Jobs nos lembra que, por mais que o planejamento seja vital, os maiores acertos muitas vezes vêm dos desvios não programados Steve Jobs é lembrado como visionário, implacável e genial. Mas raramente como doce, romântico ou espontâneo. Até agora. E-mails recém-divulgados pelo Steve Jobs Archive revelam um lado pouco conhecido do criador da Apple — especialmente um trecho em que ele relembra, com delicadeza surpreendente, como conheceu sua esposa, Laurene Powell Jobs. O episódio ocorreu em uma palestra na Universidade Stanford, pouco antes de seu famoso discurso de 2005. Mais do que uma história de amor, o relato oferece uma nova perspectiva sobre como enxergar oportunidades, sorte e decisões que realmente importam. A distração mais importante da vida de Jobs Durante uma palestra em Stanford, Jobs notou uma jovem sentada na primeira fila. Não demorei a notar aquela garota linda ao meu lado, escreveu. Ao subir ao palco, não conseguia parar de olhar para ela — chegou a esquecer o que estava dizendo. Depois do evento, mesmo com um jantar agendado com um cliente importante, decidiu ficar e conversar com os alunos. Mas ela foi embora. Em vez de aceitar o desencontro, Jobs seguiu seu instinto: saiu, a encontrou no estacionamento e a convidou para jantar. Ela aceitou — e, caminhando até seu carro, Jobs se fez uma pergunta que mudaria tudo: Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu preferiria jantar com o cliente… ou com ela? Correu até Laurene, antecipou o encontro para aquela mesma noite — e 18 meses depois, estavam casados. Você não planeja encontrar as pessoas que mudarão sua vida O e-mail em que Jobs narra o episódio tinha um título direto e profundo: You cant plan to meet the people who will change your life. Segundo ele, essas pessoas aparecem de forma imprevisível. Talvez seja sorte. Talvez seja destino. Mas você precisa reconhecer quando acontece — e ter coragem para agir. Essa mentalidade — de abertura à sorte e prontidão para agir fora do script — pode ser a chave não apenas para o amor, mas também para o sucesso profissional e pessoal. A sorte favorece os atentos Estudos da USC Marshall School of Business demonstram que pessoas sortudas não dependem do acaso: elas identificam e respondem rapidamente a oportunidades inesperadas. Essa postura foi batizada de serendipity mindset — ou mentalidade da serendipidade. Para o pesquisador Christian Busch, a sorte não é um evento, mas um processo: Você pode criar gatilhos de sorte, conectar pontos e influenciar resultados. O empreendedor Jason Roberts chama isso de aumentar sua superfície de sorte: estar mais presente, visível e engajado aumenta as chances de boas coincidências acontecerem. Sorte, sucesso e o improvável encontro com o essencial Jobs nos lembra que, por mais que o planejamento seja vital, os maiores acertos muitas vezes vêm dos desvios não programados. A diferença está em reconhecer o momento certo — e agir. Você pode não encontrar sua futura esposa em uma palestra. Mas, ao adotar uma postura aberta, sensível e corajosa diante do inesperado, aumenta as chances de encontrar algo tão valioso quanto: a oportunidade de viver e trabalhar com mais propósito e significado. Quando a sorte bater, esteja pronto para abrir a porta.