Reconhecer padrões de autossabotagem é um ato de liderança consigo mesmo — e o primeiro passo para transformar o próprio negócio Muitos empreendedores acreditam que os maiores riscos para seus negócios estão no mercado, na economia ou na concorrência. Mas, com mais frequência do que se imagina, o problema está dentro: nas atitudes, crenças e escolhas do próprio fundador. Peter Drucker afirmou que “mais empresas morrem de indigestão do que de fome”. Ou seja: não é a falta de oportunidades, mas a falta de foco, clareza e equilíbrio emocional que leva muitos negócios à ruína. A obsessão por controle total Empreendedores que não confiam no time e tentam decidir tudo centralizam processos, travam a escalabilidade e geram sobrecarga. John Maxwell lembra que liderança eficaz é aquela que forma outros líderes. A autossabotagem começa quando o ego impede a delegação. A fuga dos números Ignorar indicadores financeiros, deixar o fluxo de caixa em segundo plano ou evitar olhar para os resultados é um dos comportamentos mais autodestrutivos. Negócios não vivem apenas de propósito, mas de gestão. Simon Sinek defende o “porquê” como base do negócio, mas sem abrir mão de uma gestão consistente. Paixão sem métrica é risco cego. A negação do emocional Empreendedores que reprimem emoções, fingem confiança inabalável ou evitam demonstrar vulnerabilidade perdem conexão com a equipe e com eles mesmos. Brené Brown mostra que a coragem nasce da vulnerabilidade. Fingir invulnerabilidade é um atalho para o esgotamento. O medo de ajustar a rota Negar que um modelo não funciona mais, insistir em estratégias ultrapassadas ou temer o pivô por orgulho são formas silenciosas de sabotar o crescimento. Carol Dweck lembra que a mentalidade de crescimento exige abertura para mudar. Resistir a isso é escolher estagnar. A autossabotagem é invisível até se tornar insustentável Nenhum negócio quebra da noite para o dia. Os sinais estão presentes: no comportamento do fundador, na forma como ele reage às crises, na maneira como (não) cuida de si e dos outros. Empreender exige coragem, mas também consciência. Reconhecer padrões de autossabotagem é um ato de liderança consigo mesmo — e o primeiro passo para transformar o próprio negócio.