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Nas leituras e observações que tenho feito nos últimos anos, principalmente no que diz respeito a empreender e inovar tenho percebido que há três grandes caminhos a serem seguidos pelas pessoas e organizações.
Podemos seguir o caminho da tradição, que se mostra menos arriscado, porem mais concorrido. Nessa opção, se empreende dentro das regras existentes, sendo mais um a oferecer o mesmo da mesma maneira. Ao optar por &#8220;comoditizar&#8221; a caminhada, se concorre mais por preço do que por qualquer outra coisa. O resultado é uma necessidade de redução da lucratividade para manter preços competitivos e isso, por vezes é obtido mediante redução de custos que comprometem em algum nível a qualidade do produto ou serviço, algo que pode reduzir bastante a colheita de lucros.
A outra opção, a da inovação parcial, tem uma configuração diferente da tradicional. Ela traz o novo junto com ela, sem, contudo se desviar da trilha original. Podemos dizer que nesse caso as regras são quebradas, sem que as mesmas possam ser consideradas &#8220;novas&#8221;. Em termos pedagógicos, podemos dizer que se efetua inovações em parte do que é já oferecido pelo mercado, dentro do caminho que já é oferecido. Seriam inovações em processos, materiais, tecnologias, etc. afetando o que vem sendo oferecido com ganhos de visibilidade, de redução de custos, de aumento de flexibilidade ou aplicabilidade dos produtos ou serviços. É um caminho que oferece certo grau de riscos, pode envolver maior nível de investimentos e cuidados, mas abre a possibilidade de maiores retornos. Afinal, diferenciar-se da concorrência é quase sempre um bom caminho para quem deseja maior visibilidade e vendas. Mas, em termos gerais é um novo que logo fica velho, pois a concorrência vai reagir rápido e o que era &#8220;diferente&#8221; vira parte da nova mesmice.
O terceiro caminho, da ruptura total, envolve a criação de novas regras. Esse, com certeza, é o caminho mais arriscado e tortuoso. Quem se aventura pela ruptura, sai do caminho da tradição e ajustes, entrando no mundo do novo, onde se encontra o maior grau de possíveis rejeições e medos por parte de quem compra ou consome. O mercado tende a se sentir pouco atraído à maioria das novidades, quando essas se mostram totalmente fora do contexto &#8220;normal&#8221;. Escolher esse caminho, não somente exige muita criatividade e conhecimentos, mas também a coragem para abrir picada em meio à selva do desconhecido, do diferente, da rejeição. Porém, quem se aventura por ele e consegue espaço, muda a realidade, se torna referência do novo, incomoda fortemente a concorrência que terá dificuldade em largar o tradicional e aproveita por mais tempo o &#8220;diferencial&#8221; criado.
Até aqui, o contexto é de organizações atuando no mercado. Porém, podemos pegar tudo isso e trazer para nossas vidas. Como estamos trilhando nossas vidas? Seguindo, quebrando ou criando regras? Estamos colhendo o que já estava plantado, fazendo enxertos para melhorar ou transformar futuras colheitas em plantas que já existiam ou estamos semeando novas sementes? Isso dá o que pensar, não é mesmo? Como você tem cuidado de seu pomar que lhe rende os frutos que te alimentam para o viver do aqui e agora e do lá e depois???

Tradição, inovação parcial e ruptura total

Tanto na nossa vida pessoal quanto na trajetória das organizações sempre temos três caminhos e a escolha deste tem suas implicações e possibilidades. Seguir a tradição, incluir uma inovação parcial ou criar uma ruptura total? Qual é sua escolha?

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A história do homem pode ser compreendida por níveis de informação, os quais podem ser aferidos através de medidas quantitativas como intensidade, acesso e volume de dados, ou até mesmo por análises qualitativas e de outras variáveis. Nos primórdios do homem, a informação era pessoal e concebida basicamente pela sua vivência (experiência). A contar da evolução da comunicação, a troca de informação verbal passou a existir não apenas de pai para filho, mas também no sentido do mais velho (ou poderoso) em direção aos demais. Figuras de destaque nas comunidades tinham espaço para transmitir o que sabiam e apreendiam e outros, de repassar o conhecimento adquirido, agregando a essa informação sua visão e experiências, mas tudo ainda compartilhado no grupo (clã ou tribo). A informação era, portanto, restrita ao que a memória retinha, estava sujeita à interpretação e interesse de quem a transmitia e sua forma de acesso era limitada aos membros do clã.
 Esse nível se perpetuou em paralelo ao surgimento da escrita. À medida que informações podiam ser registradas em algum lugar (como as primeiras pinturas rupestres), a restrição à memória humana ia sendo superada. Podemos imaginar que esses registros foram grafados pelos mais cultos, ou ainda que o conteúdo continha componentes tendenciosos ou de reforço à visão e interesse dos poderosos. Com o decorrer do tempo, o volume de registros cresceu, a qualidade se tornou ainda mais discutível e o acesso ao público se ampliou, mas lembrando que boa parte das pessoas não sabia ler, a difusão de informação era muito relativa.
 As escolas se proliferaram e com elas, o volume de pessoas capazes de interpretar os registros escritos. Com o surgimento da imprensa, a possibilidade de reprodução dos registros escritos foi ampliada de modo nunca antes realizada. Essa disseminação de cópias em um mundo de leitores em expansão foi talvez o propulsor de uma das maiores revoluções da humanidade, gerando um número exponencial de informação em diferentes línguas, formas, locais, etc.
 No mundo atual podemos observar um grande contingente de leitores que possuem acesso a conteúdos cada vez maiores de informações. Portanto, volume é a realidade do atual nível de informação humana. Porém, a qualidade parece não ter acompanhado a expansão de quantidade, ou seja, boa parte das informações disponíveis não obedece a sérios critérios tais como confiabilidade, tempestividade, compreensão, utilidade, etc. A questão do acesso também teve grandes melhorias. A política da informação para todos, em todo lugar e a qualquer hora é a regra que se vê cada dia mais presente.
 O que se percebe também – além do alto volume e baixa qualidade do acervo de informações – é uma tendência de "preguiça mental" e despreparo dos usuários em sua utilização. Desse modo, se tem muita informação, de qualidade relativa e acessível, voltada para um público que muitas vezes não dá a menor atenção a ela ou não está disposto a se dedicar em termos de compreendê-la e utilizá-la adequadamente. "Não há tempo..."
 Há uma tendência de se querer a informação cada dia mais superficial e facilmente digerível. Em muitas questões, isso não é problema, mas na educação, por exemplo, pedir a um jovem para ler um livro é quase condená-lo a uma sessão de tortura. Ele tenta escapar de todos os jeitos dessa demanda. Isso porque tal atividade exige esforço, dedicação, compreensão e análise de conteúdo. Desafiá-lo a desenvolver uma resenha crítica ou que relacione conteúdos de forma reflexiva, analítica e que seja capaz de demonstrar seus conhecimentos e compreensão do conteúdo trabalhado então, é algo raro e pontual.
 A frugalidade, vida curta da informação e superficialidade de conteúdos, acaba mergulhando as pessoas no que podemos chamar de "fast-food informacional", ou seja, fornecer ao leitor um dado informacional que apenas lhe permita alimentar sua vã curiosidade, em detrimento ao correto processo comunicador que efetivamente possa nutrir a necessidade real da informação.
 Não se trata de uma regra geral, mas o que podemos perceber hoje em dia é uma tendência ao agravamento e não ao recrudescimento dessa deformação de informação, colocando-se em risco o esteio de nossos conhecimentos que, por sua vez, determinam nossas competências para lidar com o mundo moderno e formam nossa preciosa sabedoria para a vida.
 Para nos tornarmos gestores eficazes de informações, somos obrigados a lidar de forma mais plena e completa com o contexto informacional (seja ele científico, filosófico, político ou moral) que nos cerca e nos desafia a cada momento.

O Fast-Food Informacional e a era da superficialidade

É fácil compreender nossos limites de atenção quando observamos nossos limites de percepção. É sabido o quanto a visão de determinados pássaros é superior à humana e também sobre o quanto os cães nos superam em termos de audição e recepção de odores. Também sabemos que pessoas cegas conseguem superar nossos limites de audição e também que pessoas com outras deficiências nos superam facilmente em termos da capacidade de nossos sentidos, caso estes lhes sejam úteis na superação de sua deficiência específica. Em termos de nossos sentidos, temos limites e podemos superá-los.
 Na atenção, apesar de haver estudos que tentam provar e mesmo aprimorar nossa capacidade de atenção, ainda não há nada que comprove essa nossa capacidade de ampliação da atenção. O que já se obtém é melhoras de desempenho humano mediante inserção de recursos tecnológicos que apóiam nosso processo de atenção. O fato quase que indiscutível nessa questão é que a capacidade humana da atenção é fixa e, em virtude disso, o caminho a se seguir em busca de uma atenção mais efetiva passa por usarmos melhor essa nossa limitada atenção.
 Esse "uso" melhor passa por aprendermos a lidar com o que nossa atenção é capaz de fazer e dentro disso, ajudá-la a ser mais eficiente. Para tal, podemos ser mais organizados, buscar métodos que nos deixem mais focados e produtivos, reduzir possibilidades de ruídos e interrupções, incorporar tecnologias que nos apóiem a não esquecer coisas e compromissos e ainda um trabalho de parceria com as demais pessoas em busca de uma atenção grupal mais efetiva ("Um por todos e todos por um em busca de uma atenção melhor").
 Mas como podemos partir para essa ação sem saber o que é atenção? como ela funciona? Que tipos, níveis e pilares a sustentam e determinam? Enfim, como podemos nos tornar mais "sábios" em termos de atenção sem conhecer um pouco sobre ela? Esse é, portanto, o primeiro passo para quem deseja ser mais atento: conhecer e prestar mais atenção à questão da atenção!
 Nesse sentido, a recomendação são livros sobre o assunto e no Brasil, encontramos no presente momento duas obras que trabalham de modo mais específico essa questão. A primeira é GESTÃO DA ATENÇÃO - A arte de gerenciar a atenção na vida e nas organizações (Curitiba, 2010) e a outra é Gestão da Informação e da Atenção (Belo Horizonte, 2010). Tais obras, seguem uma tendência de aprofundamento nesse importante tema, que já se faz presente com maior intensidade no mercado Norte Americano, cuja obra de referência do assunto foi o livro Economia da Atenção de Thomas Davenport, lançado em 2001.
 O convite a conhecer mais sobre atenção está posto! Se você estiver atento, verá que se trata de algo importante, que deve fazer parte de sua agenda de interesses, preocupações e investimentos de melhoria pessoal e profissional. A atenção é sua, portanto, faça dela uma parceira e não uma inimiga!

Gerir a atenção? Nunca ouvi falar disso...

Ao estudar sobre atenção tendo em vista o desenvolvimento do livro GESTÃO DA ATENÇÃO – A arte de gerenciar a atenção na vida e nas organizações [1] acabamos nos defrontando com várias situações e perguntas que nos deixaram intrigados e ao mesmo tempo, desafiados a buscar as devidas respostas. Sendo assim, vamos compartilhar algumas dessa questões sobre atenção e, em especial, sobre Gestão da Atenção:
 !) Eu uso bem minha atenção?
 Sinto informá-lo de que não usa bem sua atenção. Digo isso, mesmo sem te conhecer e com alta probabilidade de acerto, porque atenção quase nunca é algo digno de nossa atenção! Esse paradoxo, por si só nos mostra que vamos usando nossa atenção como se já tivéssemos nascido experts em atenção e que a usamos no grau máximo. Somos seres distraídos e movidos em boa parte pela inconsciência em termos de nossa atenção. Por não a gerirmos conscientemente, vamos vivendo à deriva de nossa inquieta mente, levando nossa atenção daqui para ali sem muita reflexão. Lógico que isso não ocorre o tempo todo! Temos momentos que nossa atenção está onde deve por escolha nossa, mas com tantos convites para nossa atenção e uma verdadeira disputa para obtê-la, tendemos muito mais a sermos direcionados para determinado foco do que escolhermos deliberadamente algum foco. Sabendo disso, a recomendação que se segue é de passar a prestar atenção à própria atenção e para isso, a primeira ação necessária é conhecer mais sobre atenção. O que você sabe sobre atenção? Pense nisso!
 2) Minha atenção pode ser ampliada?
 Novamente sou portador de más notícias: a atenção tem limites fisiológicos bem definidos e o que podemos fazer não é ampliá-la, mas usar esse estreito funil de atenção que temos da melhor maneira possível. Sempre que algo é escasso e raro seu preço e valor tende a ser alto, não é mesmo? Pois então, sendo sua atenção algo limitado e havendo uma guerra para obtê-la (veja o que os profissionais de marketing andam fazendo para ter sua atenção!), a melhor coisa que você pode fazer é gerenciá-la. Sim, gerenciar como um recurso escasso e precioso! Se você passar a ser mais atento, atencioso, perceptivo e conseguir dar melhores respostas ao mundo, será uma pessoa valiosa, que faz de sua atenção um diferencial nesse concorrido século XXI. Portanto, trate de saber mais sobre o que é gerenciar atenção! Essa pode ser a diferença entre um futuro mais efetivo e uma realidade futura indesejada.
 3) Administrando bem meu tempo estarei fazendo melhor uso de minha atenção?
 Sim, essa lógica é verdadeira, mas não suficiente para que sua atenção seja mais plena. O tempo é um dos fatores a ser trabalhado, mas não é o único. Fazendo gestão do tempo, você se habilita a ter uma demanda de atenção mais eficiente, ou seja, controlando o tempo, poderá começar a direcionar melhor sua atenção para as diferentes demandas, pelo tempo, na intensidade e direção que considerar mais adequada. Mas isso pode acontecer de modo ineficaz caso sua atenção não esteja sendo capaz de perceber as demandas existentes e fazer as melhores escolhas de atenção. Além disso, há também a questão do ambiente que pode facilitar ou dificultar nossa atenção na medida que constantes interrupções, excesso de ruídos e falta de organização de informações e outros recursos de apoio podem diminuir a efetividade da atenção. E para finalizar, se a pessoa não tem consciência do que é sua atenção, como ela funciona e que elementos interferem em seu funcionamento, dificilmente poderá fazer uma boa gestão de sua atenção. Assim, atenção é muito mais do que tempo!
 4) Organizações têm atenção? Se possuírem, podem fazer gestão da atenção organizacional?
 Sim! Organizações têm atenção. A atenção delas é ditada e limitada pela atenção de seus colaboradores. Uma organização com pessoas e equipes atentas, percebe, entende e reage de modo mais adequado, tempestivo e efetivo. Quando isso não acontece, ela tende a ser reativa e isso, em um mundo complexo e competitivo com o de hoje, pode significar sérios problemas com clientes, fornecedores, concorrentes, finanças, etc. E para deixar essa questão ainda mais desafiante, é bom considerar que essa atenção organizacional precisa ocorrer de modo adequado tanto para seu ambiente interno como para seu ambiente de atuação (entorno). Ela precisa estar atenta a seus recursos, pessoas, processos e demais elementos internos e ao mesmo tempo, ao que ocorre com o mercado, com os gostos e necessidades de seus clientes, com as ações e reações de seus concorrentes, com o que o governo vem deliberando com suas leis e regulamentações, etc. É portanto crucial uma atenção organizacional de qualidade para que ela possa ser proativa no que for possível e rapidamente e adequadamente reativa no que foi incapaz de agir antecipadamente.
 5) E se eu permanecer desatento e sem fazer gestão da atenção, o que pode me acontecer?
 Tende a acontecer o que acontece com as pessoas que são menos senhoras de suas vidas, desejos e sonhos. Uma seguidora da vontade e orientações de terceiros, que deseja satisfazer seus próprios interesses, mesmo que esses não sejam os desejados pelos desatentos. Desse modo, vivemos muito mais inconscientes, sujeitos a sermos manipulados e tendo nossos focos governador pelos desejos dos outros. Isso, a longo prazo, nos leva a grandes frustrações já que perdemos oportunidades de evoluirmos, de realizarmos nossos sonhos e de obter uma vida mais plena e satisfatória. Desatentos, estamos muito mais sujeitos a crises, conflitos, desquites, demissões, acidentes, etc. E isso pode significar até mesmo uma vida mais curta. Portanto, essa não é uma boa opção! Atento a isso, comece hoje a se tornar uma pessoa mais atenta!
 [1] Saiba mais em <a href="http://www.gestaodaatencao.com.br">HTTP://www.gestaodaatencao.com.br</a>

Tradição, inovação parcial e ruptura total

Henrique José

Sucessão nas empresas familiares: aprenda a conduzi-las, com Barbara Quercetti | Café com ADM 468

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