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Segundo especialista, viver algo novo fortalece a lembrança do evento em si e também intensifica as memórias associadas àquele dia



Sabe aquela notícia tão impactante que você se lembra exatamente onde estava e o que estava fazendo quando a ouviu? Ou a primeira vez que você foi à praia e viu o mar? A novidade é uma espécie de cola para a memória. Mas por quê? Segundo a neurocientista Lila Davachi, da Universidade Columbia, viver algo novo fortalece a lembrança do evento em si e também intensifica as memórias associadas àquele dia. É como se a novidade acendesse um farol no cérebro, iluminando tudo ao redor.



Isso se chama “efeito penumbra”. É quando eventos rotineiros ganham mais nitidez quando ocorrem no mesmo dia de algo novo. Em outras palavras, viver experiências diversificadas aumenta a riqueza do nosso mapa de lembranças. Isso explica por que períodos de monotonia (como durante a pandemia) pareceram durar tanto e, paradoxalmente, deixaram poucas memórias marcantes.



A boa notícia? Podemos cultivar a novidade de maneira intencional. Basta quebrar a rotina: caminhar por um novo trajeto, conversar com alguém diferente, mudar o ambiente de trabalho, experimentar algo que nunca provamos. A memória adora surpresas,&nbsp; e quanto mais genuínas, melhor.



As emoções funcionam como filtros e amplificadores da memória. Elas decidem o que fica e o que se perde. Pesquisas com usuários de aplicativos como o HippoCamera, que registram eventos diários e emoções associadas, mostram que acontecimentos marcados por alegria, medo, surpresa ou tristeza têm muito mais chance de serem lembrados com detalhes e de forma mais duradoura. E tem mais: lembranças associadas a emoções positivas tendem a se organizar de maneira mais coesa. É como se nosso cérebro ligasse automaticamente os pontos felizes de uma história.



Por outro lado, emoções negativas intensas, quando repetidas ou não processadas, podem interferir na clareza da memória e até gerar falsos registros. Em situações de trauma, por exemplo, a memória pode fragmentar ou ser dissociada da consciência.



Por isso, trabalhar o modo como processamos emoções, por meio da meditação, da escrita, da psicoterapia ou até da arte, melhora o bem-estar e organiza o que lembramos de nós mesmos.



<h2 class="wp-block-heading">Os smartphones ajudam ou atrapalham?</h2>



Depende de como usamos. Durante muito tempo, achou-se que os smartphones estavam nos tornando mais distraídos e esquecidos. E há verdade nisso. Mas a outra face dessa moeda é que, usados com propósito, esses dispositivos estão abrindo novas portas para a ciência da memória.



Pesquisas recentes demonstram que aplicativos de registro de experiências, como o HippoCamera mencionado anteriormente, ajudam tanto pesquisadores quanto usuários a entenderem o que lembram, como lembram e por que lembram. Esses apps permitem o mapeamento de padrões emocionais, hábitos de sono e tipos de eventos que se tornam memoráveis.



Além disso, ao permitir o replay consciente de eventos marcantes (via vídeo, texto, foto ou áudio), eles promovem um processo conhecido como “reconsolidação”, que reforça o vínculo emocional e sensorial com a lembrança original.



Isso nos devolve uma parte importante do processo de lembrar: o poder de escolher o que queremos guardar, e a chance de fortalecer o que realmente importa.



* Charles Betito é fundador da MIND station e especialista em educação corporativa e saúde mental

O mapa das lembranças: emoções, novidades e o poder de escolher o que guardar

Segundo especialista, viver algo novo fortalece a lembrança do evento em si e também intensifica as memórias associadas àquele dia

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Administradores | Conhecimento para Resultados

O futuro da memória talvez esteja em uma boa noite de sono cuidadosamente projetada



Aquela reunião importante terminou há apenas duas horas. Você tinha anotado tudo, feito conexões brilhantes e até marcado um follow-up para o dia seguinte. Mas quando vai enviar o e-mail resumindo os próximos passos... seu cérebro dá um branco. O cliente pediu alterações em qual slide mesmo? E o prazo que a equipe combinou, era sexta ou segunda? Ou pior: lembra perfeitamente o rosto de alguém que conheceu ontem, mas esqueceu o nome justo na hora da apresentação.Por que algumas memórias grudam como cola, enquanto outras escorrem como água entre os dedos?



A resposta está no que acontece enquanto você dorme. Ao contrário do que se pensava, o sono não é um simples 'desligamento'. É um laboratório noturno onde seu cérebro seleciona, costura e armazena o que realmente importa. Estudo da Universidade de Toronto revelou que reviver mentalmente um momento especial antes de dormir — como aquele jantar que deixou você feliz, aumenta em até 65% a chance de fixá-lo na memória. E se ele aparecer em seus sonhos? Aí a recordação ganha cores ainda mais vivas.



Mas isso é só o começo. O que você faz acordado, desde como reage às emoções até o ambiente que escolhe, também molda o que fica ou se perde. É possível melhorar a memória dormindo melhor e isso não é exagero. Dormir bem não é um luxo, é uma estratégia cognitiva. E, como mostram dados recentes da neurociência, funciona muito bem. Reduzir horas de sono afeta diretamente o funcionamento do hipocampo, a principal região cerebral envolvida na formação de novas memórias.&nbsp;



Dormir menos de cinco horas por noite pode reduzir o resultado do trabalho do hipocampo em até 40%. É como se o hipocampo fosse o “HD" do seu cérebro, e quando você dorme menos de 5 horas por noite ele funciona como um celular com 3% de bateria. Você até consegue tirar uma foto (ou seja, vive a experiência), mas ele desliga antes de você postar. Traduzindo: aquele relatório que você estudou ontem? Pode já ter virado um arquivo corrompido.



Vale lembrar que existem exceções raras a essa regra. Os chamados “curto-dormidores” formam uma pequena parcela da população que, por uma condição genética específica, consegue funcionar perfeitamente bem com apenas quatro ou cinco horas de sono por noite. Tudo isso, sem impactos na memória, na saúde ou no desempenho cognitivo. Mas atenção: isso não é algo que se treina ou se escolhe ser. Para a imensa maioria das pessoas, dormir menos do que o necessário compromete o cérebro de forma significativa, especialmente nas funções ligadas ao aprendizado e à lembrança de informações.



E não para por aí. Sono de má qualidade está associado ao acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro, como a beta-amiloide e a Tau, substâncias diretamente relacionadas à doença de Alzheimer. Dormir menos de seis horas por noite também eleva os riscos de infecções, diabetes tipo 2 e infartos, o que demonstra que a memória não é um sistema isolado: ela reflete o equilíbrio (ou desequilíbrio) do corpo como um todo.



Agora pense bem: e se fosse possível, além de dormir melhor, reativar certas memórias durante o sono? Cientistas estão explorando essa possibilidade usando sons associados a eventos específicos durante as fases estratégicas do sono. Os resultados preliminares indicam que isso pode potencializar ainda mais a retenção de memórias autobiográficas. O futuro da memória talvez esteja em uma boa noite de sono cuidadosamente projetada.

Sono, emoção e ambiente têm tudo a ver com memórias permanentes

Para as empresas, ajudar os funcionários a serem criativos é uma forma de crescer e inventar coisas novas



Em uma escola em Helsinki, no início de 2023, crianças de 10 anos construíram maquetes de turbinas eólicas e criaram peças de teatro sobre mudanças climáticas. Esse projeto, parte do sistema educacional da Finlândia, mostra algo que muitas vezes esquecemos: as crianças nascem curiosas, cheias de ideias e sem medo de errar. Elas enxergam o mundo como um lugar cheio de possibilidades. Mas, à medida que crescemos, essa energia criativa parece desaparecer. As escolas nos ensinam a seguir regras, o trabalho exige resultados rápidos, e nossos celulares não param de nos distrair. Por que perdemos essa capacidade de imaginar e aprender com entusiasmo? E, mais importante, como podemos recuperá-la?



Para chegarmos a essa resposta, primeiro precisamos entender o que a ciência diz sobre criatividade e aprendizado, como a educação e o trabalho moldam nossas mentes e descobrir maneiras práticas de trazer de volta aquela curiosidade de criança. Quando somos crianças, o mundo é um grande playground. Perguntamos “por quê?” o tempo todo, inventamos histórias e experimentamos sem medo. Um estudo famoso, feito por George Land em 1968, mostrou que 98% das crianças de cinco anos são consideradas “gênios criativos” em testes que medem a capacidade de inventar várias soluções para um problema. Mas, aos 10 anos, esse número cai para 30%. Aos 15, é só 12%. E, na idade adulta, apenas 2% mantêm esse nível de criatividade. O que acontece?



O teste usado no estudo, criado por Ellis Paul Torrance na década de 1960, avalia habilidades como pensar em muitas ideias (fluência), mudar de perspectiva (flexibilidade) e criar algo original. Mas as escolas, em muitos países, focam em ensinar que só existe uma resposta “certa”. No Brasil, por exemplo, vestibulares incentivam os alunos a memorizar respostas em vez de explorar ideias novas.&nbsp;



Não é só a escola. Desde pequenos, aprendemos a “fazer direitinho”. Pais e professores, mesmo sem querer, podem desencorajar ideias diferentes porque querem que sigamos um caminho seguro. O medo de falhar é grande, e isso faz com que as pessoas evitem riscos.



<h2 class="wp-block-heading">O trabalho está matando nossa criatividade?</h2>



Quando crescemos, o mundo do trabalho muitas vezes reforça o que a escola começou. Muitas empresas preferem resultados rápidos e previsíveis. Estudo de 2023 da McKinsey revelou que só 30% das empresas incentivam seus funcionários a experimentar ideias novas, mesmo sabendo que isso pode trazer mais lucros.



Algumas empresas, no entanto, desafiam a norma ao priorizar a criatividade como motor de crescimento e inovação. A Pixar, estúdio por trás de sucessos globais como Toy Story e Up – Altas Aventuras, é um exemplo. Seu processo criativo, conhecido como Braintrust, reúne diretores, roteiristas e animadores em sessões regulares para revisar projetos em andamento. Nessas reuniões, todas as ideias são bem-vindas, e críticas são feitas com o objetivo de melhorar o trabalho, não de apontar falhas. Essa cultura de feedback aberto e sem hierarquia rígida permite que histórias originais e tecnicamente complexas ganhem vida. Em 2023, a Pixar lançou Elementos, um filme que, apesar de desafios iniciais no mercado, foi elogiado por sua narrativa inovadora, resultado direto desse ambiente colaborativo. A empresa também investe em espaços físicos projetados para estimular a interação espontânea, como áreas comuns que incentivam conversas entre departamentos.



A 3M, conhecida pelo Post-it, também ilustra o valor da liberdade criativa. A empresa permite que seus funcionários usem 15% do tempo para explorar ideias pessoais, política que gerou inovações como adesivos reposicionáveis e materiais refletivos usados em sinalizações. Ainda segundo a McKinsey, empresas com culturas criativas, como Pixar e 3M, têm retorno financeiro até 20% maior do que concorrentes mais tradicionais, além de maior retenção de talentos.&nbsp;



Para as empresas, ajudar os funcionários a serem criativos é uma forma de crescer e inventar coisas novas. Isso não acontece se todo mundo tiver medo de errar ou de sugerir algo diferente. Uma ideia é criar laboratórios de ideias no trabalho, que podem ser uma sala ou até um grupo online onde as pessoas testam coisas novas sem pressão. No Brasil, o Itaú possui o Cubo Itaú como hub de inovação e desenvolveu programas para capacitar mais de 1,2 mil Product Managers em sua área digital, além de participar de iniciativas como o Lift Lab, do Banco Central, em 2022. Além disso, empresas podem valorizar quando alguém tenta algo novo, mesmo que não dê certo. Inclusive, foi justamente assim que nasceu o famoso post-it da 3M: esse produto nasceu de um “erro” que virou um sucesso, trazendo bilhões de dólares desde os anos 1980.

A ciência por trás da perda de criatividade (e como empresas inovadoras tentam reverter o jogo)

Criar um ambiente ideal para dormir não significa gastar mais e, sim, compreender e respeitar o que o corpo realmente precisa



A frustração de virar de um lado para o outro na cama enquanto quem está ao lado dorme tranquilamente é comum. Acordar pela manhã sentindo que o descanso não foi suficiente também. A culpa pode não ser apenas do colchão ou travesseiro. Um terço da população mundial sofre com distúrbios do sono. A privação crônica pode aumentar o risco de doenças cardíacas, depressão e reduzir a expectativa de vida. O erro mais comum é tentar compensar dormindo mais tempo, sem perceber que o verdadeiro inimigo do sono pode estar no próprio quarto.



O ambiente pode estar impedindo um sono reparador. Pequenos detalhes ignorados podem impactar diretamente a qualidade do descanso. Dormir não é apenas um momento de relaxamento, é um processo vital que regula funções do corpo e da mente. Durante a noite, o cérebro não simplesmente "desliga". Ele entra em um modo de manutenção, eliminando toxinas, consolidando memórias e ajustando circuitos neurais essenciais para o equilíbrio emocional.



Sem sono adequado, o córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento racional, torna-se menos eficiente, enquanto a amígdala, ligada ao medo e estresse, se torna hiperativa. Além disso, a privação do sono prejudica a regeneração celular e o equilíbrio hormonal.



E o impacto não para por aí. A falta de sono afeta diretamente o desempenho no trabalho: diminui a concentração, prejudica a tomada de decisões, reduz a criatividade e torna mais difícil lidar com pressões e conflitos do dia a dia. Um sono ruim à noite pode se transformar em improdutividade, irritação e cansaço ao longo do expediente. O que acontece no quarto, portanto, não fica só no quarto – reflete no humor, na produtividade e até nas relações profissionais.



O ambiente ao redor pode estar sabotando esse processo sem que se perceba. Mas a boa notícia é que pequenas mudanças fazem grande diferença na qualidade do descanso e no desempenho diário. Vamos a cinco delas, bem fáceis de serem aplicadas:



<h2 class="wp-block-heading">1. Temperatura ideal para dormir e o impacto no humor</h2>



Durante o sono, o hipotálamo regula a temperatura corporal para otimizar a produção de melatonina. O ambiente precisa estar mais frio que o corpo. A faixa ideal é entre 18-20°C. Acima de 23°C, o corpo continua tentando resfriar-se, impedindo um sono profundo. Ambientes frios favorecem a fase REM, essencial para a memória e criatividade.



O sono profundo equilibra os níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados à felicidade e motivação. Noites mal dormidas desregulam esses neurotransmissores, causando irritabilidade e cansaço. Como otimizar:



<ul class="wp-block-list">
<li>Ajustar o ar-condicionado para 18°C ou usar um ventilador para melhorar a circulação de ar.</li>
</ul>



<ul class="wp-block-list">
<li>Trocar edredons pesados por camadas leves e respiráveis.</li>
</ul>



<h2 class="wp-block-heading">2. Luzes: o azul do celular é o inimigo nº 1 do sono</h2>



A luz azul emitida por telas de celulares e TVs confunde o relógio biológico e bloqueia a produção de melatonina. Estudo mostrou que apenas uma hora de exposição a telas antes de dormir pode reduzir a melatonina em até 50%, comprometendo a qualidade do sono. Como reverter:



<ul class="wp-block-list">
<li>Instalar lâmpadas inteligentes que mudam para tons âmbar após o pôr do sol.</li>
</ul>



<ul class="wp-block-list">
<li>Usar filtro de luz azul no celular ou aplicativos que ajustam a temperatura de cor.</li>
</ul>



<ul class="wp-block-list">
<li>Optar por atividades analógicas antes de dormir, como leitura ou meditação.</li>
</ul>



<h2 class="wp-block-heading">3. Ruído: o barulho do trânsito (e até do parceiro roncando) sabota o sono</h2>



Mesmo durante o sono profundo, o cérebro continua em alerta. Ruídos acima de 30 decibéis podem ativar a amígdala cerebral, levando a microdespertares que prejudicam a qualidade do descanso. Como minimizar impactos:



<ul class="wp-block-list">
<li>Usar máquinas de ruído branco para mascarar sons externos.</li>
</ul>



<ul class="wp-block-list">
<li>Investir em tampões de ouvido que bloqueiam ruídos sem isolar sons importantes, como despertadores.</li>
</ul>



<h2 class="wp-block-heading">4. Psicologia das cores: por que o quarto não deve ser branco</h2>



A cor do ambiente afeta diretamente o relaxamento e a qualidade do sono. Tons frios, como azul-claro e verde-sálvia, reduzem a frequência cardíaca e induzem um estado de relaxamento. Cores vibrantes, como vermelho e amarelo, estimulam a atividade cerebral e dificultam o sono profundo. Dicas para um quarto mais preparado para um sono reparador:



<ul class="wp-block-list">
<li>Preferir cores suaves e acabamento fosco para evitar reflexos excessivos.</li>
</ul>



<ul class="wp-block-list">
<li>Adicionar elementos naturais, como plantas de lavanda, conhecidas por suas propriedades relaxantes.</li>
</ul>



<h2 class="wp-block-heading">5. O cheiro do sono: como a aromaterapia pode acalmar um cérebro ansioso</h2>



Aromas como lavanda e jasmim ativam o nervo vago, promovendo relaxamento. Estudo revelou que o cheiro de lavanda aumentou em 20% o tempo de sono profundo dos participantes, reduzindo os despertares noturnos. Como usar:



<ul class="wp-block-list">
<li>Utilizar difusores ultrassônicos para preservar as propriedades dos óleos essenciais.</li>
</ul>



<ul class="wp-block-list">
<li>Experimentar sprays de travesseiro com camomila e bergamota.</li>
</ul>



Criar um ambiente ideal para dormir não significa gastar mais e, sim, compreender e respeitar o que o corpo realmente precisa. O sono é uma necessidade biológica essencial para a saúde física e mental. Cada ajuste – seja na temperatura, iluminação ou som – dialoga com mecanismos ancestrais do cérebro, que evoluíram para responder a ciclos naturais de claro e escuro, silêncio e segurança. Pequenas mudanças, como regular a temperatura do quarto, minimizar a exposição à luz azul e utilizar aromas relaxantes, podem gerar transformações significativas na qualidade do sono e no bem-estar diário. Dormir bem não é sorte: é design inteligente.

Dormir bem para trabalhar melhor: transforme seu quarto no seu maior aliado

Thais Sterenberg, que vive e respira inteligência artificial na Elephan.ai, revela como CEOs podem parar de comprar ferramentas e começar a construir valor real com IA



Thais Sterenberg é cofundadora e CEO da Elephan.ai, plataforma de inteligência de receita que usa IA para acelerar o crescimento de negócios B2B. Com pouco tempo de mercado, a Elephan.ai já venceu o prêmio de Melhor Case de Crescimento em Startup na Growth Conference 2024.



Sua credibilidade para desvendar a intersecção entre IA e estratégia de negócio vem de uma jornada multifacetada: construiu do zero a operação de B2B Growth no QuintoAndar, foi sócia e CMO da Fix, e agora, lidera uma empresa que desenvolve soluções de IA diretamente para otimizar vendas e experiência do cliente. Reconhecida como uma das Top 10 Female Founders to Watch pelo Aurora Tech Award, Thais não só entende a IA – ela a transforma na arquitetura para impactar diretamente a geração de receita.



<h2 class="wp-block-heading">1. Foco em meio ao caos: a bússola estratégica da CEO de IA</h2>



Pergunta: Oxe, você está no mundo de IA, que tem um milhão de oportunidades. Como você se mantém no foco e escolhe por onde seguir?



Insight de Thaís: "Mesmo com o mundo da IA oferecendo infinitas possibilidades, a bússola que me norteia é clara: a decisão precisa ter embasamento em dados e gerar receita ou melhorar a vida dos clientes. É isso que sempre será priorizado, não importa o quão tentadora seja uma nova tecnologia."



Para Thaís, a clareza é a arma secreta contra a dispersão. Em um cenário onde a inteligência artificial lança novas ferramentas e promessas diariamente, a capacidade de filtrar o que realmente importa é um diferencial estratégico. Ela demonstra que o critério binário — gerar receita, reduzir custo ou melhorar a experiência do cliente — não é apenas um luxo, mas uma necessidade para qualquer empresa que queira transformar IA em vantagem competitiva. É essa disciplina que impede a Elephan.ai de se perder em experimentos sem retorno e garante que cada investimento em IA seja um passo concreto em direção ao crescimento sustentável.



<h2 class="wp-block-heading">2. IA não resolve tudo: ela amplifica sua capacidade de enxergar o que realmente importa</h2>



Pergunta: Com o avanço rápido da IA, muitos líderes esperam que ela traga soluções mágicas. Como você vê o papel da IA na tomada de decisão estratégica dos CEOs?



Insight de Thaís: "A IA não resolve tudo, nem toma decisões por você. O que ela faz é amplificar sua capacidade de enxergar o que realmente importa. Ela me dá informações que antes eu não conseguia acessar rapidamente, me mostra padrões, mas a decisão final, a inteligência contextual e a intuição de negócio, isso é 100% humano."



Essa perspectiva, vinda de quem constrói e lidera uma empresa de IA, é um alerta valioso para a alta liderança. Thaís sublinha que a inteligência artificial é uma ferramenta poderosa para processar complexidade e revelar insights ocultos, agilizando a análise de cenários e a identificação de tendências. No entanto, ela enfatiza que a sabedoria para interpretar esses dados, alinhá-los à visão estratégica da empresa e, por fim, tomar a decisão mais assertiva, continua sendo um domínio exclusivamente humano, pelo menos por enquanto. A IA, portanto, não é um substituto para o gestor, mas um copiloto essencial que eleva a capacidade do C-Level de liderar com maior inteligência e precisão.





<h2 class="wp-block-heading">3. O arroz com feijão turbinado por IA: onde o verdadeiro jogo acontece</h2>



Pergunta: Thaís, com tanto potencial na IA, o que você percebe que os líderes ainda não estão aproveitando ao máximo ou estão negligenciando?



Insight de Thaís: "A IA é incrível, mas ainda é importantíssimo o bom e velho arroz com feijão bem feito. Muitas vezes, o que falta não é a IA mais sofisticada, mas aplicar a IA para turbinar o básico. Por exemplo, o posicionamento do CEO nas redes sociais, o acompanhamento de relacionamento com clientes – esses são diferenciais enormes para gerar leads e oportunidades. A IA nos ajuda a identificar onde precisamos nos envolver mais e como otimizar esses esforços."



A maturidade estratégica de Thaís reside em entender que a revolução da IA não está apenas nas inovações futuristas, mas em como ela pode catalisar e amplificar os fundamentos operacionais e comerciais. Ela nos mostra que, em vez de perseguir o próximo grande "brinquedo tecnológico", o verdadeiro diferencial competitivo surge ao aplicar a IA para refinar o básico: o relacionamento com o cliente, a presença estratégica do líder, a gestão de leads. A IA se torna uma lente que direciona o foco para onde a intervenção humana trará o maior retorno, transformando o "arroz com feijão" em um motor de crescimento surpreendentemente potente. É aqui que as empresas que realmente entendem IA desbancam a concorrência.



<h2 class="wp-block-heading">A revolução silenciosa que está mudando o jogo</h2>



O que Thaís demonstra em sua jornada espelha a estratégia de gigantes como Google, Intel, Adobe e LinkedIn: a IA como sistema nervoso da empresa, não como ferramenta isolada. Essas empresas não "adotaram" IA — elas se tornaram organizações orientadas por IA. E, mais importante, entenderam que o potencial da IA é maximizado quando ela serve ao essencial do negócio, não quando a empresa corre atrás de cada nova tecnologia sem um propósito claro.



A diferença está na integração sistêmica e na clareza de propósito. Enquanto a maioria das empresas implementa IA em silos ou como "brinquedo tecnológico", essas organizações de alto desempenho fazem da IA o tecido conectivo entre estratégia, operação e experiência do cliente. Elas não buscam a IA pela IA, mas sim pela alavancagem que ela traz para o crescimento e a eficiência.



Pela minha experiência, é sempre fundamental alinhar isso com foco. Todo esse movimento de IA, o que ela pode fazer e alcançar, cases como o da Elephan.ai inspiram muito. Só que se as empresas não tiverem uma metodologia clara como OKR – algo que permita aos executivos, CEOs, C-levels e diretores entenderem o que é o foco de cada momento para saber dar cada passo – as empresas vão patinar em um universo muito amplo de coisas que acaba não chegando em lugar nenhum. É exatamente o que a maioria está fazendo: tentando um milhão de coisas com IA de forma muito ampla e, obviamente, não consegue construir aquilo que precisa.



<h2 class="wp-block-heading">A pergunta que vai tirar seu sono</h2>



Sua IA é uma bússola para o lucro ou apenas um brinquedo caro?

A IA é um hype ou a bússola da sua próxima receita?

Mais do que uma técnica de gestão, o feedback remoto é um elemento estratégico para a saúde organizacional e para a retenção de talentos



Dados da Hrstacks mostram que 83% dos empregadores consideram a adoção do trabalho remoto bem-sucedida e 90% dos trabalhadores afirmam manter ou até superar sua produtividade fora do escritório, o que reforça a relevância da gestão de pessoas à distância como prioridade estratégica e considera a forma como líderes estruturam e comunicam feedback aparece como um dos pontos mais sensíveis.



Uma outra pesquisa mostra que mais de 2/3 dos colaboradores desejam receber mais feedback e acreditam que seriam mais produtivos caso percebessem reconhecimento por seus esforços. Quando essa prática é inexistente ou mal conduzida, os efeitos são imediatos: queda na satisfação, redução da produtividade, desmotivação, falhas de comunicação e até erros operacionais.



As consequências, porém, não se restringem ao desempenho. Números indicam que 33% dos profissionais relatam sentimentos de solidão, isolamento e substituibilidade, enquanto 52% permanecem no emprego unicamente pelo salário. A ausência de integração e socialização fragiliza o senso de pertencimento, impactando de forma silenciosa e profunda a motivação individual e coletiva.



<h2 class="wp-block-heading">Feedback remoto: engajamento e sobrevivência no futuro do trabalho</h2>



No trabalho remoto, não existem mais as atividades coletivas e cotidianas de interação durante o expediente, como o famoso cafezinho no meio do dia, ou os encontros de corredor onde as trocas aconteciam de forma natural. Se o líder não cria um fluxo constante de feedback, os times acabam se vendo no escuro, sem uma referência adequada sobre as entregas e resultados. Esse silêncio gera desânimo, porque o colaborador precisa enxergar o impacto do que faz na empresa e sentir que alguém se importa com o seu crescimento. Não se trata de simples discurso de engajamento, mas sim de sobrevivência para manter a performance.



As evidências mostram a força dessa prática. Segundo a McKinsey empresas que adotam feedback remoto de maneira estruturada chegam a 25% mais engajamento, 30% menos turnover e um aumento de 20% na produtividade individual. Tudo isso demonstra que o feedback não deve ser tratado como momento isolado ou algo a ser deixado para “quando der tempo”, mas como parte fundamental de uma estratégia contínua de gestão e desenvolvimento.



No contexto do trabalho remoto, ele se torna ainda mais relevante. Feedback direto, que respeita o contexto e aponta caminhos, não é só uma avaliação: transforma-se em uma conversa que constrói confiança, alinha expectativas, ajusta rotas e mantém vivo o vínculo entre líder e colaborador. É exatamente esse vínculo que garante a coesão de equipes que trabalham à distância.





<h2 class="wp-block-heading">Os erros mais comuns no feedback remoto</h2>



Apesar de sua importância, muitas organizações ainda cometem erros que comprometem a eficácia da prática. Entre os erros mais frequentes, posso destacar:



(1) Esperar tempo demais para dar o feedback: acumular questões para reuniões trimestrais, por exemplo, cria ruídos e desmotiva.



(2) Restringir-se a mensagens de texto: a ausência de nuances emocionais em e-mails ou chats aumenta a frieza e o risco de mal-entendidos.



(3) Não considerar o contexto do remoto: aplicar os mesmos critérios do presencial ignora limitações tecnológicas e domésticas.



(4) Desconsiderar fusos e rotinas: agendar conversas em horários inadequados reduz a receptividade.



(5) Focar apenas nos pontos negativos: sem interações casuais e humanizadas, críticas isoladas ganham peso desproporcional.



(6) Ignorar a segurança psicológica: sem confiança, qualquer retorno soa como algo alarmante ou ameaçador.



(7) Esquecer do acompanhamento: sem follow-up estruturado, o feedback perde valor.



O que separa times que entregam de forma consistente daqueles que se perdem no remoto é justamente a constância. Feedback precisa ser visto como acompanhamento contínuo. Líderes atentos percebem mudanças de humor, queda de energia ou perda de desempenho, e conseguem agir antes que esses sinais comprometam os resultados.



Os líderes precisam estar preparados para a comunicação virtual, e contar com ferramentas de gestão que apoiem o processo e protocolos claros sobre quando e como oferecer retorno. Quando esses elementos estão alinhados, a produtividade se mantém, e as equipes se tornam mais resistentes, engajadas e conectadas ao propósito da organização.



Mais do que uma técnica de gestão, o feedback remoto é um elemento estratégico para a saúde organizacional e para a retenção de talentos. Se a distância física pode se transformar em distância emocional, a criação de canais de comunicação claros e constantes é vital. Mais do que apenas acompanhar resultados, é tempo de construir relações humanas sólidas, mesmo que mediadas por telas.

As armadilhas mais comuns no feedback a funcionários remotos: quais são e como evitá-las

As fintechs e os pagamentos digitais são os protagonistas da nova era, provando que o poder da tecnologia pode colocar o controle das finanças nas mãos de todos



A forma como lidamos com dinheiro está passando por uma das maiores transformações da história. Longe dos bancos tradicionais, de agências físicas e de longas filas, uma nova era financeira emergiu, liderada pelas fintechs e impulsionada pelos pagamentos digitais. Essas inovações não são apenas tendências passageiras, mas sim a base de uma revolução que está tornando o acesso a serviços financeiros mais rápido, acessível e inclusivo para milhões de pessoas.



O termo fintech é a junção de "finanças" e "tecnologia". Em sua essência, fintechs são empresas que usam a tecnologia para oferecer serviços financeiros de uma forma mais eficiente e amigável que os modelos tradicionais. Elas surgem para resolver problemas específicos, como a burocracia para abrir uma conta, as altas taxas de juros em empréstimos ou a dificuldade de fazer transferências.



As fintechs atuam em diversas áreas:



Bancos digitais: Nomes como , e são exemplos clássicos. Eles oferecem contas sem tarifas, cartões de crédito e serviços bancários totalmente pelo celular.



Plataformas de investimento: Empresas que democratizam o acesso a investimentos, permitindo que qualquer pessoa aplique seu dinheiro com facilidade, mesmo com pouco capital.



Empresas de pagamento: Incluem as que processam transações digitais, como o , e outros gateways de pagamento.



Crédito e empréstimos: Fintechs que simplificam o processo de obter crédito, usando análise de dados para oferecer condições mais personalizadas e taxas competitivas.





Se as fintechs são as arquitetas da nova paisagem financeira, os pagamentos digitais são a infraestrutura que a sustenta. Da simples transferência de dinheiro para um amigo até o pagamento de contas em segundos, a conveniência de não precisar de dinheiro físico ou de uma maquininha de cartão tradicional é o motor dessa mudança.



No Brasil, o Pix é o exemplo mais notável e bem-sucedido dessa revolução. Lançado em 2020 pelo Banco Central, o sistema de mudou drasticamente a forma como as transações ocorrem. Antes dele, transferências entre bancos podiam demorar horas ou dias e tinham custos. Com o Pix, o dinheiro se move em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem taxas para pessoas físicas.



Além do Pix, outros métodos de pagamento digital se popularizaram:



Carteiras digitais: Aplicativos como , e PicPay que permitem armazenar informações de cartões e fazer pagamentos por aproximação ou QR Code.



Pagamento por aproximação (NFC): A tecnologia que permite pagar simplesmente encostando o cartão, celular ou relógio na maquininha.



Links de pagamento e QR Codes: Soluções que facilitam a venda online e em pequenos negócios, eliminando a necessidade de um site complexo ou de uma maquininha física.



A combinação de fintechs e pagamentos digitais não é apenas sobre conveniência. Ela está gerando um impacto profundo na sociedade e na economia:



Inclusão financeira: Milhões de pessoas que antes não tinham acesso a bancos tradicionais agora podem abrir uma conta, ter um cartão e participar da economia digital.



Democratização do crédito: A análise de dados permite que fintechs ofereçam crédito para pessoas com histórico bancário limitado, que seriam negadas pelos bancos tradicionais.



Redução de custos: A concorrência gerada pelas fintechs forçou os bancos tradicionais a repensarem suas tarifas e serviços, resultando em opções mais baratas para os consumidores.



Eficiência para negócios: Pequenos e médios empreendedores podem aceitar pagamentos digitais de forma mais fácil e com taxas mais baixas, o que impulsiona seus negócios.



A revolução financeira está apenas no começo. Com o avanço da inteligência artificial, da tecnologia blockchain e de novas regulamentações, o futuro promete serviços ainda mais personalizados, seguros e integrados. As fintechs e os pagamentos digitais são, sem dúvida, os protagonistas dessa nova era, provando que o poder da tecnologia pode, de fato, colocar o controle das finanças nas mãos de todos.

O mapa das lembranças: emoções, novidades e o poder de escolher o que guardar

Charles Betito

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