Duas abordagens opostas para lidar com uma das maiores dores da vida corporativa moderna: a tirania da caixa de entrada Quando o bilionário Mark Cuban descreveu sua rotina ao Business Insider, ela soava repetitiva: responder e-mails, malhar, responder mais e-mails, participar de algumas reuniões no Zoom e… voltar para os e-mails. Já Richard Branson, fundador do Virgin Group, revelou que só confere a caixa de entrada uma vez ao dia, geralmente durante uma caminhada, ditando respostas enquanto aproveita a natureza. Duas abordagens opostas para lidar com uma das maiores dores da vida corporativa moderna: a tirania da caixa de entrada. O custo invisível do e-mail Pesquisas mostram que profissionais de escritório passam, em média, 2,6 horas por dia lidando com e-mails, segundo a McKinsey. Um estudo clássico aponta até 30 horas semanais dedicadas à atividade. E não é só o tempo gasto: cada 'checadinha rápida' leva, em média, 23 minutos para o cérebro retomar o foco. Ou seja, a caixa de entrada é um dreno silencioso de produtividade. Quando a especialista em uso do tempo Laura Vanderkam restringiu seu acesso a e-mails até as 10h30, relatou ganhos significativos: escreveu e editou capítulos inteiros antes de se distrair com mensagens. Como se aproximar da estratégia Branson Não é preciso viver em uma ilha paradisíaca ou ter alguém para ler e-mails em voz alta para reduzir o peso dessa rotina. Algumas práticas simples podem aproximar qualquer profissional de uma relação mais saudável com a caixa de entrada: Estabeleça horários fixos para checar mensagens. Duas ou três vezes ao dia já pode ser o suficiente. Use respostas automáticas para avisar sobre sua política de e-mails e oferecer um canal alternativo para urgências. Seja implacável com mensagens de baixo valor: filtre, bloqueie e cancele assinaturas que não contribuem para seu trabalho. Implemente 'office hours': horários específicos para colegas resolverem dúvidas ou pedirem suporte, reduzindo trocas constantes de e-mails. O equilíbrio possível É improvável que a maioria consiga imitar Branson por completo. Mas também não precisamos viver como Cuban, reféns da caixa de entrada. O caminho está no meio-termo: reduzir a frequência de checagem, eliminar ruídos e usar o tempo recuperado para atividades estratégicas — ou até para uma caminhada, quem sabe. Mais do que produtividade, trata-se de qualidade de vida. Afinal, cada hora roubada pelos e-mails é uma hora a menos de foco, criatividade e descanso.