Com os avanços trazidos pelo GPT-4.5 e o uso de novas abordagens de engenharia, a OpenAI demonstra estar se aproximando de uma nova era da inteligência artificial A construção do GPT-4 exigiu um esforço massivo por parte da OpenAI. Mas, segundo executivos da empresa, essa realidade mudou drasticamente com os aprendizados obtidos no desenvolvimento do GPT-4.5. Em um episódio de podcast publicado na última sexta-feira, o CEO Sam Altman afirmou que, hoje, seria possível reconstruir o GPT-4 com uma equipe de apenas cinco a dez pessoas. Altman explicou que o GPT-4 foi resultado do trabalho de 'centenas de pessoas' e mobilizou praticamente toda a empresa. Mas, com os avanços recentes, especialmente com o GPT-4.5 e o modelo GPT-4o, essa tarefa tornou-se consideravelmente mais simples. Reconstrução acelerada e aprendizado acumulado Alex Paino, responsável pelo pré-treinamento do GPT-4.5, afirmou que o desenvolvimento do GPT-4o — modelo de capacidade equivalente ao GPT-4, mas com avanços em eficiência — foi possível com uma equipe muito reduzida. Daniel Selsam, pesquisador da OpenAI, acrescentou que o simples fato de já se saber que algo é possível representa um 'grande código de trapaça' para os engenheiros, pois torna o processo muito mais ágil. Esses avanços mostram como o conhecimento acumulado pela empresa, somado à melhoria de ferramentas e técnicas, está reduzindo drasticamente a complexidade de reconstrução de modelos antes considerados de fronteira tecnológica. Superando o limite do poder computacional Outro ponto destacado por Altman foi o fato de que a OpenAI não está mais limitada por poder computacional — uma barreira histórica para o avanço de grandes modelos de IA. 'É uma mudança mal compreendida pelo mundo', disse o CEO, destacando que, por muito tempo, o acesso a 'compute' era o maior obstáculo para novas descobertas. Grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Amazon, Google e Meta, estão investindo cerca de US$ 320 bilhões em infraestrutura de IA apenas este ano. A própria OpenAI arrecadou recentemente US$ 40 bilhões em um aporte liderado pela SoftBank, elevando sua avaliação para US$ 300 bilhões. Esses recursos estão sendo direcionados, entre outros objetivos, à ampliação de capacidade computacional. O novo desafio: dados Se a computação já não é mais o gargalo, os dados passaram a ser. Segundo Selsam, os modelos GPT são altamente eficientes no processamento de dados, mas existe um limite para o quanto podem extrair de valor a partir de uma determinada quantidade de informação. 'Com o crescimento contínuo da capacidade de processamento, o crescimento dos dados não acompanha, e eles se tornam o novo gargalo', afirmou. A solução, segundo ele, está na inovação algorítmica: encontrar maneiras de obter mais insights a partir da mesma base de dados. Esse é o foco para alcançar os próximos saltos de escala — 10x ou até 100x — em modelos de IA. Com os avanços trazidos pelo GPT-4.5 e o uso de novas abordagens de engenharia, a OpenAI demonstra estar se aproximando de uma nova era da inteligência artificial, em que eficiência e conhecimento acumulado podem ser tão valiosos quanto o poder computacional bruto.