Estudo mostra que hobbies criativos rejuvenescem o cérebro em até sete anos e fortalecem a saúde mental Hobbies sempre foram sinônimo de lazer e prazer, mas a ciência tem mostrado que eles fazem muito mais do que isso. Além de aliviar o estresse e aumentar a felicidade, atividades criativas podem literalmente rejuvenescer o cérebro. Um novo estudo publicado na revista Nature Communications revelou que pessoas com hobbies criativos têm cérebros que parecem até sete anos mais jovens do que sua idade cronológica. Por que ter um hobby é essencial — e não um luxo O argumento clássico a favor dos hobbies é bem conhecido. Atividades como tocar um instrumento, pintar, dançar ou cozinhar reduzem a pressão do desempenho profissional e ajudam a construir identidades múltiplas — o que aumenta a resiliência emocional. Quando o trabalho ou a vida pessoal não vão bem, o simples ato de voltar-se para algo prazeroso e manual — como cultivar uma planta ou tocar violão — funciona como um 'refúgio psicológico'. Essa separação saudável permite descansar a mente e, paradoxalmente, aumentar o foco e o desempenho em outras áreas. Ver todos os stories 6 hábitos que sabotam seu crescimento O nordestino que ousou fazer o impossível O que está em jogo com a 'PEC da Blindagem' Uma verdade sobre suas assinaturas de streaming que você não vê Boninho, The Voice e a lição da reinvenção Além disso, muitos hobbies promovem atenção plena: cozinhar, desenhar ou escalar exigem presença total no momento. Isso ativa o mesmo mecanismo da meditação, reduzindo o estresse e melhorando o humor. O novo benefício: cérebros mais jovens A grande novidade vem da neurociência. Pesquisadores europeus Carlos Coronel e Agustín Ibáñez usaram uma técnica de inteligência artificial chamada brain clocks ('relógios cerebrais'), que estima a idade biológica do cérebro com base em exames de imagem. Eles analisaram mais de 1.400 voluntários entre artistas, músicos, dançarinos, gamers e pessoas sem hobbies específicos. O resultado foi surpreendente: Dançarinos de tango: cérebros até 7 anos mais jovens que a média. Músicos e artistas visuais: 5 a 6 anos mais jovens. Gamers: cerca de 4 anos mais jovens. E quanto mais tempo e energia a pessoa dedicava à sua atividade, mais jovem o cérebro parecia. Segundo os cientistas, a criatividade protege áreas cerebrais vulneráveis ao envelhecimento e melhora a comunicação entre diferentes regiões — como se o cérebro construísse novas 'estradas' neurais para manter-se ágil e eficiente. Nunca é tarde para começar Mesmo quem nunca teve um hobby pode se beneficiar.Em uma etapa adicional do estudo, voluntários sem prática criativa aprenderam a jogar o videogame StarCraft II. Após apenas 30 horas de prática, seus cérebros pareciam de dois a três anos mais jovens. Ou seja: não é preciso talento, apenas envolvimento.Cantar fora do tom, pintar mal ou queimar um bolo são experiências tão benéficas quanto as dos experts. O segredo está no processo criativo, não no resultado. O cérebro criativo envelhece devagar A mensagem dos pesquisadores é clara: 'Se você está se perguntando se ser criativo faz bem para você, a resposta é sim.' Criatividade estimula novas conexões, fortalece a neuroplasticidade e mantém a mente ativa. É um tipo de ginástica cerebral prazerosa, com efeitos comparáveis aos do exercício físico para o corpo. Portanto, se a rotina tem apagado sua curiosidade, é hora de reverter isso. Aprender algo novo, criar com as mãos ou explorar uma arte pode ser o elixir mais acessível e eficaz contra o envelhecimento mental.