Chefes ruins não são apenas incômodos — eles drenam a produtividade, prejudicam a saúde mental e criam ambientes tóxicos Todo mundo já teve um chefe ruim. E os números mostram que essa experiência é mais comum do que deveria: até 65% dos profissionais prefeririam trocar de chefe a receber um aumento, e cerca de metade das pessoas que pedem demissão citam o gestor direto como principal motivo para sair. Chefes ruins não são apenas incômodos — eles drenam a produtividade, prejudicam a saúde mental e criam ambientes tóxicos. Empresas investem bilhões em treinamentos, mentorias e até ferramentas de IA para “consertar” chefes ineficazes. Mas será que não estamos fazendo a pergunta errada? Em vez de tentar consertar chefes ruins, por que não priorizar, desde o início, a escolha dos chefes certos? Competência é mais valiosa que carisma Carisma é sedutor: encanta em entrevistas e reuniões. Mas, com o tempo, pode se revelar superficial — e até prejudicial. Chefes carismáticos demais tendem a ser egocêntricos, impulsivos e pouco eficazes. Já os 'sem graça, mas competentes' talvez não impressionem de início, mas entregam resultados, valorizam o time e tomam decisões sólidas. O ideal é buscar quem prioriza execução, alinhamento e desenvolvimento de pessoas — não quem só busca visibilidade. Bons chefes fazem você crescer O melhor líder não é o que manda: é o que treina, apoia e desafia. Se em uma entrevista seu futuro chefe não souber dizer como ajuda seus liderados a se desenvolverem, acenda o alerta. Perguntas como 'Você pode citar alguém que evoluiu muito sob sua liderança?' ajudam a revelar se ele realmente investe no crescimento da equipe. Um bom gestor tem histórias concretas de feedbacks, mentorias e evolução de talentos. Escolha personalidade, não só talento Não basta um currículo impecável — o que importa é como essa pessoa lidera no dia a dia. Procure por traços como empatia, humildade, curiosidade, integridade e autoconsciência. Observe se o líder escuta com atenção, assume erros, reconhece os outros e demonstra disposição para aprender. Essas qualidades criam segurança psicológica e formam equipes mais fortes. Chefe perfeito não existe. Mas existe o chefe certo para você. Ele pode fazer a diferença entre odiar segundas-feiras e amar o que faz. Salário, benefícios e marca são importantes — mas o gestor é quem molda sua rotina e seu futuro. Escolha com cuidado. Afinal, seu chefe não é seu cônjuge — mas, muitas vezes, você vai passar mais tempo com ele do que com qualquer outra pessoa.