Fundador da Virgin volta para esse conselho sempre que pensa que vai fracassar Richard Branson tem uma imagem pública de ousadia: fundador de mais de 40 empresas, amante de desafios radicais e sempre com um sorriso no rosto. Mas até ele já enfrentou momentos de dúvida — inclusive ao lançar a Virgin Atlantic. Seus próprios sócios acharam a ideia de entrar no setor aéreo insana. Branson, ao invés de tentar convencê-los com otimismo ou paixão, seguiu um caminho bem mais racional: ele protegeu o lado negativo. Negociei com a Boeing para devolver o avião caso o negócio fracassasse. Assim, a perda seria limitada a alguns meses de lucro da Virgin Records. Esse é o mantra de Branson: Protect the downside — proteja o lado negativo. E esse pequeno ajuste de mentalidade pode ser a chave para transformar medo em coragem. O que significa proteger o lado negativo? Não é pensar negativo. É identificar o pior cenário possível — e fazer algo prático para mitigá-lo. Vai lançar um produto? Planeje o que fazer se as vendas forem um fiasco. Vai sair do emprego? Estabeleça um plano B realista. Vai investir em algo arriscado? Defina um limite de perda aceitável. Branson destaca: isso não é pessimismo — é prudência. E, segundo psicólogos, é também um ótimo jeito de reduzir a ansiedade. A ciência apoia: encarar o medo diminui o medo O psicólogo Jeffrey Bernstein explica que pensar no pior cenário não aumenta o pânico, mas ajuda o cérebro a desacelerar e enxergar a realidade com mais clareza: Você percebe que mesmo se o pior acontecer, é possível sobreviver. Elon Musk usa estratégia parecida. Ao lançar a SpaceX, acreditava que as chances de sucesso eram inferiores a 10% — e aceitou isso. Se você aceita as probabilidades, o medo diminui. Moral da história? Da próxima vez que você hesitar diante de um risco: 1. Pergunte a si mesmo: Qual é o pior cenário possível?2. Depois pergunte: Como posso me proteger dele? Você vai perceber que, muitas vezes, o medo vem da incerteza, não do risco em si. Quando você mapeia o risco e toma medidas concretas, a confiança aumenta. Como Branson mostrou, coragem não é ignorar o perigo — é enfrentá-lo com lucidez e responsabilidade. E no fim das contas, isso pode ser a diferença entre uma ideia maluca e um negócio bilionário.