Negligenciar a gestão emocional pode passar despercebido no dia a dia, mas mina sua energia e compromete suas escolhas A gestão de emoções costuma ser apresentada como saber se controlar, mas vai muito além de supressão e disciplina. Trata-se de um processo complexo de autoconhecimento, regulação e diálogo interno que impacta diretamente sua produtividade e bem-estar. Daniel Goleman destaca que reconhecer e nomear sentimentos é o primeiro passo para gerenciá-los com eficácia. Sem essa etapa, tentativas de controlar o que você não compreende podem resultar em esgotamento e conflitos ocultos. Emoções não gerenciadas têm custos invisíveis Quando emoções como ansiedade ou frustração são ignoradas, elas se acumulam e afetam a tomada de decisão. Estudos de Brené Brown mostram que tentar não sentir apenas amplia o estresse, gerando queda de foco e aumento de erros. Além disso, colaboradores que suprimem emoções tendem a apresentar menor engajamento e maior rotatividade. O custo para as empresas é elevado, mesmo quando não aparece diretamente no balanço financeiro. Regulação emocional: técnica e prática Regulação não é fraqueza, mas habilidade estratégica. Amy Edmondson comprova que ambientes com líderes emocionalmente regulamentados favorecem a inovação, pois permitem que falhas sejam vistas como oportunidades de aprendizado. Na prática, técnicas como a respiração diafragmática ou o pausar para refletir ajudam a criar distância entre o estímulo e a reação. Esse intervalo é o espaço necessário para escolhas mais conscientes. Autoconhecimento como alicerce Sem entender o que dispara suas emoções, qualquer técnica será apenas uma fuga temporária. Brené Brown recomenda o uso de diários emocionais para mapear gatilhos e padrões de comportamento ao longo do tempo. Esse registro sistemático auxilia na identificação de crenças limitantes, crenças que podem ser questionadas e substituídas por crenças que promovem maior resiliência e autocuidado. Cultura organizacional e gestão emocional Empresas que investem em programas de desenvolvimento emocional observam aumento de engajamento e criatividade. Raj Sisodia, defensor do capitalismo consciente, reforça que o cuidado com o indivíduo é, na verdade, um investimento em performance sustentável. Criar espaços seguros, com treinamentos e rodas de conversa, normaliza a expressão emocional e fortalece a confiança entre equipes — um componente essencial para a colaboração de alto nível. Reflexão final: você está no controle das suas emoções? Negligenciar a gestão emocional pode passar despercebido no dia a dia, mas mina sua energia e compromete suas escolhas. Se, muitas vezes, parece que suas emoções te comandam, talvez seja o momento de olhar para esse tema com a seriedade estratégica que ele merece. A verdadeira gestão de emoções começa ao admitir que elas existem e precisam ser compreendidas. Somente assim você poderá transformar reações automáticas em decisões alinhadas aos seus objetivos e valores.