Ao unir inovação, debates de alto nível e lançamentos de produto, o evento consolidou-se como um marcador do novo ciclo dos negócios digitais O RD Summit 2025 encerrou sua 11ª edição em São Paulo marcando um ponto de virada para o marketing e vendas no Brasil. Com 20 mil participantes por dia e mais de 200 mil leads gerados, o evento mostrou que a inteligência artificial deixou de ser tendência e tornou-se infraestrutura estratégica. Em um encontro que reuniu CEOs, pesquisadores, criadores de conteúdo, empreendedores e startups, o foco esteve em como a tecnologia — combinada à cultura e ao desenvolvimento de pessoas — está redesenhando a forma de crescer no mercado digital. A edição deste ano reforçou o papel da empresa como 'trusted advisor' de clientes e agentes do ecossistema, ao apresentar cases, debates e produtos que evidenciam uma nova lógica operacional: menos playbooks fechados e mais adaptação contínua. A virada do playbook: IA como infraestrutura O primeiro dia do evento abriu com uma discussão sobre futurismo e a obsolescência de modelos engessados. Especialistas destacaram que a IA passou do status de ferramenta para o de infraestrutura, capaz de operar como um novo integrante das equipes. As falas de Neil Redding e Walter Longo reforçaram a urgência dessa mudança. Longo classificou a IA não como uma onda incremental, mas como um 'tsunami'. Gustavo Avelar, VP da RD Station, e Rafael Mayrink, da Neil Patel Brasil, chamaram atenção para a necessidade de rituais mais dinâmicos e estratégias vivas. Avelar destacou que a empresa segue sua missão de educação de mercado e enfatizou que o melhor playbook é construído coletivamente. O recado: crescer exige revisar premissas com frequência e adaptar operações em ciclos mais curtos. Tecnologia não neutra e a força das marcas O segundo dia ampliou o debate, puxando o olhar para cultura, branding e impacto social das tecnologias. Andrew McLuhan revisitou a tese do avô, Marshall McLuhan, lembrando que nenhum meio é neutro e que toda tecnologia reorganiza a percepção antes do conteúdo. Essa lente ajuda a entender por que, na economia da atenção, autenticidade e consistência — pontos debatidos por Mari Maria e Rudy Loures — tornaram-se valores estratégicos. No mesmo dia, Dennis Herszkowicz, CEO da TOTVS, e Cléber Morais, Diretor Geral da Amazon no Brasil, discutiram como o país pode transformar dados e infraestrutura em crescimento competitivo. Ambos reforçaram a importância de traduzir tecnologia para a realidade brasileira — e não apenas importá-la. Herszkowicz destacou que pessoas continuam sendo o insumo essencial da inovação: 'No mundo da tecnologia, gente é matéria-prima'. Em paralelo, Vivian Broge, VP de Pessoas da TOTVS, falou sobre como branding é um movimento contínuo e centrado no ser humano. A construção de marca, segundo ela, depende de coerência, escuta e responsabilidade cultural. Produtos, IA e a nova geração do Prisma A programação também trouxe anúncios relevantes da RD Station. Bruno Ghisi, cofundador e diretor de engenharia e produto, apresentou a nova versão do Prisma e o ecossistema de IA da empresa. Entre os destaques estiveram: – Rê da RD, copiloto de IA integrado a todos os produtos, auxiliando operações, análises e prospecção de oportunidades;– MCP (Model Context Protocol), tecnologia que conecta copilotos e assistentes virtuais a dados reais de produto;– Radar GEO, ferramenta gratuita que avalia a preparação de sites para serem mencionados corretamente por LLMs;– RD Tracker, recurso que recomenda produtos com base no comportamento de navegação dos usuários. As novidades reforçam a estratégia da empresa de integrar tecnologia avançada a rotinas práticas de marketing, vendas e atendimento — sempre com foco em crescimento sustentável. Cultura, relevância e marcas vivas No último dia, a discussão girou em torno da força cultural das marcas. Nelson Motta e Christian Roças mostraram que relevância não nasce apenas de performance ou métricas isoladas, mas da capacidade de dialogar com o repertório das pessoas. Cultura, aqui, não é acessório, mas matéria-prima da construção de valor. O encerramento, com Gabriela Prioli, reforçou essa ideia: comunicação, para ela, não é apêndice, mas o elo que transforma ação em percepção — e percepção em resultado. Um evento que aponta o futuro A edição 2025 do RD Summit deixa uma mensagem clara: a combinação entre IA, pessoas e cultura forma o novo tripé estratégico do marketing e das vendas no Brasil. A tecnologia avança, mas são as escolhas humanas — sobre propósito, ética, comunicação e desenvolvimento — que definem sua potência. Ao unir inovação, debates de alto nível e lançamentos de produto, o evento consolidou-se como um marcador do novo ciclo dos negócios digitais. Um ciclo em que não há roteiro pronto, apenas capacidade de adaptação, colaboração e leitura contínua do ambiente. É esse movimento que vai definir quem lidera a próxima fase do mercado.