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Para comemorar 45 anos de atividades, a Revista de Administração Pública da FGV publicou gratuitamente, em formato digital, os primeiros artigos científicos da versão impressa (1967 &#8211; 1977). No <a href="http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/7151" target="_blank" rel="noreferrer noopener">número atual</a>, o leitor pode acessar a uma republicação de 1968 do artigo: &#8220;O planejamento econômico no Brasil: considerações críticas&#8221;, de autoria do professor-fundador da EBAPE (1955-1970) e presidente da Academia Carioca de Letras, Nelson Mello e Souza.
Outra novidade foi a divulgação do Boletim do Centro de Pesquisas Administrativas da EBAP, de 1964 a 1967, que promovia o intercâmbio de informações sobre as diversas instituições brasileiras, no campo do ensino, da pesquisa e da assistência técnica em administração pública, posteriormente dando lugar à Revista de Administração Pública.
Para o editor da revista, prof. Peter Spink, trata-se de um esforço que beneficiará, principalmente, os leitores desta nova geração que não tiveram a oportunidade de ler as primeiras publicações. &#8220;Hoje a acessibilidade eletrônica é um fator essencial para garantir a visibilidade das contribuições de autores e pesquisadores trabalhando em diferentes partes dos países. A mesma se aplica aos períodos anteriores, especialmente àqueles da década de 50 e 60 quando foram criados os alicerces da nossa agenda atual sobre Administração e Administração Pública. Tornar fácil o acesso a estas discussões e investigações pioneiras é uma parte central da FGV&#8221;, explica ele.
Nesta edição, que comemora também os 60 anos da EBAPE, o diretor da Escola, prof. Flávio Carvalho de Vasconcelos, fala, no artigo &#8220;Estratégias acadêmicas, interdisciplinaridade e os requisitos organizacionais da produção do conhecimento&#8221;, um pouco sobre as estratégias acadêmicas da EBAPE e o processo que a tornou uma instituição de excelência ao longo destes anos.
Criada em 1967, a Revista de Administração Pública (RAP) é um dos mais importantes e influentes periódicos da área. A RAP concentra esforços para servir de instrumento indispensável para a profissionalização continuada de executivos comprometidos com a modernização das organizações. Sua missão é estabelecer e acompanhar a agenda das principais temáticas contemporâneas e prospectivas de gestão, promovendo o encontro entre o universo conceitual em evolução e as demandas da prática gerencial cotidiana de administradores orientados para mudanças.

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Artigos impressos publicados entre 1967 e 1977 foram disponibilizados gratuitamente em versão digital

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Administradores | Conhecimento para Resultados

*Por Jonathas Guerra



Quem trabalha com tecnologia sabe: estamos vivendo a era do excesso. Fazemos milhares de fotos, guardamos tudo na nuvem, mas quase não vemos nada depois. A vida está toda no celular, mas pouco do que importa realmente ganha espaço na nossa rotina. E é justamente aí que começa um movimento interessante, especialmente entre os mais jovens.



A Geração Z, que cresceu conectada 24 horas por dia, está percebendo o peso desse estilo de vida. Pesquisas recentes mostram que muitos deles já associam o excesso de telas a ansiedade, cansaço mental e falta de presença real. Um estudo da Harris Poll, por exemplo, aponta que uma parte expressiva desses jovens tem buscado referências e hábitos de épocas pré-digitais como forma de equilibrar a vida. Isso vale para música, moda, rotina e, claro, fotografia.



E não é sobre “nostalgia barata”. É sobre saturação. As pessoas querem respirar um pouco fora da tela. Querem algo que não desapareça em um rolo de câmera com 40 mil fotos.



<h2 class="wp-block-heading">Por que a foto impressa voltou?</h2>



A fotografia impressa virou uma resposta simples a um problema moderno: guardar memórias de um jeito que realmente dure. Álbuns, murais e quadros voltaram a ocupar espaço físico. A lógica é quase um antídoto: se tudo é descartável, o impresso vira um ponto de parada. Um jeito de dar importância ao que importa.



E tem mais: imprimir uma foto exige escolha. É um processo que obriga a desacelerar, olhar para a própria história e decidir o que vale virar memória física. É o oposto da rapidez do digital, e justamente por isso faz sentido agora.



A geração digital não quer voltar no tempo. Ela quer adaptar o que funcionava lá atrás para a realidade de hoje. Em vez do álbum tradicional da família, surgem versões personalizadas, quadros sob medida, coleções temáticas. Gente que imprime uma série específica de viagens. Outros criam um mural com amigos. Tem até quem use quadros fotográficos como parte da estética da casa.



O ponto é: não é só foto. É identidade.



<h2 class="wp-block-heading">O que isso significa para o e-commerce</h2>



Quem trabalha no varejo digital precisa prestar atenção. Esse comportamento está mexendo diretamente no que o consumidor espera de um produto físico.



Três movimentos ficam claros:



<ol class="wp-block-list">
<li>Personalização virou padrão O impulso de “tirar a memória da nuvem” abre espaço para novos modelos de negócio e para uma vertical que cresce rapidamente: o impresso sob demanda. O consumidor quer produto sob medida, no tamanho, no acabamento, no estilo. Ele quer participar da criação. </li>



<li>Objetos afetivos têm mais valor Assim como roupas e acessórios, produtos fotográficos passam a comunicar valores e emoções. São objetos que participam da decoração e representam momentos importantes. Uma foto impressa não é só um item de decoração. É memória. E produtos com carga emocional tendem a gerar recorrência e ticket médio mais alto. </li>



<li>A experiência importa tanto quanto o produto Imprimir virou um ritual. Quem imprime uma foto está registrando algo que importa. Isso fortalece a fidelização e aumenta o ticket médio, fatores estratégicos para qualquer operação de e-commerce. E quem entrega uma jornada bem-feita, simples, rápida e bonita, sai na frente.</li>
</ol>



Muita gente acha que o impresso está desaparecendo. Na prática, está acontecendo o contrário. Ele está ganhando novo significado. A geração que nasceu no digital está descobrindo que o físico tem força, justamente porque tudo virou digital demais.



O impresso não é um retorno ao passado. É um ajuste de rota.



É o consumidor dizendo: “minhas memórias merecem mais do que ficar perdidas na nuvem”. E esse movimento, que parecia pequeno, está virando tendência global.



O digital trouxe escala. O físico devolve a presença. E é nessa interseção que surgem as melhores oportunidades.



*Jonathas Guerra é CEO da Banlek, a maior plataforma de fotógrafos da América Latina.

Por que a geração digital está trazendo o impresso de volta?

Por Bruno Carone*



Em um mundo cada vez mais acelerado e exigente, a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional tornou-se uma necessidade urgente. A saúde mental, outrora um tabu, agora ocupa um lugar central nas discussões sobre bem-estar e produtividade. Neste contexto, as férias são entendidas como um dos pilares para a construção de ambientes de trabalho mais saudáveis e engajadores, produtivos e criativos.



Pesquisa realizada pelo&nbsp;Férias&nbsp;&amp; Co. para medir os índices de engajamento, satisfação, retenção, nível de bem-estar e a importância das&nbsp;férias&nbsp;para os colaboradores de empresas dos&nbsp;mais&nbsp;diversos segmentos, mostra que um dos resultados&nbsp;mais&nbsp;expressivos é que 92% dos entrevistados acreditam que os momentos de lazer e descanso podem beneficiar a saúde mental. Ao todo, o questionário obteve 586 respondentes com idades entre 18 e 54 anos, que ocupam cargos de analistas até diretores.



As&nbsp;férias&nbsp;têm sido cada vez&nbsp;mais&nbsp;valorizadas pelos colaboradores e o bem-estar tem se tornado um grande aliado para o sucesso sustentável das empresas. Os períodos de descanso permitem a desconexão das pressões diárias, reabastecimento das energias e retorno ao trabalho com novas perspectivas. Um tempo dedicado ao descanso ainda reduz o estresse, melhora o humor e aumenta a satisfação no ambiente profissional. Quando os colaboradores se sentem valorizados e cuidam da&nbsp;sua&nbsp;saúde mental, isso também reflete na qualidade das entregas.



Além do período de descanso, há ainda uma tendência cada vez&nbsp;mais&nbsp;comum no ambiente corporativo e que tem se mostrado positiva para a promoção da saúde mental: o workation, termo que tem ganhado popularidade entre profissionais das&nbsp;mais&nbsp;diversas áreas. A palavra é uma combinação de trabalho (work) e&nbsp;férias&nbsp;(vacation), e serve para descrever a prática de trabalhar remotamente enquanto se está em um local diferente, até mesmo em uma viagem.



O workation é um forte aliado na busca pela saúde mental das equipes, pois oferece flexibilidade, permitindo que os profissionais escolham onde trabalhar. Isso também reflete positivamente na atração e retenção de novos talentos, já que a possibilidade de trabalhar em um ambiente relaxante, como uma praia ou uma montanha, e estar&nbsp;mais&nbsp;próximo da família, inclusive nestas viagens, diminui o estresse e o esgotamento físico e mental. Além disso, um local diferente pode ajudar a quebrar a rotina e proporcionar novas experiências e perspectivas, que podem refletir até mesmo na carreira dos colaboradores.



As&nbsp;férias&nbsp;e o workation representam muito&nbsp;mais&nbsp;do que um simples período de descanso. São investimentos estratégicos que podem transformar a cultura organizacional, aumentar a produtividade e garantir a longevidade das empresas. Ao oferecer aos colaboradores a oportunidade de se desconectar, recarregar as energias e encontrar um novo propósito, as empresas estão investindo no seu maior ativo: as pessoas.



Neste cenário, é importante que o mundo corporativo tenha em mente que tais tendências não podem passar despercebidas, pois podem ser cruciais para as mudanças que determinam o futuro do trabalho. É preciso que líderes e gestores entendam que as ações tradicionais que acontecem há décadas não estão sendo&nbsp;mais&nbsp;suficientes para atender às demandas e expectativas dos colaboradores. A promoção de um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal é, portanto, um&nbsp;investimento&nbsp;vital que pode resultar em uma cultura corporativa&nbsp;mais&nbsp;positiva e produtiva.



*Bruno Carone é cofundador e CEO do Férias &amp; Co., a primeira empresa de benefícios de viagens do mundo, dedicada a promover o bem-estar e a satisfação dos colaboradores por meio de experiências de viagem personalizadas

Por que várias empresas estão bancando boas férias para seus colaboradores? Entenda movimento

Fazer negócios com o exterior ficou mais simples e a chegada da conta <a href="https://wise.com/br/business/?utm_source=administradores&amp;utm_medium=audio&amp;utm_campaign=Brazil+Launch_2024&amp;utm_content=Wise+Business">PJ da Wise</a> ao mercado nacional pode ser considerada um divisor de águas.



Empresas brasileiras que realizam transações internacionais enfrentam desafios comuns, como instabilidade cambial, taxas de conversão desfavoráveis e a complexidade de gerenciar múltiplas moedas. Pensando em simplificar esse processo e trazer economia, a Wise lançou no Brasil a conta PJ Wise Empresas, projetada para negócios que desejam operar globalmente com eficiência.



A Wise Empresas é a primeira e única conta PJ no país que permite gerenciar ganhos internacionais em múltiplas moedas, além de BRL, USD e EUR. Essa funcionalidade única permite que empresas recebam pagamentos como se fossem locais em mercados estrangeiros, convertendo valores apenas quando for mais vantajoso, garantindo maior controle sobre os ganhos e evitando perdas desnecessárias.



<h3 class="wp-block-heading">Funcionalidades que fazem a diferença</h3>



A conta PJ da Wise oferece uma gama de serviços voltados para empresas de todos os tamanhos:



<ul class="wp-block-list">
<li>Recebimentos em mais de 40 moedas: permite que os valores sejam convertidos conforme a conveniência da empresa.</li>



<li>Pagamentos internacionais em mais de 70 moedas: ideal para lidar com fornecedores globais.</li>



<li>Cartão de débito internacional: aceito em 150 países, com IOF reduzido de apenas 1,1% e taxas competitivas.</li>



<li>Saques instantâneos: acesso imediato aos fundos, disponível 24 horas por dia.</li>



<li>Suporte 24/7 em português: garantindo atendimento eficiente para resolver qualquer questão.</li>
</ul>



<h3 class="wp-block-heading">Benefícios econômicos e operacionais</h3>



A Wise Empresas não apenas elimina os altos custos associados às transações internacionais, mas também simplifica a gestão financeira global. Mais de 600.000 empresas ao redor do mundo já utilizam essa solução para agilizar suas operações e reduzir despesas. A conta centraliza todas as operações, oferecendo praticidade e transparência para os empreendedores.



<h3 class="wp-block-heading">Um mercado em ascensão</h3>



Com o aumento das micro e pequenas empresas que operam globalmente, soluções como a Wise Empresas se tornam indispensáveis. A instabilidade cambial é um dos maiores vilões dos negócios internacionais, e a Wise Empresas oferece um sistema robusto e confiável para evitar perdas financeiras.



<h3 class="wp-block-heading">A nova era da gestão financeira global</h3>



A Wise Empresas se posiciona como uma ferramenta indispensável para empresas que desejam expandir suas operações internacionais de forma segura, econômica e eficiente. Para empresários que buscam uma solução integrada, é o momento de adotar essa inovação e transformar o gerenciamento das finanças globais.



<a href="https://wise.com/br/business/?utm_source=administradores&amp;utm_medium=audio&amp;utm_campaign=Brazil+Launch_2024&amp;utm_content=Wise+Business">Abra sua conta Wise Empresas hoje</a> e comece a economizar enquanto expande seus negócios pelo mundo.

Wise Empresas: conta PJ chega ao mercado brasileiro como divisor de águas

Dados são poderosos, mas não são substitutos de coragem. Negócios crescem quando medem bem e decidem melhor



Há um novo tipo de paralisia circulando nas empresas: a paralisia por evidência. Tudo precisa de dado, tudo precisa de validação, tudo precisa de mais uma análise antes de avançar. A intenção parece madura, afinal ninguém quer decidir no escuro. Só que, quando o dado vira escudo emocional, ele deixa de orientar escolhas e passa a adiar responsabilidade. A empresa se torna excelente em medir e fraca em agir.



O excesso de análise pode piorar a qualidade das decisões quando a organização usa dados para reduzir ansiedade, e não para esclarecer trade-offs. Em ambientes complexos, esperar certeza total é uma fantasia: o custo da demora cresce mais rápido do que a precisão da análise.



<h2 class="wp-block-heading">Quando a busca por dado vira fuga</h2>



O padrão costuma começar com uma pergunta legítima: “qual evidência sustenta essa decisão?”. A partir daí, surgem mais solicitações, mais cruzamentos, mais cenários. O problema é que nem toda decisão é do tipo que o dado resolve. Algumas exigem julgamento, experiência e coragem para assumir risco calculado. Quando isso não é nomeado, a organização empilha planilhas tentando comprar segurança emocional.



Esse comportamento cria uma ilusão de responsabilidade. A empresa parece criteriosa, mas o time sente que está preso. Projetos que deveriam ser testados viram estudos intermináveis. E o mais curioso é que, quanto mais tempo passa, mais difícil fica decidir, porque o medo de ter esperado demais aumenta o peso simbólico da escolha.



<h2 class="wp-block-heading">O custo de adiar não aparece no relatório</h2>



A decisão tardia tem um custo invisível: oportunidade perdida, energia desperdiçada, equipe fragmentada. Enquanto o dado não “fecha”, as pessoas seguem trabalhando em rascunho. Fazem propostas, refazem slides, mudam rota com base em hipóteses que mudam toda semana. A produtividade parece alta, mas o avanço real é baixo.



Também há um custo cultural. Quando a organização sinaliza que só decide com certeza, ela ensina o time a evitar autoria. Ninguém quer ser a pessoa que “apostou errado”. Então o grupo prefere se esconder atrás de números, mesmo quando os números não respondem a pergunta central.



<h2 class="wp-block-heading">Decisão boa é um trade-off bem assumido</h2>



Decidir não é encontrar a opção perfeita. É escolher um caminho com consciência do que está sendo ganho e do que está sendo renunciado. Dados ajudam a enxergar o terreno, mas não eliminam a renúncia. A maturidade aparece quando a liderança consegue dizer: “com o que sabemos hoje, esse é o melhor trade-off”.



Isso exige inteligência emocional. Porque assumir trade-off é tolerar desconforto, inclusive o desconforto de ser cobrado depois. Líderes que não regulam esse desconforto tentam substituí-lo por mais análise. No fundo, não estão buscando informação. Estão buscando imunidade.



<h2 class="wp-block-heading">Como voltar a usar dados como bússola</h2>



Uma prática simples é separar decisões reversíveis de irreversíveis. Se dá para voltar atrás, o dado necessário é menor, e o teste deve ser rápido. Se não dá, aí sim faz sentido investir em análise mais profunda. Sem essa distinção, tudo vira “alta gravidade” e a empresa perde velocidade onde poderia aprender rápido.



Outra prática é trocar a pergunta “temos dados suficientes?” por “o que precisamos aprender para decidir melhor?”. Essa mudança desloca o foco do acúmulo de informações para o desenho de experimentos. Em vez de adiar, a empresa aprende em movimento.



<h2 class="wp-block-heading">O papel da liderança na hora de fechar</h2>



Em algum momento, alguém precisa fechar. E fechar é assumir. A liderança pode fazer isso com três elementos: hipótese clara, critério de sucesso e data de revisão. Assim, a decisão deixa de ser definitiva e passa a ser iterativa, com responsabilidade real. O time entende que não é sobre acertar de primeira. É sobre aprender rápido sem perder direção.



No fim, dados são poderosos, mas não são substitutos de coragem. Negócios crescem quando medem bem e decidem melhor. E decidir melhor, muitas vezes, significa aceitar que a certeza completa não chega. O que chega é o compromisso de escolher, executar e revisar com honestidade. Isso é maturidade organizacional na prática.

Sua empresa virou refém dos dados e esqueceu de decidir?

Quando a agenda está inflada, quase sempre há uma pergunta escondida: por que estamos falando tanto e decidindo tão pouco?



O excesso de reuniões virou uma justificativa pronta para quase tudo: atraso, cansaço, falta de foco, queda de produtividade. Mas, na maioria das empresas, o problema não é a quantidade de encontros em si. É o que as reuniões revelam sobre um ponto mais sensível: a incapacidade de decidir com clareza. Quando a decisão não acontece, a conversa se repete. E, quando a conversa se repete, a agenda vira refém.



Organizações com baixa higiene de decisão tendem a criar mais reuniões para reduzir incerteza, mas acabam ampliando o ruído e o retrabalho. O encontro vira um substituto de responsabilidade: fala-se mais para sentir controle, sem necessariamente produzir direção.



<h2 class="wp-block-heading">Reunião vira anestesia para a ansiedade</h2>



Reuniões excessivas costumam ser sintoma de um desconforto coletivo: o medo de errar sozinho. Quando a cultura pune falhas ou cobra perfeição, as pessoas buscam proteção social. Marcar reunião dá uma sensação de segurança, porque distribui o risco. Se a decisão sair ruim, “foi do grupo”. Só que essa proteção tem custo alto: a autonomia evapora.



Você já percebeu como algumas reuniões acontecem apenas para “alinhar” algo que não está sendo decidido de fato? O time volta com mais dúvidas do que certezas, e na semana seguinte o assunto reaparece. Nessa dinâmica, o problema não é comunicação. É falta de fechamento. E falta de fechamento é falta de Liderança.



<h2 class="wp-block-heading">O que uma reunião deveria entregar</h2>



Uma reunião saudável tem resultado claro: decisão, plano ou desbloqueio. Se termina sem um desses três, ela foi conversa, não gestão. O ponto é que muitas empresas confundem troca de opinião com avanço. A equipe sai informada, mas não sai orientada.



Há também a reunião que tenta resolver tudo ao mesmo tempo. Entra gente demais, com objetivos diferentes, e o encontro vira palco de atualização. No fim, ninguém se sente responsável por nada. Se todo mundo participa, mas ninguém assume, a reunião só aumenta a sensação de movimento.



<h2 class="wp-block-heading">O custo invisível das conversas repetidas</h2>



Quando reuniões se acumulam, não é só o tempo que vai embora. Vai também a energia mental. A equipe passa a operar fragmentada, com menos espaço para trabalho profundo. O cérebro entra em modo reativo, tentando sobreviver ao calendário, e a qualidade das decisões cai.



O impacto cultural é ainda maior. Profissionais aprendem que pensar sozinho é arriscado e que a aprovação coletiva é obrigatória. Isso cria um time dependente, que consulta demais, pede validação demais e avança menos. Você quer uma equipe com iniciativa ou uma equipe que vive esperando mais uma call?



<h2 class="wp-block-heading">Como a Liderança cria higiene de decisão</h2>



A solução não é “cortar reuniões” por decreto. É criar regras simples para decidir melhor. Começa por uma pergunta direta: esta reunião existe para decidir o quê? Se a resposta não for clara, ela não deveria acontecer ainda.



Depois, definir dono e critério. Quem decide no fim? Que informação falta para decidir? Qual prazo limite? Sem isso, a conversa vira loop. Também ajuda separar reunião de atualização e reunião de decisão. Atualização pode ser registrada em texto curto e objetivo. Decisão exige debate estruturado.



Por fim, revisar o que a empresa premia. Se a cultura valoriza quem “participa de tudo”, ninguém vai proteger foco. Se valoriza quem fecha ciclos, as reuniões passam a existir para produzir resultado, não para mostrar presença.



No trabalho, reunião não é problema. Reunião é diagnóstico. Quando a agenda está inflada, quase sempre há uma pergunta escondida: por que estamos falando tanto e decidindo tão pouco? A empresa que responde isso com honestidade não ganha só tempo. Ganha clareza, autonomia e uma Liderança mais madura.

Sua empresa não tem “muitas reuniões”, tem pouca decisão

Se a sua empresa corre o tempo inteiro e ainda assim sente que não avança, talvez o problema não seja falta de esforço



Em muitas <a href="https://www.administradores.com.br/noticias/o-que-as-conversas-dificeis-salvam-na-sua-empresa" target="_blank" rel="noreferrer noopener">empresas</a>, a urgência virou o idioma padrão. Tudo é para ontem, todo pedido chega com tom de emergência, toda reunião termina com “precisamos resolver agora”. O problema é que, quando o modo urgente vira rotina, ele deixa de ser ferramenta para momentos críticos e passa a ser cultura. E cultura de urgência crônica rouba o que o negócio mais precisa para crescer: estratégia.



Ambientes de trabalho com urgência constante tendem a reduzir pensamento de longo prazo e aumentar decisões reativas. O cérebro, em estado de alerta, prioriza alívio imediato. Isso até funciona para apagar incêndios, mas é péssimo para construir o que evita incêndios no futuro.



<h2 class="wp-block-heading">Urgência crônica é um vício emocional coletivo</h2>



O modo urgente dá uma sensação de controle. Quando você corre, sente que está fazendo algo. Isso alivia ansiedade. Por isso ele vicia. A empresa aprende que acelerar é a forma mais rápida de reduzir desconforto interno. Só que esse alívio cobra um preço: não sobra espaço para analisar, priorizar e escolher com critério.



Com o tempo, o time para de distinguir urgência real de urgência teatral. Tudo recebe o mesmo tratamento, então o que é crítico se perde no ruído. A empresa passa a operar como se estivesse sempre em crise, e crises contínuas cansam. O resultado é exaustão, irritabilidade e decisões cada vez mais curtas.



<h2 class="wp-block-heading">A estratégia morre no excesso de reação</h2>



Estratégia exige três coisas raras no modo urgente: tempo, foco e coragem de dizer não. Quando a agenda é dominada por demandas imediatas, projetos estruturais são adiados. Quando tudo compete por atenção, o foco se fragmenta. E quando o líder não consegue recusar, a empresa se espalha.



Esse cenário cria um paradoxo. O time trabalha muito para manter as coisas funcionando, mas não investe o suficiente para fazê-las funcionar melhor. A operação consome toda a energia e o negócio envelhece por dentro. Inovação vira discurso, não prática.



<h2 class="wp-block-heading">O custo emocional vira custo de negócio</h2>



Urgência crônica não é só cansaço. Ela muda a comunicação. Pessoas passam a falar mais duro, ouvir menos, interpretar mal intenções e reagir com impaciência. A mente cansada reduz empatia e nuance. Isso aumenta conflitos, degrada colaboração e gera retrabalho, que por sua vez aumenta urgência. É um ciclo.



Também há perda de qualidade. Em ritmo acelerado, o time entrega versões rápidas, corrige depois, improvisa para compensar. Só que improviso constante aumenta erro e mina confiança. A empresa fica mais frágil, justamente porque está sempre tentando ser rápida.



<h2 class="wp-block-heading">Como desligar o modo urgente sem perder velocidade</h2>



O primeiro passo é redefinir o que é urgência. Urgente não é o que incomoda. Urgente é o que tem impacto relevante se não for tratado agora. Quando líderes deixam esse critério explícito, metade do barulho perde força. O time para de correr por hábito e volta a correr por necessidade real.



O segundo passo é proteger blocos de tempo para trabalho estratégico. Não é luxo, é sobrevivência. Se não há espaço para pensar, não há como sair do ciclo de urgência. Pequenas janelas semanais de foco profundo já mudam o ritmo coletivo.



O terceiro passo é encerrar ciclos com disciplina. Muitas urgências existem porque problemas se repetem sem correção estrutural. Resolver só o sintoma mantém a urgência viva. Resolver a causa reduz urgência no futuro.



<h2 class="wp-block-heading">A empresa que cresce é a que sabe respirar</h2>



Toda organização precisa de momentos de urgência. Mas nenhuma organização cresce saudável vivendo em urgência permanente. Estratégia é a capacidade de escolher o que construir hoje para não virar refém do amanhã. E essa capacidade só aparece quando o negócio consegue respirar, mesmo sob pressão.



Se a sua empresa corre o tempo inteiro e ainda assim sente que não avança, talvez o problema não seja falta de esforço. Talvez seja excesso de urgência. O modo urgente rouba a estratégia porque ocupa o lugar do pensamento. E negócios que não pensam acabam apenas reagindo.

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Redação (Administradores.com)

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