Termo foi usado para se referir aos que Trump considera fracos e alarmistas diante da nova onda de tarifas de importação Em meio à crescente turbulência nos mercados globais e à intensificação das críticas internas e externas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender com veemência suas políticas tarifárias nesta segunda-feira (8). Em uma postagem no Truth Social, ele cunhou um novo termo provocativo — 'PANICAN' — para se referir, sem esclarecer exatamente a quem, aos que considera fracos e alarmistas diante da nova onda de tarifas de importação. 'Não seja fraco! Não seja estúpido! Não seja um PANICAN (um novo partido baseado em pessoas fracas e estúpidas!)', escreveu Trump. Ele complementou: 'Seja forte, corajoso e paciente, e a GRANDEZA será o resultado!' Termo viraliza enquanto oposição às tarifas se intensifica, até entre aliados Embora o termo 'PANICAN' não tenha sido explicado, muitos interpretaram como uma junção de 'panic' com 'American' ou até mesmo 'Republican'. Independentemente da intenção, o uso da expressão serviu para polarizar ainda mais o debate sobre a controversa política comercial do governo. Trump defende os aumentos tarifários como forma de corrigir décadas de práticas comerciais 'injustas' e repatriar empregos e fábricas para o território americano. Mas a medida tem gerado uma onda de críticas — inclusive entre membros do próprio Partido Republicano e apoiadores de longa data. Aliados de peso demonstram preocupação com impactos econômicos Ben Shapiro, influente comentarista conservador e fundador do Daily Wire, afirmou que as tarifas podem ser 'economicamente catastróficas'. Ele criticou a falta de clareza nos objetivos da política tarifária e rejeitou a ideia de que isso, por si só, fortalecerá a economia americana. 'A ideia de que isso resultará em uma massiva retomada da manufatura é falsa', disse em seu programa. Do Congresso, nomes como os senadores Ted Cruz, Rand Paul e o deputado Pete Sessions manifestaram preocupação. Sessions, em entrevista à BBC, destacou o temor dos produtores agrícolas texanos, que veem as tarifas como uma ameaça à competitividade de seus produtos no exterior. 'Todo texano sabe que tarifa é imposto, e isso não é do interesse da América nem do mundo livre', afirmou. Pressão de Wall Street e até de Elon Musk O bilionário Bill Ackman, apoiador de Trump na eleição de 2024, alertou para um possível 'inverno nuclear econômico autoinduzido'. Já Elon Musk, segundo fontes do Washington Post, teria tentado pessoalmente convencer o presidente a recuar da medida. Mesmo assim, a Casa Branca assegura que Trump não pretende rever as tarifas, que atingem quase todos os países do mundo com uma taxa base de 10%, podendo ultrapassar 100% em casos específicos — como no caso da China. Enquanto Trump intensifica o embate retórico com o mundo e com parte do próprio partido, analistas alertam que os mercados devem se preparar para mais instabilidade. A aposta do presidente em políticas comerciais agressivas pode custar caro — não apenas para seus adversários, mas também para sua própria base.