Dados recentes mostram que, em março de 2025, o ChatGPT contava com cerca de 160 milhões de usuários ativos diários (DAUs) A disputa pela liderança na inteligência artificial generativa é acirrada — e depende muito de qual métrica você observa. Enquanto o ChatGPT, da OpenAI, domina em número de usuários ativos em seus próprios aplicativos, o Google aposta no poder da distribuição em massa para consolidar o Gemini como força dominante no futuro. Se analisarmos apenas o uso direto de apps, o ChatGPT é o franco favorito. Dados recentes mostram que, em março de 2025, o ChatGPT contava com cerca de 160 milhões de usuários ativos diários (DAUs), enquanto o Gemini, do Google, registrava cerca de 35 milhões de DAUs, segundo estimativas divulgadas por analistas do Barclays. A diferença é ainda mais impressionante quando se considera que o ChatGPT alcançou 500 milhões de usuários ativos semanais, conforme revelou o CEO da OpenAI, Sam Altman. Google aposta no alcance massivo para equilibrar o jogo No entanto, o cenário muda quando ampliamos o olhar para a escala das plataformas. O Google Search, por exemplo, ainda ostenta impressionantes 2 bilhões de usuários ativos mensais (MAUs) e cerca de 1,5 bilhão de usuários ativos diários. E agora, com a integração de recursos do Gemini ao mecanismo de busca e sua instalação prévia em dispositivos Android e Chromebooks, o Google busca repetir a fórmula que consolidou seu domínio no setor de buscas móveis. Embora o ChatGPT tenha se beneficiado do pioneirismo e de inovações rápidas, como a geração de imagens aprimorada, o Google aposta que sua vantagem em distribuição — tradicionalmente um dos maiores trunfos da empresa — será crucial para impulsionar o crescimento do Gemini. Desafios regulatórios e o futuro da disputa O cenário, porém, não é livre de obstáculos. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) vem pressionando o Google por práticas anticompetitivas, o que pode limitar sua capacidade de integrar profundamente o Gemini aos seus produtos e dispositivos. Essa tensão regulatória representa um risco real para a estratégia da gigante das buscas. Enquanto isso, Altman não esconde sua ambição: já ventilou a ideia de adquirir o navegador Chrome, caso o Google seja obrigado a vendê-lo, o que abriria novas possibilidades de distribuição para a OpenAI. Quem está ganhando, afinal? Se o critério for o engajamento puro em um ambiente de IA nativo, o ChatGPT lidera com folga. Mas, considerando o poder de distribuição via Search, Android e Chrome, o Google ainda detém cartas poderosas na manga. A verdadeira batalha parece ser menos sobre quem tem a melhor tecnologia — já bastante equiparada — e mais sobre quem controla melhor o acesso aos usuários. Com regulações em evolução e novas estratégias surgindo, o jogo ainda está longe de ser decidido. E, por ora, a resposta sobre quem está na frente depende, literalmente, de onde você olha.