Onda de demissões nas grandes empresas de tecnologia acompanha um cenário mais amplo de incerteza econômica e busca por maior eficiência A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (12) que irá demitir cerca de 4% de seus funcionários globalmente, o equivalente a aproximadamente 9.000 profissionais, em meio a um esforço para reduzir custos e otimizar operações diante de investimentos agressivos em inteligência artificial (IA). Com cerca de 228 mil colaboradores no mundo todo até junho de 2024, a companhia já havia realizado cortes em maio, afetando cerca de 6.000 trabalhadores. Segundo a Bloomberg, os cortes mais recentes devem atingir principalmente áreas de vendas. Pressão por margens afeta estratégia da big tech A Microsoft se comprometeu com US$ 80 bilhões em gastos de capital para o ano fiscal de 2025, principalmente voltados à expansão de sua infraestrutura de IA. No entanto, os altos custos desse processo devem impactar as margens da empresa — especialmente no setor de nuvem, cuja rentabilidade deve cair no trimestre de junho, segundo projeções internas. Em nota, a Microsoft afirmou que pretende reduzir camadas gerenciais, enxugar produtos e procedimentos e reorganizar funções corporativas. Subsidiárias também são afetadas Segundo a Bloomberg, a divisão King em Barcelona — responsável pelo jogo Candy Crush — também será impactada, com o corte de cerca de 10% do quadro, o que representa aproximadamente 200 postos de trabalho. Microsoft segue movimento das gigantes de tecnologia Os cortes seguem a tendência de outras big techs que, apesar dos altos investimentos em IA, estão promovendo ajustes em seus quadros. A Meta, dona do Facebook, anunciou recentemente a demissão de 5% dos funcionários com pior desempenho. O Google, por sua vez, realizou uma série de demissões ao longo do último ano. Já a Amazon cortou posições em diversos setores, incluindo sua unidade de dispositivos, serviços e, mais recentemente, no segmento editorial. Pressões econômicas ampliam reestruturações corporativas A onda de demissões nas grandes empresas de tecnologia acompanha um cenário mais amplo de incerteza econômica e busca por maior eficiência. Custos crescentes e expectativas de retorno acelerado sobre os investimentos em IA forçam as companhias a ajustar estruturas e focar em rentabilidade no curto prazo.