especialistas em IA. A solução: requalificação e redesenho de cargos Para o WEF, o caminho é claro: Requalificar em larga escala (reskilling), ensinando os funcionários a trabalhar com IA; Redesenhar cargos para promover a colaboração entre humanos e máquinas; Incorporar o planejamento de força de trabalho à estratégia central da empresa. O relatório compara esse momento ao surgimento dos computadores pessoais nos anos 1980: um ponto de virada que mudou radicalmente as habilidades exigidas no mercado de trabalho. O que as empresas devem fazer agora Comunique com clareza os objetivos da adoção de IA, evitando gerar medo de substituição entre os colaboradores; Invista em treinamentos contínuos, preparando a equipe para usar a tecnologia como aliada; Realoque talentos cujas tarefas foram automatizadas, oferecendo funções expandidas ou de maior valor estratégico. Em resumo: a IA não precisa eliminar empregos — pode transformá-los. As empresas que investirem em pessoas, e não apenas em tecnologia, estarão mais preparadas para crescer nesse novo cenário.